Livro: Amor sem Perdão Página 3

... frente andava em direção à mulher que era sua amante atual. Leon Andreakos, que não via há quase cinco anos, e de quem ela ha¬via sido amante em uma outra época, em uma outra existência. As redondezas da exuberante loja de departamentos desapareceram. Os anos sumiram. Ela estava parada, mais uma vez, atrás do balcão da loja de presentes no saguão de um hotel caro, quando o homem mais fabuloso que já tinha visto em toda sua vida se aproximou. Ele chegou ao balcão e sorriu-lhe. E naquele momento, naquele único momento mágico, ela sentiu o coração alçar voo, como um pássaro voan¬do para o galho alto de uma árvore. Aquele homem tinha aparecido para fazê-la humilhar-se a seus pés em adoração. Ele era perfeito, e exalava um incrível vigor sexual. — Você poderia embrulhar para mim um lenço para presente? — Os olhos dele piscaram-lhe por um breve momento, então se moveram para a cascata de lenços de seda do mostruário no fim do balcão. Longos dedos se movimentaram, e então selecionaram um padrão em tons de cinza e rosa suave. — Este, acho. Ele o removeu do cabide e colocou-o sobre o balcão, na frente dela. Quando a olhou, arqueou uma sobrancelha. — Por favor? O lembrete a tirou do estado quase hipnótico em que entrara enquan¬to olhava, embasbacada, para o homem mais devastadoramente bonito do mundo. Alto, com a pele bronzeada de quem vivia no Mediterrâneo, vestia um terno de negócios cor de carvão, o qual cobria cada linha do corpo magro e perfeito. E olhos. oh, olhos que fizeram seu coração voar novamente, desta vez direto para as nuvens, para além do céu. — Sim, sim, é claro, senhor — conseguiu dizer numa voz de repente muito contida, muito fraca. — Hum, gostaria que o lenço fosse entregue em seu quarto ou prefere esperar? Como tinha conseguido falar aquela segunda frase, Alanna não sabia. Subitamente, não sabia mais nada, apenas que queria olhar e olhar para o rosto do homem a sua frente. Eram os ol ...

os. não, a boca. não, tudo, simplesmente tudo! Tudo naquele homem magnífico lhe despertava o desejo de olhá-lo para sem¬pre. Os olhos eram muito escuros, mas tinham um brilho tão intenso que a fazia querer mergulhar neles. A boca era esculpida, perfeita, mas havia uma mobilidade que a excitava. — Vou esperar. Se você não demorar muito. Era a voz dele. Sim, a voz, pensou Alarma, desesperada para tentar fazer seu cérebro voltar a funcionar, a raciocinar. quando tudo que sua mente queria era dissolver-se em uma emoção sem forma. A voz pro¬funda e rica tinha um sotaque. Que sotaque? Forçou-se a pensar quando ouviu a si mesma murmurando: — É claro, senhor. — Então pegou o papel de presente debaixo do balcão. Sentiu as mãos tateando e desviou os Olhos. Não podia ficar pa¬rada ali, olhando para o homem como uma adolescente encantada pelo primeiro amor. Precisava embrulhar o lenço para presente. Era o que ele estava esperando que fizesse, afinal de contas. Como conseguiu fazer aquilo, Alanna nunca soube. O homem não se moveu, apenas ficou parado lá, fitando-lhe a cabeça abaixada, enquanto ela fazia o pacote com dedos trêmulos. Geralmente, era hábil e rápida com os embrulhos. Hoje, sentia-se desajeitada, inútil. E tudo por causa do estranho espetacular. E, durante todo o tempo, ele não disse nada, apenas esperou, e Alanna podia sentir a impaciência do homem crescendo. Ele consultou seu relógio de pulso uma vez, ela notou, vendo pelo canto do olho que a pulseira era de ouro. Finalmente, o pacote ficou pron¬to, e Alanna fez uma última curva no laço com a ponta da tesoura. Com alívio, pegou a etiqueta com o código de barras que já tinha removido do lenço, passou pelo leitor e juntou com a fatura impressa. Os preços dos lenços ainda a impressionavam. Poderia comprar um conjunto com¬pleto de roupas pelo preço de uma daquelas echarpes de seda pintadas à mão. Mas, na época, trabalhar numa loja de presentes em um hotel cinco e ...

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