Livro: Algo Escandaloso Página 5

... izabeth curvou os ombros. Ouvira dizer que Edward tinha muitos filhos legítimos e adotados. Sem dúvida, era ele quem estava a caminho. Assim que chegasse com todas aquelas crianças, ela teria de procurar outro lugar para morar. — Elizabeth? — Deve ser o novo duque — murmurou ela, soltando a mão de Sophie. — Faz ideia de quando ele chegará? Sophie deu de ombros. — Não tenho meios de saber. Com Jennette, eu soube naquela mesma noite. Com Avis, eu soube com antecedência. Não controlo minhas visões. — Compreendo. Elizabeth esperou que o criado trouxesse o chá com bolinhos em uma bandeja de prata. Depois ela mesma serviu as duas, e ambas s e recostaram no sofá. — Sabe que minha casa sempre estará aberta para você — disse Sophie. — Minha tia diria que abrigar a filha de um duque nos tornaria mais importantes aos olhos da sociedade. Elizabeth soprou o chá antes de beber. — Obrigada, Sophie. Rezo para que isso nunca chegue a acontecer. Ela precisava de tempo para inspecionar os quartos que faltavam. Não demoraria muito, apenas mais alguns dias. Então ficaria satisfeita de deixar a casa do duque. Apesar de não fazer ideia de como iria sobreviver. Possuía apenas uma modesta mesada, e detestava a ideia de ser um fardo para quem quer que fosse. — O que fará se ele pedir que vá embora? — perguntou Sophie antes de tomar seu chá. Elizabeth suspirou. — Creio que poderei encontrar trabalho. — Elizabeth, você não fará tal coisa. — Não quero depender de ninguém, Sophie. — Tem algum dinheiro que seu pai lhe deixou. Elizabeth balançou a cabeça devagar. — Não é suficiente para me manter por conta própria. — Mas não deve nem pensar em trabalhar. Isso está abaixo de sua posição. — Não mais. Tenho talento para jardinagem. Quem sabe eu encontre um trabalho para cuidar de jardins. — Sim, mas acha que alguém contrataria uma mulher jardineira? — Talvez não — respondeu Elizabeth com desânimo ...

— Então acho que só me resta ser babá. — Sim, mas a dona da casa poderá achar estranho que a filha de um duque procure trabalho. Poderá até imaginar que o marido arrumou um pretexto para trazer a amante para dentro de casa. Elizabeth pousou a xícara no pires com um gesto abrupto, e o líquido quente quase respingou sobre seus dedos. — Então, o que devo fazer? — Que tal se casar? Elizabeth refreou a impaciência, diante do romantismo de Sophie. — Não preciso de um marido. Sophie deixou escapar uma risadinha. — Claro que precisa. Um bom homem na sua cama não faria mal. Pense sobre o que lhe disse. Minha tia e eu adoraríamos tê-la conosco. — Levantou-se e pegou o chapéu. — Agora vou embora. Mas depois que Sophie partiu, suas palavras continuaram na mente de Elizabeth. Não precisava de um homem interferindo em seus negócios. A maioria só queria enfiar o nariz. e outras coisas. onde não eram chamados. Embora já tivesse conhecido alguns homens atraentes, a maioria era maçante. Às vezes imaginava se haveria alguma coisa errada com ela. Depois de observar duas de suas melhores amigas se apaixonar loucamente e casar, deveria se considerar um tanto diferente por não ter tais ambições. Tudo que desejava na vida era conhecer seu passado. Ignorar a identidade de seu próprio pai cada vez mais a consumia como uma doença. Talvez porque soubesse que seus dias naquela casa estavam contados. Quando o herdeiro assumisse o controle, ela não poderia ficar. Não se encaixava ali. Durante toda a sua vida fora lady Elizabeth, a filha do duque de Kendal, já que o duque nada relevara publicamente, e ninguém conhecia a verdade, exceto os que desconfiavam. Nem Richard ou Caroline podiam ter certeza. Tudo que sabiam era que seu pai, o duque, quase não lhe deixara dinheiro, e que Elizabeth, ruiva e com sardas, não se parecia com ninguém da família. Elizabeth tornou a pegar o cálice de xerez e tomou um gole. Precisava haver algo que ...

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