Livro: Mano
Warning: Undefined array key "p" in /home4/mult6346/multiajudaromances.com.br/livro.php on line 148
Autor - Fonte: Coelho Neto
Warning: Undefined array key "p" in
/home4/mult6346/multiajudaromances.com.br/livro.php on line
168
...
Coelho Neto
A INSPIRAÇÃO DO LIVRO
Tendo perdido os primeiros filhos, que foram tantos quantos os que sobreviveram, “como se a
Vida apostasse com a Morte em lhe não ceder uma só vitória, tirando de cada túmulo uma
ressurreição”, Coelho Netto desistiu do aperreado sistema, tão mal sucedido, de encerrar e
atabafar em lãs os pequeninos, decidindo-se pelo da liberdade e dos exercícios físicos. E os
outros sete medraram. Emmanuel, o Mano, era o mais velho. Robusto, culto, modesto e bom,
ele simbolizava o tipo de atleta perfeito que Coelho Netto, sempre eqüidistante das competições
partidárias, idealizou na sua campanha pelo aprimoramento da juventude brasileira.
No Fluminense Football Club, Mano integrou o mais famoso conjunto de amadores da história
do football carioca, conquistando o tri-campeonato da cidade em 1917-1918-1919. Sua morte,
em conseqüência de séria contusão que sofreu num jogo do Fluminense, ocorreu a 30 de
Setembro de 1922, quando contava 24 anos de idade.
Depois da maior desgraça da sua vida, Coelho Netto, como forçado das letras, tendo de
escrever sem cessar para manter a subsistência da família, quando tomava lugar à mesa, para
começar o trabalho diário, só trazia um pensamento:
“Falando ou escrevendo esquecem-me as expressões, faltam-me os termos. Só tu ficaste, tu só,
tudo mais se esvaiu”.
E, procurando derivativo sua imensa desventura, fez da pena um rosário e desfiou em lágrimas,
dia a dia, o Livro da Saudade – “Mano”.
Paulo Coelho Netto
Setembro de 1956
CAPELAS
Ele era bom. Tinha a serenidade dos fortes. A juventude do seu corpo de atleta guardava uma
alma antiga, de orgulhosa origem, mas sempre alegre por perdoar e esquecer. Nunca lhe saiu
da boca uma queixa. Acostumara os lábios ao ritmo do louvor.
Sabia admirar. Sabia amar.
Mano!
Quem o apelidou assim, de pequenino, adivinhou que, depois de grande, quando olhasse, de
olhos abertos, a vida, havia de ser o que foi: o ir
...
ão. o Mano, mais moço ou mais velho, dos
outros homens que o conheceram, os amigos da sua intimidade e aqueles que, junto de Coelho
Netto e da companheira admirável desse nobre artista, aprenderam o culto da beleza e da
bondade.
Álvaro Moreyra.
ÚLTIMA VITÓRIA
A Coelho Netto.
Era uma forte e meiga criatura,
Alma infantil em corpo de gigante;
E n\'arena o julgáreis sempre ovante,
Da Grécia antiga olímpica figura.
Mas como cá na terra a desventura
Apunhala o valor a cada instante,
Chega-se a Morte ao moço triunfante
P\'ra tocá-lo co\'a ponta d\'asa escura.
Preces da aflita mãe, que a dor crucia,
Prantos do pobre pai, que era um poeta,
Tudo o supremo transe lhe angustia.
Mas tinha o lutador crenças de asceta,
Rompe-se em luz o nimbo da agonia.
Sorri. Mais uma vez vencera o atleta.
Carlos de Laet
A MORTE DO SOL
A Coelho Netto
Rubro clarão no poente.
Desce abrasado o Sol. Por um momento,
Dir-se-ia
Que em sua marcha lenta se detém.
Contempla, a última vez, no firmamento
A estrada percorrida, desde o Oriente,
Numa larga passagem triunfal.
Vai mergulhar no Além,
Penetrar na Agonia,
Perder-se no seu próprio sangue - a Luz.
Sabe que vai morrer. Olha o declive
Que ao túmulo conduz;
Lança depois o último olhar
De saudade final
Sobre a terra distante, sobre o mar,
E rola no horizonte. - É a noite que se eleva.
É a Treva.
Parece que na terra nada vive,
Nada existe
Tudo se esvaiu: a forma, a cor,
Que são a alma das coisas no Universo.
Tudo agora é diverso
No cenário do mundo
Que vai viver sem luz e sem calor.
O sol partiu e o céu, pálido e triste,
Tornou-se mais profundo.
Para que serve a treva? Que razão
A faz surgir assim, tão bruscamente,
Após a fulgurante luz do dia?
Por que a noite, senão para melhor
Destacar o fulgor
Longínquo das estrelas?
Por que a noite, senão
Para aos homens dizer que todas elas
São outros tantos sóis, iguais ao Sol
Que vemos apagar-se no ocidente
Para se erg ...
Warning: Undefined global variable $_POST in
/home4/mult6346/multiajudaromances.com.br/livro.php on line
252
Comentários:
Warning: Undefined global variable $_POST in
/home4/mult6346/multiajudaromances.com.br/livro.php on line
258
Warning: Trying to access array offset on value of type null in
/home4/mult6346/multiajudaromances.com.br/livro.php on line
258
Deixe aqui seu comentário sobre este livro: