Livro: Ninguém escreve - Romance
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Autor - Fonte: Marcos Satoru Kawanami
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Marcos Satoru Kawanami
Rua Dr. Edmilson Pessoa Cavalcanti, 1357
CEP: 15190-000 Nhandeara SP
telefone: (17) 3472-2989
Este romance panorâmico do século XX constitui-se de três partes, a evolução ficcional de um narrador ingênuo (Zé Ninguém) em sua saga para se tornar um verdadeiro autor. A primeira parte é romântica e subjetiva; a segunda é anti-romântica e caricatural, baseando-se em um samba de Noel Rosa; e a terceira tem compromisso histórico e social.
O romance Ninguém Escreve é, em linhas gerais, uma trilogia humanística que reflete na prosa narrativa a resistência da beleza poética do humor e da virtude contra uma realidade que tenta impor o pessimismo e a malícia.
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1ª PARTE
ESPELHOS PARALELOS
—Zé Ninguém, rapaz de pouca inteligência, põe-se a escrever.
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É estranho dizer que alguém tenha acordado dormindo. Causa estranhamento por ser inexeqüivelmente contraditório, ou, em sentido contrário, ser óbvio. Ora, não se pode acordar e permanecer dormindo; mas também estado preliminar para se acordar é estar dormindo.
A verdade é que Zé Ninguém, então com quinze anos, acordou. dormindo. Abriu os olhos, espreguiçou-se e dirigiu-se à cozinha, onde encontrou sua irmã Cleópatra Rockefeller, sua mãe Amélia (a mulher de verdade), seu pai Petit Cacá (o filósofo metafísico, físico clássico e relativístico, químico explosivo e engenheiro-geral, Doutor Cacareco), e a empregada Raimunda, que era feia de cara.
Zé Ninguém cumprimentou a todos e, qual de ordinário, deglutiu seu pão-com-manteiga e café-com-leite, a tradicional refeição matinal brasileira. Foi então que mamãe Amélia o foi despertar a fim de tomar seu rumo na vida, Zé Ninguém: é hora de ir para a escola!
Ele não respondeu aos chamados, nem acordou; porém já havia tomado café e caminhava para a escola deliciando-se com a fresca brisa da alvorada. ―Minha Nossa Senhora!‖, exclamou Amélia. ―Espera aì: a Senhora
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tua ou nossa?‖, perguntou o Dr. Cacareco. ―Que importa, homem?! Nosso filho morreu!‖. Fez-se um minuto de silêncio; Cleópatra Rockefeller, exibindo um sorriso matreiro, foi apalpando o pulso do irmão até que sentenciou: ―Ele nunca me enganou; é fingido, é preguiçoso e burro; morto que morreu mesmo não pode ter estes batimentos cardíacos que sinto no pulso do safardana!‖. Com violência, Cleópatra Rockefeller derrubou o irmão da cama. Devido à queda, o nariz de Zé Ninguém começou a sangrar, mesmo assim ele permanecia inerte. O remorso levou Cleópatra Rockefeller a chamar uma ambulância. Zé Ninguém foi internado no Hospital da Glória, onde os médicos, sem achar explicação melhor, declararam soberanamente que ele estava em coma.
Qual coma, qual nada! O ilustríssimo cidadão da república, de quem nos ocupamos, seguia vivendo normalmente. O corpo inerte, mas seu imaginário (quiçá a sua alma) continuava mais ativo que nunca. Não estava no Hospital da Glória, mas já no começo da sua própria glória: a primeira aula de Literatura da sua vida!
Foi logo simpatizando com o professor, seu xará Zé Coisinha, que, qual todos os demais professores, ensinou-lhe tudo o que ele sempre poderia aprender sozinho sem ter que engolir o que regorgitavam dos livros os mestres sofistas da modernidade. Isto porque tudo o que lhe ocorreu após a manhã em que acordou dormindo foi fruto da sua imaginação, unicamente adubada pelas vivências reais precedentes. Bem, simpatizou com Zé Coisinha porque nele sintetizou seu ideal de professor: o que ensina tudo aquilo e somente aquilo que os alunos querem aprender, ou seja, o que interessa.
Apesar de saber antecipadamente o que seria ensinado, tratando-se de sonho, Zé Ninguém simulava que tudo era novidade empolgante, incrível; e aprendia com
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gosto. Tinha razão, Zé Coisinha desenvolvera um método pedagógico muito razoável que consistia em classificar os livros conforme ...
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