Livro: Magia da paixão Página 5

... , com as mãos enfiadas nos bolsos da calça. Havia afrouxado a gravata, mas mesmo assim estava impecável no seu terno azul-escuro. - Alan também faz parte da C. T. Aços? - ela perguntou de repente. - Está querendo saber se ele também tem algo a ver com a morte de seu pai? - E a expressão de seus olhos se endureceu. - Não ficaria surpresa se fosse verdade - ela replicou. - Na realidade, ele é um dos diretores da empresa, embora não esteja tomando parte ativa nos negócios ultimamente. Lucy pensou que, qualquer que fosse a ligação de Alan com a companhia, já o tornava implicado no caso de seu pai. - Sua mãe o conheceu numa reunião de credores, na qual se tentou esclarecer toda a situação financeira de seu pai. - O quê?! - Lucy explodiu. - Ela nunca me falou sobre isso. - Posso entender o motivo - ele retorquiu. - Você é uma garota difícil, Lucy Anderson. - Se você não tivesse processado meu pai, ele ainda estaria vivo hoje - Lucy acusou-o. - Ele nos devia dinheiro. - Martin Goodfellow era quem lhe devia o dinheiro, e não meu pai. Não pode entender que aquela firma significava tudo para ele? Era sua vida, e foi praticamente formada do nada. Mesmo quando já podia deixar o trabalho para outros, insistiu em ficar ao lado dos funcionários, Não era apenas uma figura decorativa, sentada em sua mesa contando dinheiro. - Teria sido melhor se fosse. Goodfellow não lhe prestou grandes serviços. Lucy terminou de beber o leite e bateu o copo com força sobre a mesa. - Meu pai não tinha tino para esse lado dos negócios. Ele mesmo admitiu isso, muitas vezes. Confiava em Martin,já que haviam trabalhado juntos por muitos anos. Desconfio que Martin deixou-se levar pela ganância, depois que se envolveu com aquela mulher. Ele a levou para sua própria casa, sabia? - Se eu não o tivesse processado, algum outro o teria feito - Conan afirmou. - Tolice! Compravam todo o aço de vocês. O que deviam aos outros era ninharia. Por que não lhe ...

eu uma oportunidade de ajeitar os negócios, antes de processá-lo? - Gostaria de ter feito isso, mas não é assim que o mundo dos negócios funciona. - Como se eu não soubesse - Lucy lamentou. - Porém Martin fugiu antes que soubéssemos o que estava acontecendo, e meu pai insistiu em assumir toda a culpa. Ele era assim mesmo. Gostaria que fosse agora. Realmente não desejo prolongar esta conversa. - Nem ao menos vai me oferecer uma xícara de chá? Ou prefere que eu mesmo faça? - perguntou, divertindo-se com seu ar contrariado. Lucy não queria que ele se sentisse muito à vontade. - Eu mesma farei o chá. Gostaria de sentar-se na sala enquanto isso? - Ficarei aqui mesmo, observando-a. Ainda não descobri se você fica mais bonita quando está zangada ou quando está sorrindo. Como foi que sua mãe pôde lhe arrumar aquele emprego? Ela devia saber qual seria sua reação quando descobrisse quem era Conan. Lucy amara muito o pai. Quando era bem pequena, fora Eric Anderson quem cuidara dela, enquanto Valerie estivera doente. Ele a vestia, brincava com ela e lhe dava muito amor; Lucy nunca fizera segredo de que jamais queria ouvir o nome da empresa que processara seu pai. Por que então sua mãe se deixara envolver com Alan Templeton? Como poderia amar esse homem que fazia parte da companhia que arruinara suas vidas? Nada fazia sentido. Valerie ficara totalmente arrasada após a morte de Eric. Como podia perdoar Alan Templeton a ponto de se casar com ele? Lucy sentia-se incapaz de entender. Assim que a água ferveu, ela preparou o chá. Conan apanhou a bandeja com o bule e as xícaras e levou-a para a sala. - Por que começou seu curso de secretariado apenas aos vinte e um anos? A pergunta tomou-a de surpresa. - Quer dizer que minha mãe não lhe contou? É surpreendente, já que fui tema de tanta discussão. Na realidade, deixei o colégio aos dezesseis anos, pois achava que já havia tido o estudo necessário e desejava conhecer o mundo lá fora. ...

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