Livro: Com a Primavera no Coração Página 3

... n. Eu prometo que você vai gostar. É num clube elegantérrimo e o serviço é de primeira. Apanhada de surpresa pela sugestão da mãe, Karen ficou na dúvida, sem saber o que dizer. Não podia dar a desculpa de sempre, de que não tinha com quem deixar a filha pequena. Bárbara aguardava sua resposta com ansiedade. – Está bem, eu vou. A que horas você vai sair, Bárbara? – Lá pelas nove. Está bom para você? – Está. Você passa por aqui ou prefere que eu passe na sua casa? – Você é quem sabe. – Bem, passarei pela sua casa às nove. – Combinado. – Bárbara voltou-se para Grace. – Desculpe a correria, mas eu ainda vou ao cabeleireiro e ao supermercado, para fazer as compras da semana. Até mais tarde, querida. Muito prazer em conhecê-la, Grace, e até outra vez. Karen acompanhou a amiga até a porta e voltou à sala com expressão pensativa. Fazia mais de cinco anos que não ia a uma festa e estava apreensiva e assustada com o programa como uma adolescente que sai pela primeira vez com o namorado. Mas ela não era mais uma adolescente. Tinha vinte e cinco anos e era mãe de uma menina de cinco. – Com que vestido você vai? A pergunta da mãe acordou-a do devaneio. – Não sei. Preciso escolher. – Posso ajudá-la? – Vamos até o quarto ver como está o meu guarda-roupa. Em parte por sugestão de Grace, Karen acabou optando por um vestido de tafetá brilhante que acentuava a cor de seus cabelos louros e lhe dava uma figura esguia, etérea. – Que tal? – perguntou Karen – Grace, mirando-se no espelho. – Está perfeito. Esse vestido tem um caimento lindo. Combina muito bem com seu tom de cabelo. Depois da escolha do vestido, foi a vez da maquilagem. Karen pintou cuidadosamente os lábios e passou sombra azul nos olhos. Em seguida, apanhou o vestido que estava pendurado no cabide e enfiou-o cuidadosamente pela cabeça, tomando cuidado para não desmanchar o cabelo. A festa no clube era um acontecimento social m ...

ito mais importante do que Bárbara tinha dado a -entender. Uma boa parte da sociedade de Auckland estava presente aquela noite na mansão suntuosa de dois andares cujo estilo arquitetônico lembrava a época colonial nos Estados Unidos. O gramado que cercava a casa estava impecavelmente aparado e a piscina olímpica, com holofotes poderosos nas paredes de ladrilho azul, sobressaía-se da paisagem por seu brilho intenso. Em volta da piscina havia barracas coloridas, armadas no centro de mesas de madeira branca, bem como cadeiras de lona e espreguiçadeiras. Ninguém, porém, se aventurava a entrar na piscina àquela hora da noite, especialmente porque a temperatura caíra sensivelmente à tarde. Alguns convidados, no entanto, passeavam de braços dados pelo jardim e beijavam-se nas sombras das árvores. Outros dançavam no salão de festa ou provavam os deliciosos salgadinhos que estavam servidos na mesa imensa que ocupava toda uma parede da sala. Havia um movimento incessante de casais. Os garçons corriam de um lado para o outro do salão com as bandejas de bebidas levantadas no alto. Karen circulou algum tempo pelas diversas salas do clube, ao mesmo tempo fascinada e ligeiramente intimidada com a agitação que reinava em toda a parte. Alguns convidados cruzavam \'por ela, com copos de bebida nas mãos, voltavam-se e balançavam as cabeças, com um ar de quem entende do assunto. Outros conversavam nos cantos em pequenos grupos e comentavam em voz baixa, educadamente, as qualidades de um corpo ou o contorno de um busto. De repente, Karen sentiu um arrepio estranho na espinha, como se estivesse sendo observada. Voltou-se com um gesto brusco encontrou dois olhos castanhos que a observavam fixamente de um canto da sala. O homem era alto, moreno, de ombros largos, e estava vestido com um terno marrom de um feitio impecável. Havia uma aura de masculinidade que transpirava de todas as fibras do seu corpo robusto. As feições másculas estavam esculpidas com preci ...

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