Livro: Vidas Paralelas Página 3

... ick numa pose tranqüila, tam¬bém com um revólver numa das mãos, como o irmão, um livro aberto na outra. Sua esposa, Mandy, usava calça com¬prida, uma camisa folgada, botas, chapéu e também segurava um revólver. A julgar pela quantidade dos outros túmulos em torno dos deles, esses dois também haviam sido pais pro¬líficos. A estátua de Rafe McKettrick era a de um homem grande, poderosamente constituído, de queixo forte e teimo¬so. Sua esposa, Emmeline, estava em pé ao lado dele, bem perto; estavam de braços dados, e a cabeça dela descansava no braço dele. Sierra sorriu; mais uma vez, sua descendência era enorme. A última estátua provocou uma inesperada onda de emoção em Sierra. Lá, então, estava Holt, meio irmão de Rafe, Kade e Jeb, e de Kate. Em sua casaca comprida, pare¬cia, ao mesmo tempo, bonito e durão. Um par de cintos de munição muito detalhados lhe cruzava o peito, e o distintivo preso na lapela larga dizia "Texas Ranger". Sierra observou aqueles olhos de bronze e, de novo, sentiu alguma coisa se mover profundamente dentro dela. Vim deste homem, pen¬sou, temos o mesmo DNA. Liam, dentro do carro, buzinou forte e longamente, im¬paciente para chegar à casa do rancho, que seria o lar deles pelos próximos doze meses. Sierra acenou, para mostrar que ouvira, mas se moveu para a estátua de Loreley. Ela estava montada numa mula, vestia uma saia longa, a barra de renda se espalhando de cada lado da cintura impossivelmente fina, o rosto um pouco encoberto, não por uma touca feminina, mas por um chapéu de homem. Seu olhar vivo descansa¬va amorosamente no marido, Holt. Liam apertou de novo a buzina. Com medo de que ele decidisse pegar o volante e dirigir sozinho até a casa do rancho, Sierra deixou com relu¬tância seus ancestrais, seguiu uma trilha coberta de agulhas de pinheiro e das folhas mortas dos seis imensos carvalhos brancos que partilhavam com eles o espaço e voltou para o carro. Voltou para o seu filho. — Todos os ...

cKettricks estão mortos? — Perguntou Liam quando Sierra se acomodou no banco do motorista e pôs o cinto de segurança. — Não — respondeu Sierra, esperando que uma parte de si mesma parasse de andar entre os túmulos para conhe¬cer seus ancestrais e voltasse para torná-la inteira de novo. — Nós somos McKettricks e não estamos mortos, nem sua avó, nem Meg. — Ela sabia que havia primos também, descendentes de Rafe, Kade e Jeb, mas era um assunto com¬plexo demais para explicar a um garoto de sete anos. Além, disso, ainda estava tentando estabelecer as relações entre eles na própria mente. — Eu pensei que meu nome fosse Liam Breslin — disse o garoto, prático. Devia ter sido Liam Douglas, Sierra pensou, lembrando-se de seu primeiro e único amante. Como sempre, quan¬do se lembrava do pai de Liam, Adam, sentia uma fisgada estranha, uma mistura complicada de paixão, tristeza e fúria. Ela e Adam jamais haviam se casado. Assim, ela dera a Liam seu nome de solteira. — Agora somos McKettricks — Sierra explicou com um suspiro. — Você compreenderá quando for mais velho. Ela deu ré no carro cuidadosamente, muito consciente da descida íngreme, e fez uma ampla volta que os levaria para a rede de estradas de terra que contornavam o Triple M. — Posso entender agora — garantiu Liam depois de pen¬sar por algum tempo no assunto em seu modo solene — afi¬nal, sou superdotado. — Você pode ser superdotado — Sierra respondeu, con¬centrando-se na direção — mas ainda tem apenas sete anos. — Vou poder ser caubói, montar potros selvagens e coisas assim? Sierra reprimiu um tremor. — Não. — É o fim da picada — comentou Liam, cruzando os bra¬ços e se encolhendo ainda mais no pesado casaco de náilon que Sierra lhe comprara ainda na estrada, quando chegaram ao primeiro dos estados de clima frio. — Qual é a graça de viver num rancho se você não pode ser caubói? Capítulo Dois A velha caminhonete e ...

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