Livro: Um corpo de mulher - Anne Weale
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... Summer’s Awakening Anne Weale Lindíssima, escultural em seu traje negro de cetim, Summer caminha pelo salão de festas como uma deusa, invejada pelas mulheres, cobiçada pelos homens. É maravilhoso viver seu momento de triunfo, seu reinado de glória. É divino passar indiferente por James Gardiner, o fascinante magnata que um dia a chamou de desajeitada e feia e que hoje a segue com um olhar apaixonado, carregado de desejo. Agora ela está à procura de um homem que saiba reconhecei também sua beleza anterior, enxergar além da aparência. De repente, porém, Summer volta à realidade. Mais uma vez estivera sonhando acordada. O espelho ainda reflete o mesmo rosto, a mesma mulher que James Gardiner um dia humilhou. Um amor feito de renúncia, desejo e paixão. Digitalização: Joyce Revisão Crysty PRIMEIRA PARTE Situada entre o imponente portão principal e a casa de cam¬po em estilo inglês, conhecida como Cranmere Park, uma alame¬da arborizada de quatro quilômetros abria caminho entre acres de pasto repleto de carneirinhos. A casa, que fora desenhada no ano de 1710 por sir John Vanbrugh, o arquiteto do Palácio de Blenheim, estava situada no alto de uma pequena colina. Por isso, quando Summer Roberts ali chegava, pedalando sua bicicleta, estava sempre cansada e sem fôlego. Ela costumava deixar a bicicleta no estábulo, entre as antigas charretes usadas pelas gerações anteriores da família Lancaster. Depois, seguia pelo pátio de pedras que levava à parte nordeste da casa, conhecida como a Porta do Jardim. Atingia então um enorme corredor, onde eram pendurados os casacos e jaquetas. Uma das paredes estava repleta de quadros com motivos espor¬tivos que, numa casa menos majestosa, deveriam ocupar um lugar mais importante do que um simples vestiário. Provavelmente, nenhum dos Lancaster jamais havia perce¬bido que os quadros fossem uma raridade. E, embora recente¬mente dois dos trabalhos a óleo mais importantes de Cranmere tivess ...

m sido leiloados na Sotheby\\\'s, a mansão ainda estava re¬pleta de tesouros. Mas parecia que as únicas pessoas que se interessavam por eles eram Summer e lady Emily. No final do vestiário, havia uma porta que levava ao hall. Antes de passar por ela, Summer parava por um instante a fim de tirar sua jaqueta e trocar as botas pelos sapatos confortáveis que usava dentro de casa. Tinha vinte e dois anos, uma idade em que a maior parte das garotas estão aproveitando o que a vida tem de melhor. Summer Roberts, no entanto, era uma exceção. Não que ela fosse feia. Mas como nunca usasse maquilagem e prendesse os cabelos num coque, os traços menos favoráveis de seu rosto eram sempre mais visíveis do que os mais bonitos. Pela falta de dinheiro e outras dificuldades, Summer vestia-se muito mal. Hoje, ela usava um conjunto de calca comprida e blusa, já bem gasto. Mas não se importava com isso. Afinal, ia diariamente à mansão para trabalhar, e não para fazer vida social. Summer estava começando a subir a grande escadaria, quan¬do uma voz soou atrás dela: — Bom dia, srta. Roberts. Surpresa em ver o mordomo do finado marquês de Cranmere àquela hora, Summer parou e virou-se para ele. — Bom dia, sr. Conway. — Eu gostaria de falar um minutinho com a senhorita, se possível. — Perfeitamente. — E, após hesitar por alguns instantes, continuou: — Alguma coisa errada? — Não, eu apenas gostaria de informá-la de que Sua Exce¬lência chegou ao palácio ontem à noite e deseja conhecê-la. A senhorita o encontrará na biblioteca. Summer ficou assustada. Pelo que ela havia entendido desde que começara a trabalhar no palácio, Sua Excelência era o trata¬mento reservado apenas para o velho marquês e para seu filho, lorde Edgedale. Mas o lorde e lady Edgedale haviam falecido num acidente automobilístico, há meses atrás, e o marquês, talvez não resis¬tindo ao golpe, falecera pouco depois. Summer sabia que havia duas correntes quanto à ...

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