Livro: Algo Escandaloso Página 3

... rreram, então Richard é o herdeiro. — Tem razão. Entretanto, se ambos morreram, outro membro de sua família comunicaria ao advogado daqui — observou Elizabeth, cerrando os punhos com impaciência. — A menos que a família inteira tenha sucumbido nas mãos dos selvagens que habitam aquelas paragens. Mas, na verdade, isso não deveria lhe interessar — comentou Caroline. — Você será um fardo tanto para nós como para o novo duque. Elizabeth sabia bem disso. Possuía apenas uma mesada insignificante deixada por seu pai. o falecido duque. — Sei disso, Caroline. Creio que terei de morar com uma de minhas irmãs quando o novo duque se instalar. — E elas por acaso querem você? — resmungou Caroline. — Não se preocupe com isso — retrucou Elizabeth. Suar irmãs eram muito mais velhas, e ela mal as conhecia. Nenhuma jamais a convidara para passar alguns dias em sua casa. — Não me preocupo, fique tranquila — replicou Caroline, arqueando as sobrancelhas. — Mas se eu fosse você, trataria de procurar um marido entre os cavalheiros disponíveis. Egoísta do jeito que era, Caroline, no lugar de Elizabeth, procuraria os homens mais ricos e com títulos mais importantes. Elizabeth não pensava assim. Se fosse obrigada a casar, então procuraria um homem que a amasse pelo que era. ou pelo que não era. — Seja como for, Elizabeth — interveio Richard com voz pausada e carinhosa — , só queremos o melhor para as propriedades. O administrador de seu falecido pai pode muito bem ter roubado a família sem que ninguém percebesse. Alguém precisa tomar as rédeas da questão até que tenhamos notícias do novo duque. Meu advogado entrará com uma petição para o príncipe, a fim de que eu possa administrar as propriedades até que Edward apareça ou seja definitivamente dado como morto. Elizabeth fitou Richard. Com os cabelos grisalhos e as linhas de cansaço vincando sua testa, aparentava exatamente seus sessenta anos de idade. Ela deixou ...

scapar um suspiro. — Tenho verificado os livros contábeis de cada propriedade todos os meses, Richard. O administrador de meu pai é um homem honesto. Caroline balançou a cabeça de leve. Enquanto seu marido parecia um velho, ela tinha apenas seis anos a mais do que Elizabeth, que estava com vinte e seis. — Anda verificando os livros de contabilidade? — perguntou em tom irônico. — Pensei que fosse uma dama. — Sou muito competente quando se trata de matemática. E, ao contrário de vocês dois, cresci nessas propriedades. Quem melhor do que eu para conhecer suas necessidades? — É claro, prima — disse Richard em tom apaziguador. Elizabeth sabia que estava derrotada. A menos que ela própria procurasse a intervenção do príncipe. Mas duvidava que ele lhe desse ouvidos. O príncipe desejaria ver um homem no controle das terras, não uma moça como ela. Elizabeth até se surpreendia com o fato de o príncipe ainda não ter interferido. — Caso suas irmãs se recusem a acolhê-la, creio que poderá permanecer aqui — Richard falou. — Richard! — A voz de Caroline subiu mais um tom. — Dentro de alguns meses não haverá espaço na casa. E esfregou o ventre protuberante pela gravidez. Foi a vez de o marido sacudir a cabeça e erguer os olhos para o alto com impaciência. — Esta casa é grande o suficiente para um bando de crianças, Caroline. Não permitirei que minha prima fique na rua. — Mas. — Chega, Caroline. Elizabeth poderia se sentir esperançosa se não fosse o tom cansado e não muito convincente de Richard. — Todos desconfiamos de que Elizabeth não seja de fato sua prima — resmungou Caroline, levantando-se para ir embora. Antes que Elizabeth pudesse dar uma resposta altiva, o casal partiu. Não se surpreendia que especulassem sobre seu passado. Os rumores sobre a modesta herança que o duque lhe deixara se espalhavam pela alta sociedade. A maioria concluíra que fora porque Elizabeth brigara com o pai por caus ...

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