Livro: Um beijo na noite Página 2

... com sua mãe à exaus¬tão e resolvera mergulhar numa dívida. Teria a propriedade a qualquer custo. O chalé contava com uma boa sala de estar, outra de jan¬tar, uma cozinha na parte térrea, dois quartos e um banheiro no andar de cima, sendo que um era bem grande e o outro de tamanho médio. O único problema era que, a janela na qual estava debruça¬da naquele momento, pertencia ao chalé bem menor, com um único dormitório e sem a sala de jantar. Danielle não havia se mudado para o chalé Myrtle, mas pa¬ra o Primrose. Pela primeira vez, ela se esquecia da beleza da paisagem, para se lembrar daquela manhã em que despertara, a cabeça um redemoinho de pensamentos e planos, e entrara em contato com a imobiliária para fechar o negócio. — Estávamos tentando telefonar-lhe! — exclamara Rufus Sayer, um dos sócios da imobiliária, com uma notícia que ti¬rara o fôlego de Danielle: alguém fizera uma oferta muito maior pelo chalé Myrtle, adquirindo-o no ato. — Mas o sr. Goodwin, o filho da proprietária, havia acei¬tado minha proposta! — Danielle protestara. — Sinto muito, mas a senhorita ainda não havia dado o sinal. Então, o sr. Goodwin não tinha nenhuma obrigação de segurar o negócio. Danielle foi forçada a reconhecer que o proprietário tinha razão, mas era duro para ela ver todos os seus sonhos se trans¬formarem em cinzas. — De quanto foi a nova oferta, o senhor poderia me di¬zer? — Ela tentou se agarrar a uma última esperança. Não tinha idéia se seu comportamento era ético ou não, mas de¬pois de ter se sacrificado além de suas possibilidades financei¬ras para adquirir o objeto de seus mais lindos sonhos, ela se sentia incapaz de desistir dele sem lutar, mesmo que o bom senso a alertasse que não poderia se permitir uma contra-oferta. — Talvez eu possa aumentar um pouco minha oferta. — Não adiantaria, srta. Richards, infelizmente. O sr. Tremaine já esteve no chalé Myrtle e instruiu seu advogado a fe¬ch ...

r o negócio. — O senhor está querendo dizer que foi simples assim? — Danielle arregalou os olhos. — Esse tal de sr. Tremaine visi¬tou o chalé, gostou dele e o comprou imediatamente, sem dis¬cutir o preço? — Foi o que aconteceu. E, mesmo que eu quisesse, não po¬deria vender a propriedade para mais ninguém. O sr. Good¬win já está ciente de que o sr. Tremaine cobrirá qualquer oferta que lhe fizerem. — Se eu fosse a sra. Tremaine, também faria de tudo para conseguir aquela miniatura de Shangri-La. — Eu. pelo que ouvi por parte do advogado, não creio que o sr. Tremaine seja casado — o corretor a informou. — É solteiro? — Parece-me que sim. Danielle se calou por alguns instantes enquanto tentava ima¬ginar quem seria aquele homem e o que faria para estar tão ocupado que não pudesse tratar da compra do chalé em pes¬soa, e sim empregasse um advogado para fazê-lo. — Ele mora nesta região? — quis saber, embora o bom sen¬so lhe dissesse que a única coisa a fazer era se conformar com a perda e seguir seu caminho. — Em Londres. — Chumleigh Edge deve realmente tê-lo fascinado para que tenha se resolvido a mudar de Londres — Danielle observou, ainda inconformada, e aborrecida demais para não desaba¬far suas mágoas com a pessoa mais próxima, no caso, o sr. Rufus Sayer. — Oh, mas ele não pretende se mudar de Londres. É ocu¬pado demais para poder passar no campo mais do que oca¬sionais fins de semana. — Ele não. — começou a falar, calando-se em seguida. — Oh, é uma pena, então, que esse sr. Tremaine não tivesse encontrado um chalé mais próximo a sua cidade! — Na ver¬dade, Danielle estava tão furiosa com o desconhecido que mal pôde ouvir o comentário do sr. Rufus Sayer de que continua¬ria procurando um outro chalé similar para lhe oferecer. Depois de alguns dias, Danielle estava um pouco mais con¬formada em ter perdido o chalé Myrtle. Mesmo assim, não conseguia esquecer aquele lugar pa ...

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