Livro: O desconhecido de Casablanca
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... Margery Hilton The house of the amulet Seqüestrada, levada para o misterioso deserto do Marrocos, Melissa entrou na Casa do Amuleto sentindo pavor daquele pesade¬lo. Seu medo era tanto que, ao ver à sua frente aquela estranha mulher, aproximan¬do-se com um sorriso cínico nos lábios, desmaiou. Acordou num quarto imenso, com perfume de jasmins e rosas. Sobre o chão, valiosos tapetes persas com almofadas de ve¬ludo, cetim e brocado. Sob a luz do abajur de âmbar, um homem de olhos negros a se¬gurava nos braços. Devia ser miragem! Estava nos braços do desconhecido de Casablanca! O que aquele sheik fascinante ia fazer com ela? Melissa vi¬via mesmo um pesadelo? Ou um romance de amor? CAPITULO I — Sinto, mademoiselle. Eu gostaria muito de ajudá-la, mas acho que não vai ser possível. Philippe St. Clair sorriu, meio embaraçado, para a moça ingle¬sa que o observava ansiosamente. Melissa baixou o olhar, incapaz de disfarçar a decepção, e levantou-se, estendendo uma das mãos para o jovem francês, em despedida. — Muito bem, monsieur, então só me resta agradecer-lhe Philippe tomou entre as suas aquelas delicadas mão feminina, fitando com um misto de pesar e admiração os grandes olhos azuis que enfeitavam o rosto juvenil carregado de preocupação. Em seguida, acompanhou Melissa até a porta do escritório amplo e arejado, si¬tuado num beco sem saída do setor comercial de Casablanca. Parou de repente. — Um momento, mademoiselle já verificou no consulado? — Sim, ontem. Procurei por todas as partes. — respondeu ela com um tom de desespero na voz macia. — Não sei mais aonde ir, por onde continuar essa busca. Minha irmã parece ter-se eva¬porado! Não consigo compreender! Ela parecia tão feliz aqui. Por que haveria de abandonar tudo assim, de repente, e desaparecer? Minha mãe está preocupadíssima. Foi por isso que resolvi vir para cá, tentar encontrá-la. — Suspirou, — Bem, mas o senhor está ocupa¬do e n� ...

o quero mais tomar seu tempo. Muito obrigado pela compreen¬são e desculpe o fato de minha irmã ter abandonado o serviço sem avisá-lo, monsieur. — Isso não tem importância. Foi um prazer conhecê-la. — Segurando a porta aberta, inclinou-se, numa mesura. — Mas, por favor, se precisar de auxílio enquanto estiver aqui, não hesite em me telefonar. Promete? Ela sacudiu a cabeça, concordando, tornou a agradecer e saiu para o ar abafado das ruas de Casablanca. Indiferente ao colorido exótico e à animação da cidade, Melissa tomou a direção do hotel. E agora? Onde estaria Avril? Onde pro¬curá-la? Abriu a bolsa, retirando dela as duas últimas cartas que a irmã escrevera. Na primeira, limitara-se a contar acerca de um aparta¬mento que "adorara" e no qual, agora, morava uma pessoa desconhe¬cida. Havia também uma discreta alusão a Philippe St. Clair e uma referência casual a uma certa Sônia, proprietária de uma "vila divi¬na",\' em Rabat. A segunda carta, meio misteriosa, acabara fazendo Melissa voar para o Marrocos, em busca da irmã. Meio tremula, Melissa releu aquelas linhas desconexas: "Quero avisar vocês para que não escrevam mais para este endereço. Não estarei nele depois do dia quinze. Tive a sorte de conseguir um novo emprego, provisório, mas fantástico. O salário é espantoso, vou morar num ambiente luxuoso e não farei praticamente nada. Mas o melhor de tudo é que viajarei o tempo todo. Não é maravilhoso? Infelizmente, não posso dar-lhes o meu novo endereço, porque eu mesma o ignoro. Caso vocês queiram me escrever, mandem aos cuidados da American Express. Pelo menos por uma ou duas semanas. Com. amor, Avril”. Que carta estranha, pensou Melissa, desesperada. Nem ao menos uma indicação sobre o tal emprego maravilhoso, sobre onde e como seria ele Não fora à toa que a Sra. Blair ficara fora de si. Afinal, uma filha desaparecera no mundo sem deixar o menor vestígio! Mas, por outro lado, havia uma coisa importante ...

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