Livro: Amor sem compromisso - Daphne Clair Página 2

... outro. — Não era nada, apenas um comentário de Jepson. — O que ele andou falando, desta vez? — Não quero aborrecê-la. — Fale, Owen! Não fique constrangido, pois sei muito bem o conceito que Gavin Jepson tem a meu respeito. — Para ser sincero, Stella, alguns membros da diretoria ficaram surpresos com sua insistência para que Langford conse¬guisse o emprego. O cargo de diretor de projetos exige bastante experiência. — Russ Langford tem experiência. Quando deixou a univer¬sidade, fez um estágio nos Estados Unidos que abrangeu todos os aspectos da moderna tecnologia dos computadores. Em seu último emprego, era encarregado da parte técnica dos. — Eu sei de tudo isso. — Owen suspirou. — Mas ele tem apenas vinte e cinco anos, Stella! — Que importância tem a idade, se ele for competente? Stella reclinou-se na cadeira, sem entender o motivo de tanta polêmica em torno do assunto. Pensativa, passou a mão nos ca¬belos loiros, observando que o sol inundava a sala, em grandes manchas douradas. Se pudesse ir até o porto, sentir o ar fresco da manhã. — Qual é a opinião de Gavin? — perguntou a Owen, desani¬mada. — Que eu me deixei envolver por um homem atraente? Owen tossiu outra vez. — Não foram exatamente essas as palavras dele. — Posso imaginar. Escute bem, Owen: quero Russ Langford para diretor de projetos porque sinto que ele tem as melhores qualificações para o cargo. Pareceu-me bastante experiente para saber o que está fazendo. Além disso. — Ela fez uma pausa, lembrando-se da maneira como Russ a olhava, na entrevista. Ele praticamente ignorara a presença dos outros diretores, res¬pondendo diretamente a Stella. E isso tinha sido muito bom. Ele tinha compreendido que a presidente da companhia não era uma simples figura decorativa, como alguns achavam. —Além disso, Owen, não sou nenhuma adolescente para me deixar impressio¬nar por um rosto bonito. — Mas é claro, Stella! Você sabe que não concordo ...

com Gavin! Estou do seu lado. — Desculpe, meu amigo, mas, sempre que as fofocas de Gavin chegam até mim, perco o controle. Owen se remexeu na cadeira, constrangido. — Bem. não quis aborrecê-la, eu apenas. — Não sei por que meu marido o apreciava tanto — ela con¬tinuou. — Por mim, seria preferível que nunca tivesse entrado para a companhia! Mas Mark fez tanta questão. — Gavin é muito inteligente e tem uma grande capacidade para o cargo que ocupa. — É inteligente para os negócios, mas sobre mulheres não sabe nada. Nunca conheci um homem tão preconceituoso! — Foi justamente a habilidade dele nos negócios que interes¬sou Mark. Não acredito que a opinião de Gavin sobre mulheres tenha alguma importância para a companhia. — Meu marido não podia prever que morreria aos quarenta e dois anos, deixando-me na presidência. Ninguém supunha que eu teria de enfrentar a obstinação de Gavin contra mim. Apenas porque sou mulher, ele me acha incapaz de tomar decisões acer¬tadas. Será que é tão estúpido a ponto de pensar que eu esco¬lheria o novo diretor de projetos apenas porque gostei da cor de seus olhos? — Stella sorriu, encarando Owen. — Nem consigo lembrar-me da cor dos olhos dele. E você? — Sou desligado demais para esses detalhes. Mas o sr. Russ Langlord não é um tipo comum. — É claro que notei que o sr. Langford tinha a melhor apa¬rência entre todos os candidatos, mas isso não quer dizer nada. Que juízo Gavin faz de mim? Tenho vinte e nove anos e todos sabem que jamais olhei para outro homem, desde a morte de Mark. — Talvez esteja na hora de começar a mudar. — Como? — Surpresa, ela observou o rosto do amigo. O que ele estava querendo dizer? — Desculpe, pensei em voz alta — Owen se apressou a dizer. — Mas o que eu acho é que ter vinte e nove anos não significa estar no crepúsculo da vida, Stella. — Parou, tomando coragem. — Gavin Jepson, só para dar um exemplo, ficaria bastante fe ...

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