Livro: Ao Sabor da Sorte Página 3

... o grande de Zack estendendo-se para o interruptor de luz. A mão dela impedindo-o de fazer aquilo. — Você provavelmente não podia ver. — E você não pensou em mencionar isso na ocasião? — Eu não tinha certeza. — Ela esfregou a testa, suspirando. Era sua primeira vez, como poderia saber? E, mesmo que soubesse, não teria sido capaz de abordar um assunto tão íntimo. Não com ele. — Eu não. Não achei que o conhecesse bem o suficiente. — Não me conhecia bem o suficiente? — Ele emitiu um som ríspido que podia ter sido uma risada. — Não era como se nós estivéssemos num relacionamento — ela murmurou. — Era constrangedor demais falar sobre. Um assunto como aquele. Skylar deu-lhe um olhar nervoso, e um fio de esperança a apaziguou um pouco. A boca de Zack estava mais relaxada. A raiva ainda parecia estampada nas feições dele, mas suas sobrancelhas arqueavam-se numa expressão mais confusa agora. Talvez ele acreditasse nela. — Eu não enxergava absolutamente nada — disse ele, como se para si mesmo. —Apenas esperei que você fizesse Maya sair do quarto. — Zack a fitou de modo penetrante. — Você estava muito ávida para se livrar de mim, na ocasião. Skylar caminhou até a mesa de jantar e sentou-se. — Eu pensei que seria poupada. — Ela uniu as mãos em forma de prece sobre a mesa. —. Visto que era minha primeira vez. O tom de voz dele era incrédulo: — Skylar, você cria cavalos. Virgem ou não, certamente entende as implicações de sexo sem proteção. Esfregando uma mão na outra, ela assentiu pesarosamente. Zack recostou-se no sofá, olhando-a com intensidade. Estava feito. Ela lhe dirigiu alguns olhares furtivos, e as feições bonitas dele começaram a causar impacto em seus sentidos já aguçados. Uma pele como a de Zack amava o sol, e seus próprios braços alvos, nus abaixo dos cotovelos, pareciam insípidos comparados aos dele, saudavelmente bronzeados. As estações da Nova Zelândia eram o oposto ...

dali, e Dakota do Sul tinha acabado de sair de um inverno longo e frio. Os cabelos cor de areia de Zack eram ainda curtos atrás, porém mais longos do que ela se recordava nos lados e na frente. As covinhas profundas em ambas as faces bem definidas e no queixo forte não estavam em evidência naquela noite. Skylar apaixonara-se perdidamente por aquelas covinhas quase à primeira vista. — Alguém mais sabe? Ela balançou a cabeça. Evitar a família e seus jantares mensais não era difícil naquela época, a mais movimentada do ano para o Haras Fortune. — Quando você estava pensando em lhes contar? Depois do nascimento, ou. O sarcasmo dele intensificou a culpa de Skylar. — Sinto muito. — Você sente muito. — Zack começou a andar pela sala novamente, como se estivesse circulando sua presa. — Eu não. O responsabilizo ou coisa assim. — O quê? — A tensão na voz tranquila dele atingiu seus nervos. — Quero dizer, financeiramente. Houve um longo silêncio atormentador. Ela suspirou, ainda não o olhando. — Quero dizer, isto não tem de implicar. Zack sentou-se repentinamente, como se todo o ar houvesse saído de seus pulmões. — Não — disse ele estupefato. — Eu sou apenas o pai. Ele estava pálido. Skylar levantou-se, um nó de culpa na garganta. — Você quer alguma coisa? Um drinque? — Você está saindo com alguém? Ela inclinou a cabeça com um sorriso de descrença, como se ele tivesse dito algo ridículo. — Não. — Skylar torceu suas mãos. — Quem? A avaliação desconfiada de Zack era injustificável. — O que você está fazendo aqui, afinal de contas? Pensei que não voltaria até o outono. — Blake ligou-me — murmurou Zack. — Ele estava preocupado; disse que você não estava sendo você mesma. — Ele não devia ter feito isso. — Feito o quê? — Envolvido você. Zack cerrou os dentes com força. — Uma vez que sou apenas o pai. — Meu irmão não sabe de nada. — Éramos dois! — ...

Comentários:

Deixe aqui seu comentário sobre este livro: