Livro: Noiva por acaso - Barbara Dan
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... Disponibilização: Rosangela Digitalização: Joyce Formatação e revisão: Silvana Nevada, 1864 Um casamento de mentira. Uma paixão de verdade. Mimada, linda e esperta, Kate McGillacuty concorda em se casar com alguém que se encaixe nos padrões exigidos por seu pai: "um homem de verdade", que não tenha medo de enfrentar trabalho duro. Ela então escolhe seu noivo entre uma equipe de lenhadores de Virgínia City, convencida de que vai persuadi-lo a representar uma pequena farsa, mediante um pagamento justo, até conseguir a anulação do casamento. Dessa forma, conseguirá sua tão sonhada liberdade e uma passagem de volta ao mundo civilizado. Peter O’Rourke não se importa de conspirar com o pai de Kate para ter um emprego estável, mesmo que para isso tenha de se casar com a temperamental filha do patrão. Logo, porém, ele se vê tendo fantasias sensuais com sua linda esposa, e seus planos vão por água abaixo. Peter nunca conheceu uma mulher como Kate, e está disposto a tudo para conquistar o coração de sua noiva rebelde. Capítulo I Virgínia City, Nevada, 21 de setembro de 1864. Através da janela da sala de estar da mansão do pai, Mary Katherine McGillacutty fitou a desoladora paisagem das montanhas sombrias do distrito minerador de Virginia City. Piscando rapidamente os olhos verdes inundados de lágrimas, esforçou-se para engolir o nó de decepção e ergueu o queixo com altivez. Que injustiça! A falta de sensibilidade de seu pai chegava a ser monstruosa. Se ao menos ele tivesse dito que sentira falta dela, o encontro dos dois poderia ter sido bem diferente. E, além de tudo, o ultimato grosseiro que sua mãe tinha recebido as forçara a cancelar o calendário social de uma temporada inteira. Isso, em sua opinião, era imperdoável. Após os fatos considerados, Mary Katherine pretendia cooperar o menos possível. Recém chegada, nem sequer havia trocado a roupa que usara na horrenda viagem pela via férrea de Omaha. Seus tr ...

jes, de acordo com os ditames da última moda, se encontravam repletos de adesivos da estrada de ferro que designavam Chicago como seu local de origem. Ela virou-se e fitou o pai com a mente fervilhando de planos de vingança. Quanto mais cedo ele as dispensasse, melhor. — Francamente, papai — disse, batendo o pé com força no chão. — Como pode esperar que eu viva em uma cidade como esta? Mais uma vez Kate espiou a horrível paisagem pela janela. Mesmo sabendo que as ruas eram pavimentadas, isso não mudava sua opinião. Virginia City era uma cidade selvagem, bárbara e não possuía incentivos para alegrar o coração de uma jovem. Um lugar irritante onde ela desperdiçaria seu tempo e talentos. Nada a faria permanecer ali. Chicago, Nova York e Paris eram muito mais excitantes. O que teria dado no pai para se instalar em uma cidade como aquela? Claro que não podia acusá-lo de não haver conseguido sucesso, já que ele tinha comprado vários terrenos e formado o conglomerado de mineração Lucky Strike cinco anos antes. Naturalmente, Kate e a mãe não permitiram que as ambições e os negócios de Homer McGillacutty alterassem o estilo de suas vidas. No verão passado, haviam feito uma excursão pela Europa, gastando os frutos da nova riqueza, enquanto o velho e bom patriarca continuava fumando seu charuto fedorento e pagando as contas. Homer McGillacutty se considerava uma alma tolerante. Acompanhava o ritmo das viagens da mulher e da filha por intermédio de ocasionais cartões-postais ou rabiscos sumários enviados às pressas pela esposa. Ambas, a Sra. McGillacutty e sua elegante filha davam vazão aos seus desejos, sabendo que ele estaria ocupado demais fabricando dinheiro para sentir falta das duas. Homer fazia viagens diárias ao banco e duas visitas semanais a uma bela e jovem viúva cujo marido havia morrido em um acidente em uma das minas do Lucky Strike que se rompera. Aquele arranjo tácito vinha durando algum tempo em aparente harmoni ...

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