Livro: Amor sem Perdão Página 2

... gníficas parecia querer quebrar a barreira frágil e assustadora que havia erguido dia após dia, ano após ano. contra um único homem, um único nome. Leon Andreakos. Grego. Rico. Lindo. Fantasticamente, irresistivelmente lindo. Um metro e noventa de be¬leza. Desde os sedosos cabelos negros até as longas pernas flexíveis. O homem mais fantástico que já vira em toda sua vida. E que nunca veria de novo. O rosto dele lhe veio à mente mais uma vez, atormentando-lhe a me¬mória. Aquela arrogante inclinação da cabeça, as maçãs do rosto salientes e esculpidas, e os olhos, tão escuros, adornados com cílios tão espessos e longos que era um desperdício em um homem. Mas nada, absolutamente nada parecia desperdício em Leon Andreakos. Nem um centímetro da¬quela pele bronzeada, ou dos músculos fortes que um dia ela conhecera tão intimamente. Alanna contorceu os lábios numa careta. Não, nunca tinha conhecido Leon Andreakos. Conhecera-lhe o cor¬po, assim como ele conhecera o seu. Oh, como ele conhecia bem o seu corpo! Mas ela nunca se aproximara o bastante para perscrutar a alma de Leon. Ele jamais tinha permitido isso. Sempre, sempre, mesmo no auge de uma união física, mesmo nos momentos mais intensos de sensualidade compartilhada, ele havia se certificado de manter certa distância entre os dois, nunca a deixando preencher aquela lacuna e sempre a mantendo longe de seu coração. Havia uma dureza nos olhos de Alanna agora e, além disso, uma dor que nunca a abandonaria. Afinal de contas, que homem como Leon An¬dreakos deixaria sua amante aproximar-se emocionalmente? E se apaixonar por ele? Ela fechou os olhos, sentindo o sofrimento dominá-la. Um sentimen¬to reprimido há quase cinco amargos anos, simplesmente por saber que de nada adiantava nutrir aquele amor. Podia chorar e agonizar pelo fato de amar Leon Andreakos o quanto quisesse, mas ele nunca a amaria. E então, de que servia toda a dor, todo o amor desperdiçado? E não era apenas ...

porque Leon Andreakos não a amava. Ele a odiava. Alanna tinha visto a raiva, muito nítida nos brilhantes olhos escuros de seu ex-amante, como se fosse uma faca enterrando em seu coração. Ódio pelo que ela lhe fizera, pelo que fizera com a família de Leon. e principalmente com o irmão dele. Uma outra emoção a dominou, como um ácido que a corroía por den¬tro. Alanna tentou deter aquele sentimento, também, mas foi inútil, uma vez que parecia voltar como uma inundação, abalando-a com sua força. Culpa. Culpa sobre Nikos, que estava morto por sua causa. Ela forçou-se a abrir os olhos, fazendo o mundo real voltar. Não o mundo que a perseguia, as memórias doentias da terrível noite em que o irmão de Leon Andreakos tinha morrido. Seus olhos pousaram na primeira coisa que viu. A loira vestida de modo sofisticado, que estava estendendo a mão e sentindo o tecido ma¬cio de algum vestido, enquanto considerava se adornaria sua beleza o suficiente. Então, quando o olhar de Alanna descansou sobre ela, ainda meio cegamente, dividida entre lembrança e realidade, a mulher virou a cabeça e esboçou um sorriso iluminado. Um sorriso de cumprimento, de prazer. de satisfação. O homem para quem ela sorria estava entrando na loja de departa¬mentos, andando com passos longos e seguros para alcançá-la. O homem sorria também. Sorria para a linda mulher com quem sairia a seu lado de braços dados, usando as roupas que ele lhe comprava, e que ia para sua cama para agradecer os presentes. De súbito, Alanna foi inundada por uma forte sensação de vertigem. A sala girou, e ela sentiu as pernas enfraquecerem, enquanto o corpo inteiro tremia. Não podia ser ele. Mas era. Sangue bombeou em seus ouvidos como uma onda estourando. Pela primeira vez em quatro longos e infinitos anos, estava vendo Leon Andreakos novamente. CAPÍTULO DOIS Alanna não podia se mover. Nem um único músculo. Podia apenas ficar em pé, paralisada, enquanto o homem a sua ...

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