Livro: Conflito - Helen Bianchin
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... Helen Bianchin RESUMO Mara só teve um jeito de evitar que sua mãe perdesse a casa que tanto amava: ceder à chantagem do milionário Rafael Saval e se casar com ele! Mas por que esse homem insolente e autoritário a forçou a isso? A desculpa de Rafael era que Ana, sua filhinha, precisava de uma mãe. Mas seria a única razão para essa ligação meramente física? Rafael só pensava em Mara como um objeto para satisfazer seu desejo insaciável, ou havia algo atrás disso? Embora detestasse o marido, ela se submetia à sua vontade com crescente satisfação, o que significava viver em constante conflito entre a paixão e o ódio! Digitalização : Rita Cunha Revisão: Valdiléa CAPÍTULO I Mara olhou para a pequena multidão. Provavelmente, não haveria ali mais do que dez pessoas realmente interessadas no importante leilão onde iriam ser oferecidos os últimos bens do falecido Blair Adams. A verdade é que boa parte daquelas pessoas tinha vindo sobre¬tudo para conhecer a casa daquele homem torturado por sentimentos de culpa e que, algumas semanas antes, tinha cometido suicídio. Mara ainda se lembrava daquele fatídico telefonema dando a notí¬cia e da conversa que tivera com o advogado. Desde então, sua mãe, uma linda mas frágil mulher chamada Celina, entrara em estado de choque. Era, portanto, Mara quem assumira o controle da situação, obrigada a poupar sua mãe doente. E agora, olhava pela última vez aquela sólida mansão branca, que tinha sido seu lar desde que nascera. Havia ali tantas lembranças de felicidade que a casa parecia ser parte de sua vida. Não conseguia imaginá-la caindo nas mãos de estranhos. Durante aquelas semanas de pesadelo, um nome encabeçava a enorme lista de credores: Rafael Saval. Tratava-se de um homem de negócios com grande número de propriedades nas praias do Estado de Queensland, Austrália. Vivia luxuosamente numa ilhota perto de Surfer\'s Paradise, envolto no maior mistério. Só ocasionalmente s ...

u nome aparecia nas colunas sociais. No mundo dos negócios, ele era conhecido como um homem de extrema inteligência nas transações comerciais. — Vamos, Mara, todos estão entrando — disse uma mulher. Mara emergiu de seus pensamentos. — Tem certeza que está disposta a agüentar tudo isso, mamãe? — replicou ela à mulher que a chamara. — Talvez fosse mais tranqüilo você esperar as notícias pelos canais oficiais e não assim ao vivo. — Você tem razão, meu bem — respondeu Celina Adams. — Mas eu simplesmente não conseguiria fazer de conta que não está aconte¬cendo nada. Tenho necessidade de acompanhar Indo, Mara. Tenho certeza que você me entende. Mara suspirou resignadamente, sorriu e nada mais pôde responder. — Então vamos entrar. No interior da casa, os compradores eventuais examinavam os con¬juntos de móveis dispostos em cada cômodo. Durante todo o leilão, Mara obrigou-se a usar uma máscara de coragem, não deixando trans¬parecer toda a angústia que sentia. Por dentro, tinha vontade de gritar que estava tudo errado, que aquilo não passava de um pesadelo. Duas horas depois, o leilão tinha acabado. Exceto alguns móveis, todo o resto havia sido vendido, juntamente com a casa, para um único com¬prador. Pouco depois disso, a multidão dispersou-se. Quando Mara levantou-se, no salão quase vazio, levou um susto ao ver, alguns metros adiante, o próprio Rafael Saval conversando com um homem mais velho. Mara examinou aquela figura severa e dura. Como se percebesse o que acontecia, Rafael voltou lentamente o rosto e retribuiu o olhar de Mara, com evidente insolência. Ela sentiu ódio, pois aquele homem era o sinal vivo da sua infelicidade. E, no entanto, tinha que concor¬dar que as fotografias de Rafael davam uma imagem distorcida dele. Nada poderia reproduzir com exatidão a aura física que aquele homem projetava. Se seus olhos manifestavam crueldade, com um brilho vio¬lentamente carregado, seus lábios mostravam i ...

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