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A Casadinha de Fresco

Livro: A Casadinha de Fresco Página 2

Autor - Fonte: Artur Azevedo

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... Afinal! Se alguém aqui me viu! É hora do sinal. (Chamando alguém da esquerda.) Olá! UMA VOZ — Olá! CARLOS (Examinando a cena.) — Oh! meu Deus! se alguém deu por mim. O ALFAIATE —Psiu! CARLOS — Psiu! AMBOS — Silêncio! CARLOS — ‘Stá pronto? O ALFAIATE — Já pronto está. CARLOS (Apontando para a direita.) — Entre para lá. O ALFAIATE — Já sei: por acolá (Vai saindo.) CARLOS — Falar não vá Hein? . Olhe lá! Psiu!, etc. (Carlos conduz o Alfaiate à direita, e volta depois para a esquerda.) Oh! meu Deus! Se acaso alguém me viu! (Chamando.) Olá! UMA VOZ — Olá! (Aparece à esquerda a Costureira, também com um embrulho.) CARLOS — Psiu! etc. (Mesmo jogo de cena que com o Alfaiate. Carlos, depois de ter feito entrar a Costureira para a esquerda, dirige-se para o fundo, inquieto, sempre como se esperasse ainda alguém, e sai. Cessa a música.) Cena III Bento, Beatriz, depois Carlos (Bento e Beatriz, que reapareceram à porta, acompanharam todo o jogo de cena.) BEATRIZ - Titio? BENTO - Minha sobrinha? BEATRIZ - Vossa Mercê viu? BENTO - Tu reparaste? BEATRIZ - O que quer isto dizer? BENTO - Sei cá! este estrangeiro, que aqui chegou há oito dias, em companhia de um velhote e de sua filha, não me inspira lá muita confiança. BEATRIZ - No entanto o velhote tem cara de boa pessoa e a menina é bem simpática. BENTO - Sim, não duvido; mas o moço tem assim uns modos. BEATRIZ - Tem uns modos assim. É um foguete; não pára! Preocupado, sombrio! Além disso, titio, dos viajantes moços que tem aqui pousado, é o único que ainda não me deu sequer um beijo. BENTO - Como é lá isso? Pois ele não te beijou ainda? BEATRIZ (Suspirando.) - Não, titio! E creio que se irá embora sem cumprir essa formalidade! BENTO - Oh! Oh! Um homem que não beija a sobrinha do estalajadeiro! A coisa é mais séria do que eu supunha! Se fossem conjurados?! BEATRIZ - O moço é estrangeiro: não deve conjurar. BENTO - ...
uem nos diz a nós que não é tão brasileiro como tu? Estes conjurados de tudo se lembram! Uma conjuração em minha casa! Não me faltava mais nada! BEATRIZ - O Senhor Capitão-general dizem que não é para graças! BENTO - Estou perdido! O desembargo do paço manda-me enforcar como toda a certeza! BEATRIZ - É preciso sabermos ao certo que gente é esta! BENTO - Tens razão. tens razão. BEATRIZ - Mas como há de ser? BENTO - Muito simplesmente; vendo e ouvindo. Olha, vai espiar aquela porta e eu esta. (Vai espreitar à direita; a sobrinha faz o mesmo à esquerda.) CARLOS (Entrando.) - E o meu amigo, nada de aparecer! Queira Deus que não me deixe a ver navios! (Vendo Bento e Beatriz.) Hein? O que é aquilo? (Aproxima-se de Bento e dá-lhe um pontapé.) Ah! patife! BENTO (Gritando.) Ai! BEATRIZ (Voltando-se.) - Viu alguma coisa, titio?. BENTO (Esfregando a parte ofendida.) - Não! Isto é , vi estrelas. CARLOS (Agarrando-o pela orelha) - O que fazia você ali? Musque-se! BENTO (Tremendo.) - Sim, meu fidalgo. Anda daí Beatriz! BEATRIZ - Vamos, titio! BENTO - Aqui anda maroteira, e grande maroteira! (Saem Bento e Beatriz.) Cena IV Carlos, só [CARLOS] - É isto! ando cercado de espiões. De um momento para outro tudo se descobrirá, e então. Começo a arrepender-me de haver dado esse passo! É o diabo! Quem me mandou sair de Lisboa? (O Alfaiate e a Costureira entram. Música.) Ah! finalmente deram conta do recado. (Dá-lhes dinheiro. O Alfaiate e a Costureira saem.) Cena V Carlos, depois Gabriela CARLOS - Ninguém os viu entrar nem sair. Muito bem! (Ao público.) Se eu disser que estes dois indivíduos, que assim envolvo no mais tenebroso mistério, são simplesmente. Qual! Ninguém acredita! São simplesmente um alfaiate e uma costureira que trazem a roupa de noivado de meu futuro sogro e de minha futura mulher. (Com terror.) Ó céus! falei tão alto! Creio que ninguém me ouviu! (Olhando em volta de si.) Não. Ninguém. Respiro! (A porta ...

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