Livro: Uma Canção duas Vidas
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... Bitter Encore Helen Bianchin Sabrina Nº 443 Rachel sabia muito bem que uma verdadeira legião de mulheres daria tudo para estar no lugar dela. E havia boas razões para isso. Afinal de contas, Laz Delany era um cantor famoso, belo, forte e dono de um incrível carisma. Mas não era só isso, porque Laz tinha talentos que só ela conhecia. Sentada ao lado dela no banco traseiro da Mercedes, a caminho de mais uma apresentação em que a platéia certamente estaria lotada, Rachel se perguntava por que estava sendo tão difícil a reconstrução do casamento. Copyright: Helen Bianchin Título original: Bitter Encore Publicado originalmente em 1985 pela Mills & Boon Ltd., Londres, Inglaterra Tradução: Natércia Pereira Neves da Silva Copyright para a língua portuguesa: 1987 EDITORA NOVA CULTURAL LTDA. Av. Brigadeiro Faria Lima, n.u 2000 - 3.° andar CEP 01452 - São Paulo - SP - Brasil Esta obra foi composta na Linoart Ltda. e impressa na Divisão Gráfica da Editora Abril S.A. Digitalização e Revisão: Ale Modolon CAPITULO I Já passava das dez da noite quando Rachel abriu a porta do carro e sentou-se ao volante. Com gestos mecânicos, ela deu partida no motor e manobrou para fora do estacionamento. Com cuidado, controlou a velocidade do Porsche Targa para en¬trar na avenida. Estava cansada mais do que de costume, pois tinha dado três aulas de ginástica aeróbica, em vez das duas sessões habituais. Deu um suspiro de alívio ao acelerar o carro na corrente de tráfego da cidade. Graças a Deus, as férias começariam no dia seguinte. A casa que ela dividia com Millie, no subúrbio de St. Lúcia, em Brisbane, não ficava longe. Vinte minutos, no máximo, se o trânsito estivesse bom. Naquele dia, ela fez o percurso em quin¬ze; pôs o carro na garagem e entrou. As luzes ainda estavam acesas. Quando ela abriu a porta e entrou, Millie apenas ergueu os olhos, preguiçosamente, e vol¬tou à televisão. Rachel foi direto para ...

o banheiro, tirou a malha de ginástica e abriu o chuveiro. Aos poucos, o cansaço foi desaparecen¬do, ao contato do corpo com o jato forte e quente. Depois ela se enxugou, completou a toalete, meteu-se no robe e desceu. Minutos mais tarde entrava na sala com uma xícara de café na mão. — Como foi o seu dia? — perguntou Millie, sem tirar os olhos da televisão. — Muito cansativo? — Não muito diferente dos outros — respondeu Rachel, afundando na poltrona ao lado da amiga. — Transpirar vitali¬dade e energia ilimitada, depois de um tempo, começa a ficar cansativo. — Algum problema se sairmos bem cedinho, amanhã? Rachel arregalou os olhos, admirada com o entusiasmo da companheira. — Tenha dó, Mille! Eu estava pretendendo dormir até tarde. — Ora, Rachel! Você terá a semana toda para dormir, se quiser. Imagine só aquela areia branquinha, o sol, o mar. Mal posso esperar para chegar lá — suspirou Millie, deliciando-se de antemão. — Imagino que não existe chance de fazer você mudar de idéia. — Nenhuma. Minhas malas estão prontas e, se quiser, posso até ajudar a fazer as suas. — Millie, já lhe disseram que você é terrível? — Inúmeras vezes, e esse é um dos meus encantos — respondeu contorcendo com uma risada o rostinho de duende. —¬¬ Compensa a falta de beleza. — Não há nada de errado com você, Millie — protestou Rachel. Millie fez uma careta. — Quando você está por perto, nem posso pensar em com¬petir. Você sabe que é lindíssima e eu a admiro por isso. E não me olhe desse jeito. Estou sendo sincera, pode crer. Droga! Sem¬pre que falamos nisso, parece que estou com inveja, despeito. . . — Bobagem, Millie. Eu acredito, e agradeço. Mas o que é que você chama de cedo? — Às sete horas está bom para você? — Você está maluca! — As oito, então? Ora, Rachel! Uma semana num aparta¬mento do hotel mais chique de Queensland. Quero chegar lá e deitar, afundar naquele luxo todo ...

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