Livro: Notas de Sedução Página 2

... — Você está fazendo hora até que o acordo seja assinado. — Não, só quero mantê-la distraída. — Marco sorriu. — Agora vamos trabalhar, está bem? John não pôde deixar de sentir uma certa simpatia pela moça que esperava do lado de fora. Ela devia estar feliz por ter conseguido uma entrevista com o evasivo multimilionário. Mas se achava que ia abalar Marco Lombardi, ela não tinha a menor chance. Isobel não estava nada satisfeita com esta situação. Uma hora atrás, ela quase descobriu o que estava acontecendo dentro da empresa Sienna. Ela marcou uma entrevista com um dos acionistas da empresa, mas a entrevista foi cancelada em cima da hora, sem motivo, e sua editora mandou ela esquecer o assunto. — Tenho algo melhor ainda para você — disse Claudia cheia de entusiasmo. — Acabei de receber um telefonema do nosso editor-chefe. Marco Lombardi concordou em dar uma entrevista exclusiva para o Daily Banner! Você acredita? Isobel estava intrigada. Já tinha tentado entrevistar Marco algumas vezes, mas nunca passou da secretária. — Será que ele vai falar sobre seus planos de assumir a Confeitaria Sienna? — ela perguntou esperançosa. — Esqueça os negócios, Isobel. O que nós queremos é saber da sua vida pessoal e a verdade sobre o divórcio. É isso o que os leitores querem. Isobel logo pensou na palavra cortina de fumaça. A maioria das jornalistas ficaria em êxtase por entrevistar o belo italiano. Mas ela era uma repórter séria, não uma caçadora de fofocas. Não tinha a menor vontade de esmiuçar a vida amorosa de Marco! Queria, sim, escrever a verdadeira história sobre a demissão de empregados. Na sua opinião, o jornal havia feito um trato com o diabo. Mas ela sabia que os interesses comerciais estavam acima de tudo, como sempre. — Pode ir agora, senhorita Keyes — disse a recepcionista com um sorriso. — O escritório do senhor Lombardi fica no último andar. Até que enfim, depois de deixá-la esperando por ...

uma hora. E claro que havia feito isso de propósito. Enquanto o elevador subia ligeiro, Isobel tentava se conter. Não tinha outra escolha a não ser engolir seu orgulho e fazer o que seu jornal queria, mas estava furiosa, pois Marco era o tipo do homem que ela desprezava. Era uma pessoa que só fazia o que queria, sem se importar com as consequências. E ela sabia disso melhor do que qualquer um, já que foi esse homem que comprou a empresa do seu avô, 11 anos atrás, e acabou com a companhia, deixando seu avô arrasado. Na sua opinião, Marco era um trapaceiro. E não entendia o motivo de tanta especulação em torno de um divórcio. O motivo do divórcio parecia bem óbvio para Isobel, pois ele sempre teve fama de mulherengo. Tanto que todo mundo ficou surpreso quando ele anunciou seu casamento. E depois do divórcio, ele já tinha sido flagrado com uma mulher diferente a cada semana. Chegou a ser chamado de destruidor de corações. Ora, pelo amor de Deus! Quando o elevador chegou no último andar, Isobel respirou fundo e pensou, como sempre fazia no trabalho, que não podia deixar que o preconceito atrapalhasse seu julgamento. — Por aqui, senhorita Keyes — disse a secretária ao abrir a porta do escritório com vista panorâmica para Londres. Mas não foi a vista que chamou a atenção de Isobel, e sim o homem que surgiu sentado atrás da grande escrivaninha. Já tinha ouvido falar tanto dele ao longo dos anos que agora, cara a cara com ele, Isobel sentiu um certo nervosismo. Marco estava entretido com uma papelada e não olhou para ela enquanto entrava. — Deve ser a senhorita Keyes, imagino — ele falou, como se não prestasse muita atenção. Seu inglês era perfeito, mas havia um leve sotaque italiano que acentuava seu sex-appeal. Marco estava de camisa branca com o botão do colarinho casualmente aberto, deixando seu pescoço à mostra. Isobel reparou no tom bronzeado da sua pele e no cabelo escuro e sedoso. Ao se aproximar da escrivaninh ...

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