Livro: O Rapto - Day Leclaire Página 2

... Von Folke, o que o forçava a entrar em ação. — Merrick. O sussurro em seu ouvido o trouxe de volta à realidade, e ele apertou os lábios. Deixara que a jovem Sutherland desviasse sua atenção, e aquilo o irritava. Jamais acontecera antes. Nem uma vez ao longo dos anos em que liderara a Força Real de Segurança. Mas aquela mulher. Observou-a uma última vez, reconhecendo a intensidade de seu fascínio e colocando-o de lado como nada mais que um obstáculo. Sua beleza seria um problema. Não passaria despercebida com facilidade, e seus movimentos chamariam a atenção, algo que ele desejava evitar a todo custo. Reajustou o binóculo e observou toda a extensão do pátio onde as mulheres estavam. Levou apenas um minuto para avaliar o que o separava de seu objetivo. Havia oito guardas. Seis estavam perfeitamente visíveis e dois ladeavam a porta da capela. Merrick consultou o relógio e fez um discreto sinal para os homens que o acompanhavam. Entrariam em ação em dez minutos. Mais uma vez, dirigiu o binóculo para a jovem Sutherland, ajustando o foco com precisão até que tudo o que enxergava era a perfeição de porcelana de seu rosto. Pela ausência de expressão, ela parecia estar morta. As pálpebras estavam fechadas, como se ela estivesse imersa em pensamentos, e ele não pôde deixar de imaginar o que aconteceria por trás da máscara oval de sua face. Percebeu um leve tremor na boca. Talvez estivesse nervosa ou tivesse mudado de idéia, mas não era provável. Não aquela mulher. Talvez estivesse rezando em agradecimento por seu iminente triunfo. Era mais provável que fosse isso. Os lábios de Merrick se apertaram. Reze, mulher. Reze por você. Não que isso fosse ajudar. Em mais alguns minutos ele a tiraria dali. Faria todo o possível para que aquele dia acabasse de forma bem diferente do que ela esperava, sentada ali. — Está na hora — anunciou Merrick. — Não importa o que aconteça, temos de nos certificar de que aquela mulher não se ...

case com Brandt Von Folke. Entendido? Ele não esperou pela resposta. Seus homens eram cuidadosamente escolhidos e seguiriam suas ordens sem perguntas ou hesitação. Merrick deu um sorriso implacável. Sabia o que aconteceria a seguir. Suas razões eram justas, sua necessidade era absoluta. Faria algo errado pelos motivos certos. Seqüestraria a noiva de outro homem em nome da mais nobre das causas. Alyssa Sutherland permanecia silenciosa em meio ao caos, recorria a todas as suas forças para não gritar pedindo que as mulheres que a cercavam a deixassem em paz, que lhe concedessem apenas dois minutos para se acalmar e recuperar o fôlego. Desejaria que lhe dessem o luxo de poder chorar, de ter uma crise histérica, ou mesmo de fechar os olhos e se refugiar na fantasia breve e abençoada de que alguém viria salvá-la daquele pesadelo, mesmo que não fosse provável que algo de semelhante acontecesse. Na semana anterior tudo acontecera muito depressa, e ela não tivera um minuto para recuperar o equilíbrio. Não tivera um momento para pensar, lutar, negociar, protestar ou se defender. Nem para fugir. Simplesmente recebera ordens que deveriam ser seguidas sem discussão. Ela obedecera, apesar de ir contra seus instintos e sua personalidade. Infelizmente, não tivera opção. — Princesa Alyssa, está quase na hora — disse a mulher em inglês com um leve sotaque. Todas as pessoas que Alyssa conhecera falavam um inglês tão fluente quanto o idioma local. — A senhora precisa entrar agora na capela. Ela olhou a mulher por um instante, lady Bethany alguma coisa, segundo ela se lembrava. — Apenas Alyssa. Não sou uma princesa. — Sim, alteza. Alyssa fechou os olhos em desespero. Baixando a cabeça, lutou para manter a compostura. Percebeu que seus lábios tremiam, mas não conseguia controlá-los. — Preciso de um pouco de tempo — sussurrou ela. — Sinto muito, alteza. Não é possível. Quantas vezes haviam lhe dito a mesma coisa na semana ...

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