Livro: Com a Primavera no Coração Página 2

... ta de nada no momento. Grace deu um suspiro, chegou para a frente da cadeira e colocou a xícara vazia em cima da mesinha de centro. – Mudando de assunto: você fez amizades no seu novo emprego? – Algumas. Infelizmente, os bons partidos estão todos comprometidos, se é isso o que você quer saber. – Não acredito! – Juro. O vice-diretor é um solteirão convicto. O gerente tem uma mulher linda e quatro filhos pequenos. E assim por diante. Na minha seção só trabalham mulheres. Garotas, na maior parte, que só pensam em namorar. Os funcionários da fábrica, por sua vez, entram e saem por um portão lateral e comem num restaurante próprio. Em suma, não conheci nenhum homem interessante nesse novo emprego. – Karen deu um sorriso. – Ah, sim, ia me esquecendo. Não fui apresentada ainda ao nosso presidente. Ele viajou para a Europa e deve voltar no fim da semana. – Ele é solteiro? – perguntou Grace com os olhos brilhantes. – Acho que sim. A sala dele é no andar de cima e eu raramente vou lá, a não ser em casos de extrema necessidade. Karen porém não contou à mãe que Mike Evans, um dos executivos da companhia, convidou-a diversas vezes para sair. Aliás, ele costumava visitá-la regularmente antes do expediente, e não havia jeito de persuadi-lo de que ela não estava absolutamente interessada em seus programas. Karen não era mais criança e sabia perfeitamente o que estava por trás dos convites de Mike. Primeiro, jantar num bom restaurante da cidade. Segundo, “Vamos tomar um drinque no meu apartamento? É logo ali”. Terceiro, “Você não quer conversar na cama? É muito mais confortável.” – Você me deixa preocupada, filha. Eu gostaria de vê-la casada. – Eu, hein? Uma vez foi o bastante. Karen foi salva do sermão materno pela campainha da porta que tocou nesse momento e interrompeu a conversa entre as duas. – Espere um instantinho, mãe, vou ver quem é. Grace ajeitou-se na cadeira, passou os dedos para alis ...

r os fios soltos no alto da cabeça, e aguardou a volta da filha, embora estivesse com o ouvido atento à conversa que vinha da porta da frente. – Bárbara! Que surpresa agradável. Estava falando de você nesse minuto! – Bom sinal. Você está ocupada? – Mamãe está aí. Entre! – Eu posso passar outra hora, se você preferir. – Que nada! Entre. Vou apresentá-la a mamãe. Ela veio passar o fim de semana aqui. Lisa ia voltar com ela para aproveitar os feriados, mas mudou de idéia na última hora. – Eu passei rapidamente para lhe pedir um favor – disse Bárbara, acompanhando Karen à sala de estar. – Você quer que eu tome conta de Tânia? – Não, não é isso. É um outro favor – acrescentou Bárbara com um sorriso de mistério. No momento em que as duas entraram na sala, Grace voltou-se para elas com um sorriso, como se estivesse surpresa com a chegada de Bárbara. – Mamãe, eu queria apresentar uma amiga. Bárbara e eu nos conhecemos há um ano, no jardim da infância. Bárbara caiu na gargalhada. – Explique à sua mãe que nossas filhas são da mesma idade. – Muito prazer em conhecê-la – disse Grace, estendendo a mão bem tratada à amiga da filha. – Sente-se, pôr favor. – Muito obrigada, mas eu estou só de passagem. – Bárbara voltou-se para Karen. – O favor que eu queria pedir é o seguinte: Bruce não voltou de viagem, como era previsto, e eu recebi um convite para ir a uma festa sensacional e não tenho companhia. Você não quer ir comigo? A gente vai se divertir muito. – Mas é claro que ela quer! – interveio Grace, com animação. – Por favor, mamãe, sossegue. Deixe-me resolver minha vida sozinha. Karen, como sempre, não tinha a menor vontade de ir a festas, nem de conhecer ninguém. Preferia ficar tranqüilamente em casa, vendo televisão ou lendo um bom livro. – Aproveite que eu estou aqui e saia um pouco com sua amiga, filha! – insistiu Grace, sem se dar por achada. – Vamos, Kare ...

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