Livro: Estranha Aventura
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... Strange Adventure Sara Craven Aquela manhã em que sua madrasta Michelle foi buscá-la no colégio interno, marcava para Lacey o inicio de uma estranha aventura. A partir daquele momento, ela não era mais dona de sua vida. Cabia a ela salvar os negócios de seu pai, um banqueiro a beira da falência e garantir o luxo que sua madrasta não queria perder! Para isso, estava obrigada a se casar com o rico e vaidoso Troy Andreakis. E Troy, acostumado ao poder e a manipular vidas como se fossem brinquedos. Só ajudaria James Vernon a evitar a falência e a vergonha se, em troca, este lhe entregasse Lacey como garantia! Digitalização: Márcia Gomes Revisão: Edith Suli Copyright Sara Craven Título original: "Strange Adventure" Publicado originalmente em 1977 pela Mills &Boon Ltd., London Tradução: Constantino Kouzmin-Korovaeff Copyright para a língua portuguesa, 1978 Abril S.A. Cultural e Industrial, São Paulo Composto e impresso nas oficinas da Abril S.A. Cultural e Industrial. São Paulo CAPÍTULO I Os últimos acordes triunfantes da sonata foram-se extinguindo lentamente, enquanto Lacey permanecia com os dedos nas teclas do piano, saboreando-lhe a harmonia. Por um momento ficou imóvel, enquanto o silêncio voltava ao pequeno aposento isolado, próprio para a prática musical, no convento de Notre Dame de Ia Grace, então, com um movimento impaciente, empurrou sob o lenço o longo cacho de cabelo louro que havia afrou¬xado enquanto se entregava à música. Sentia-se agradecida, porque a irmã Thérese não havia passado dentro do círculo de alcance sono¬ro desta particular performance. Paixão demais, sentimento demais e nenhuma técnica, teria sido seu veredicto. Levantou-se da banque¬ta do piano e atravessou o aposento até a janela de vidros quadrados que dava para um pequeno canto do jardim do convento e para o alto muro que o rodeava. Pensou, como vinha pensando com tanta freqüência nesses longos meses passados d ...

sde o seu décimo sétimo aniversário: "Eu poderia ficar a salvo aqui, para sempre". Para as outras garotas do internato, teria parecido incrível que La¬cey Vernon, filha única de um banqueiro inglês, pudesse sentir falta de alguma espécie de segurança. Alice no país de lugar nenhum, desde. desde quando? Desde aquele dia terrível, no conservatório, quando o eminente professor havia desiludido a sua antiga esperança de tomar-se uma concertista de piano? - Um talento notável. mas não o aço, o fogo que leva alguém para o ápice. Para isso, é necessário um gênio especial que poucas pessoas possuem. Que a senhora, irmã Thérese, poderia ter desen¬volvido, se não fosse por essa. vocação - disse o professor e, diri¬gindo-se para Lacey, falou: - Mas no seu caso, minha criança, preciso dizer a verdade. Olhe para sua mão: tão pequena, pode abranger no máximo uma oitava. Contente-se com o fato de que sempre tocará melhor que a maior parte das pessoas que irá conhecer, e não pense mais nisso. Lacey havia chorado. As freiras teriam reprovado uma manifesta¬ção tão deplorável de emoção. Mesmo a irmã Thérese não havia de¬monstrado por nenhum momento qualquer espécie de reação a essa destruição das esperanças de sua aluna predileta. Nem mesmo lamentou a carreira que poderia ter seguido ela mesma, lembrou-se Lacey, com estranheza. Tudo que disse durante a longa viagem de volta ao convento foi: - É a vontade de Deus, minha criança. Freqüentemente, desde então, Lacey desejou poder atingir esse ponto de conformação. Havia sido difícil não rebelar-se, quando es¬creveu ao pai perguntando se podia optar pelo treinamento comer¬cial oferecido às alunas mais velhas, em lugar do curso mais usual de economia doméstica, destinado a preparar a maioria das moças para quando se tornassem esposas e anfitriãs. Mas a resposta de casa havia sido tão inesperada como mal recebida. Não havia planos, di¬zia a carta de seu pai, para qu ...

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