Livro: Amor sem Perdão
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... Julia James Conto extra da edição 202 Digitalização: Rita Revisão: Andréa M. CAPÍTULO UM Alanna Richards manuseava preguiçosamente os vestidos de festa pendurados na sessão feminina da loja de departamentos. Em todos os vestidos havia uma etiqueta de grife, e estavam envoltos em plásticos protetores; Um sorriso irônico, quase de zombaria, cruzou-lhe os lábios. Uma vez, tivera um guarda-roupa de peças como aquelas. Cada uma mais linda que a outra. O sorriso em seu rosto tornou-se mais fraco. Mas na¬quela época era essencial que tivesse a melhor aparência possível. Todos os dias. Todas as noites. O sorriso desapareceu por completo. Lembranças há muito tempo re¬primidas a assombraram. Um rosto bonito, olhos escuros. desejo. Abruptamente, ela parou de mexer nos vestidos e recomeçou a andar ao longo do tapete macio. Era hora de encontrar Maggie e os garotos. Tinha sido tolice sua mergulhar em tal fraqueza, mesmo que por um breve momento. Suas lembranças deveriam permanecer trancadas a sete chaves. Talvez um dia, quando fosse uma senhora idosa, pudesse abrir o cofre de memórias. Mas até lá, num futuro bem distante, não era seguro. Nem um pouco seguro. Olhando para a frente, seguiu para a passagem em forma de arcos que levava à escada rolante da enorme e mundialmente famosa loja de departamentos de Londres. Uma loja para pessoas muito ricas. e, um dia, Alanna tinha sido cliente assídua. Agora, tudo o que podia fazer era passar pelos portões novamente. Não que tivesse sido proposta sua. Maggie se entusiasmou com a ideia de fazer uma visita especial à loja com os garotos, a fim de ver o departa¬mento de brinquedos, magicamente decorado para o Natal. — Não para comprar, é claro. — A amiga de Alanna, mãe solteira como ela, tinha rido. —Apenas para olhar. Ben e Nicky vão adorar! Elas também adoraram, e ficaram encantadas com o vasto mostruário de brinquedos e as maravilhosas decorações de Natal, contentes em simple ...

mente apreciar o visual. As duas crianças estavam acostumadas a "apenas olhar" quando se tratava de brinquedos. Nem Alanna nem Mag¬gie tinham dinheiro para desperdiçar em coisas supérfluas. Por um instante, uma onda de arrependimento deixou-a perturbada. Teria sido imprudência sua doar o dinheiro de Nikos, como fizera? Não. Ela ergueu o queixo, resoluta. Fora a coisa certa a fazer. A única coisa! Era uma herança à qual não tinha direito. Nenhum direito. O pouco que guardara tinha sido suficiente para manter Nicky e a si mesma, sem necessitar do apoio do Estado. No ano seguinte, quando o filho entrasse para a escola, ela seria capaz de trabalhar durante o período escolar, e então suas finanças melhorariam um pouco. Porém, nunca mais usaria roupas como aquelas, pensou olhando de lado pela última Vez, para um vestido brilhante de gala que nem mesmo possuía etiqueta de preço. Nunca mais seria como as outras compradoras, refletiu ao pousar o olhar em uma loira sofisticada, usando o que era obviamente um con¬junto de grife e olhando com admiração para os vestidos. A mulher tinha aproximadamente a sua idade, um pouco menos de trinta anos, e tudo nela, desde as roupas até os cabelos arrumados e as unhas pintadas com perfeição, dizia a Alanna que ela era o tipo de mulher que passava os dias sem fazer nada, a não ser ficar sentada em um salão de beleza, enquanto outros a tornavam fabulosa. O modo como eu costumava passar meus dias. Alanna parou momentaneamente para analisar a mulher. Sim, pensou, comprimindo os lábios numa linha fina, eu costumava ser igual a ela. Es¬colhendo o que havia de mais sofisticado em roupas, de modo que minha aparência ficasse o melhor possível. Para Leon. A lembrança voltou novamente, causando-lhe um nó na garganta e dificultando-lhe a respiração. Era aquele lugar que estava fazendo isso com ela, lembrando-a de um mundo lindo e caro, o qual uma vez habitara por um curto período. A visão daquelas roupas ma ...

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