Livro: O grande prêmio do amor
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... Restless Tíde Georgia Bockoven Com louca e eletrizante paixão, Carla e Richard se encontraram pela primeira vez nos braços um do outro, numa cidade onde a busca de prazer e pecado era uma constante: Las Vegas. E se descobriram e se amaram com a ânsia incontida de quem esperou a vida toda por aquele instante. Mas Richard Fleming tinha outra paixão: o automobilismo. Arriscava a sorte nas pistas de corrida e atormentava Carla, que não suportava a angústia de esperar por ele nos boxes, sabendo que a qualquer hora poderia vê-lo morrer. Sem forças para continuar seguindo-o, ela decidiu partir, mas logo percebeu que sem ele a vida não tinha o menor sentido. Digitalização: Rosana Gomes Revisão: Cassia Titulo original: Restless Tíde Copyright: © by Geórgia Bockoven Publicado originalmente em 1983 pela: Harlequin Books Toronto, Canadá Tradução: Cecília Florence Borges Rizzo Copyright para a língua portuguesa: 1984 Abril S.A. Cultural São Paulo Esta obra foi composta na Linoart Ltda. E impressa na Editora Parma Ltda. CAPÍTULO I Carla Fleming passou o dia todo atormentada por um sentimento angustiante. O que de manhã era apenas certa apreensão, à tarde transformara-se numa premonição ameaçadora. Quando finalmente começou a cometer erros, cobrando duas vezes pelo mesmo artigo de um freguês da Galeria Co-Op de Artistas e se esquecendo de cobrar outro, parou para tentar se convencer de que não estava sentindo nada e que o estado de espírito em que se encontrava era fruto da imaginação. Assim que o movimento diminuiu e ela percebeu que os únicos passos no assoalho de carvalho eram os seus, desistiu de enganar a si mesma e começou a andar nervosa de um lado para outro da loja. Parou na porta de entrada e tirou a placa, onde se lia "Aberto". Distraída, olhou pela janela e viu um barco a vela que, com destreza, era manobrado em direç� ...

o à doca. Atrás dele viam-se os morros, cobertos pela mata verde das ilhas vizinhas, banhados pelo sol da tarde. No céu, nuvens brancas e esparsas refletiam a mesma luz. A beleza do cenário era como um quadro, mas não conseguia chamar a atenção de Carla nem aliviar a angústia que ela sentia. Um arrepio de frio, que não era provocado pela temperatura, percorreu-lhe o corpo. Apertou os braços de encontro ao peito e depois passou a mão por eles como querendo se aquecer. Suspirou e encostou o nariz no vidro frio da janela. Marten\'s Cove era uma cidadezinha que começava a despertar dos longos meses de inverno. As calçadas de madeira, que agora apresentavam um ou outro pedestre, em poucas semanas estariam cheias de turistas ansiosos por comprar uma lembrança das férias. Num impulso incontrolável, Carla colocou a placa “Fechada” e trancou a porta. Em menos de cinco minutos já saía pela porta dos fundos e descia a escada em direção à sua caminhonete. Sentou-se ao volante e sentiu uma ponta de remorso por estar agindo de maneira estranha. Mas prometeu a si própria que compensaria o tempo perdido nesse dia trabalhando até mais tarde na época movimentada da estação de veraneio. É bem verdade que nenhum dos artistas, cujos trabalhos eram vendidos na galeria, faria alguma objeção caso não repusesse as horas perdidas naquele dia. Automaticamente, Carla guiou os quase cinco quilômetros da estrada que volteava a ilha e ia até o chalé onde morava. Durante o trajeto, conseguiu se convencer de que o seu nervosismo era provocado pela auditoria que seria feita em pouco tempo na loja. Mas certamente nada de tão grave que um repousante, banho de imersão e uma boa xícara de chá não pudesse curar. Quando fazia a última curva na estrada de pedregulhos, Carla olhou instintivamente para o pequeno chalé de madeira. Os dois lados e os fundos eram rodeados por um bosque de pinheiros, e a frente dava para o oeste, possibilitando a visão espetac ...

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