Livro: Lobo selvagem
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... Localizar e pesquisar uma tribo esquimó no extremo norte do Canadá parecia, para Belinda, um trabalho fascinante e um grande desafio. Mas suas esperanças e seu sucesso dependiam de um homem que, desde o prin¬cípio, deixou bem claro que ali não era lugar para uma mulher branca. Apesar de ser in¬glês, Barron vivia há muitos anos entre os es¬quimós e tinha se tornado um deles. Aceita¬va seus costumes primitivos e desprezava o mundo civilizado que Belinda representava. Sua fama de homem corajoso e às vezes até feroz era conhecida nos pontos mais longín¬quos dos vales e montanhas gelados. Para os nativos, ele era Amaruq, "o Lobo": peri¬goso, assustador, selvagem, irresistível! Este Livro faz parte do LivrosFlorzinha, sem fins lucrativos e de fãs para fãs. A comercialização deste produto é estritamente proibida. Lobo Selvagem “The Wolf Man” Sandra Clark CAPITULO 1 — Nervosa? — perguntou Chuck, o piloto. Belinda fez que não com a cabeça, embora estivesse pálida. O pequeno avião de quatro lugares acabava de perder altura e balançava terrivelmente no céu nublado, em direção ao norte do Canadá. Tinham deixado para trás as últimas árvores de uma grande floresta de pinheiros e agora começavam a sobrevoar as planícies geladas, entremeadas de lagos. Logo estariam se aproximando de Barren Grounds. Belinda olhou para baixo, para as rochas escuras e as águas verde-acinzentadas dos lagos. Era uma paisagem assus-ladora e ela se sentia incapaz de dizer qualquer coisa. Minutos antes, o piloto tinha tirado as botas e pendurado o casaco de pele num gancho da cabine. O calor do motor aquecia o ambiente, quebrando o frio intenso, mas Belinda preferiu não tirar a jaqueta cor-de-rosa. Bem agasalhada, sentia-se mais protegida. O barulho do avião a deixava tensa. E, quanto mais olhava para baixo, mais certeza tinha de que aquela região, onde deveria viver por alguns meses, não era nem um pouco hospitaleira. Ac ...

ava-se uma completa idiota por estar com medo de voar. Tanto os esquimós quanto os brancos que viviam naquela parte do mundo usavam o avião com a mesma tranquilidade com que ela usava seu carro para voltar para casa. Dizia a si mesma que não podia esperar nada diferente daquele vôo acidentado. Afinal, se não queria um pouco de aventura e perigo, devia ter ficado na Inglaterra! — Em que está pensando? — gritou Chuck. — Em nada importante. Só estava pensando que esta vinda para o Canadá me tirou completamente da rotina que eu vivia na Inglaterra! — E como era sua rotina? — perguntou Chuck, observando-a com o canto dos olhos. — Sou professora assistente numa universidade. Belinda falou como se aquela atividade a aborrecesse terrivelmente, mas na verdade adorava seu trabalho, e não apenas pelo fato de ser assistente de Derek, o grande professor de Linguística e um dos homens mais charmosos que conhecia. Tentando não prestar atenção ao avião, que não parava de trepidar, e à paisagem terrível embaixo, começou a pensar no que acontecera nas últimas semanas. Ainda se sentia orgulhosa quando lembrava o dia em que tinha sido chamada à sala de Derek. Ele estava parado diante da janela e se virou para cumprimentá-la com aquele sorriso que a deixava sim¬plesmente fascinada. Casado, pai de dois filhos quase da idade de Belinda, Derek resis¬tia com sucesso às várias tentações de ser infiel à mulher. Não era o tipo de homem que tirava vantagens da posição de chefe de depar¬tamento, embora fosse muito difícil para ele não se envolver com as garotas bonitas com quem trabalhava. Principaimente no caso da jovem, loura e bonita Belinda. Ela também ficou logo atraída e, se Derek tentasse alguma coisa, não sabia se teria forças para resistir. No trabalho, deram-se muito bem, mas a relação pessoal ficava mais difícil a cada dia que passava, pois ambos tinham consciência de que não era uma simples amizade que os unia. Quand ...

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