Livro: Encontros Com a Verdade Página 3
Autor - Fonte: ELISA MASSELLI
...
ade, fui recebida pela Otília,
que me deu muito carinho e atenção.
— Mesmo assim, você foi mais do que uma
mãe. Sabe que, de minha família, fui a primeira
a chegar. Estava apenas com trinta e dois anos
quando tudo aconteceu. Não me conformava
com a doença que me atacou nem por ter
deixado meus filhos tão pequenos, além do meu
marido que sei o quanto me amava. Não
entendia por que, apesar de ter tudo para ser
feliz, aquela doença apareceu e me afastou
deles.
— Entendi que tinha razão em pensar aquilo,
mas hoje você sabe que foi preciso que tudo
aquilo acontecesse e que tanto seu marido
como seus filhos precisavam caminhar sem a
sua presença.
— Sim, hoje sei, mas foi difícil aceitar. Meus
filhos eram muito pequenos e eu e meu marido
nos amávamos. Éramos uma família feliz e não
entendia nem aceitava e para ser sincera, ainda
não aceito ter sido necessário abandoná—los.
Durante muito tempo eu quis retornar para
visitá—los, mas não sei por que, nunca me foi
permitido. Agora será diferente, fazendo parte
de uma equipe de trabalho poderei visitá—los,
saber como estão. Minha filha Berenice, não é
mais uma criança, está com quase vinte anos e
o Joel, com vinte e quatro. Devem estar se
formando. Ela queria ser professora e ele,
aviador. Será que foram encaminhados para
isso? Será que mudaram de idéia? O Norberto
sofreu muito com a minha doença, esteve ao
meu lado durante todo o tempo. Além de
marido, foi companheiro e até enfermeiro.
Como será que ele sobreviveu à minha falta?
— Não sei, mas agora você terá a oportunidade
de ter todas essas perguntas respondidas. Vá
logo! Se continuar conversando, vai se atrasar.
Está na hora de ir.
Marina disse, sorrindo:
— Tem razão! Não sei quando aprenderei a
controlar a minha ansiedade.
— Esse é o problema de todos nós. Mas vá logo!
Assim que Marina saiu, Ana pensou:
Ela não imagina o que está para acontecer. Que
Deus a pro
...
eja e a ajude neste momento.
Marina saiu da casa e caminhou por uma praça
rodeada por vários prédios. As árvores estavam
verdes e muito brilhantes. As flores para ela,
naquele dia, pareciam mais coloridas e
perfumadas. Passou por uma fonte onde a água
jorrava cristalina e com abundância. Parou
diante da fonte, molhou as mãos e passou—as
pelo rosto. Sentindo o frescor da água, sorriu e
continuou andando. Ela já havia passado por
aquela praça muitas vezes, mas naquele dia em
especial tinha a sensação de que estava mais
bonita. Continuou caminhando, mas alongou os
passos. Entrou em um dos prédios que de fora
parecia ser muito grande. Já lá dentro, olhou à
sua volta e novamente se deslumbrou. Tudo
muito limpo e bonito. Belos quadros estavam
pendurados nas paredes. Conhecia Humberto,
pois várias vezes ele havia ido visitá—la na casa
de Ana, mas nunca havia entrado naquele
prédio. Sabia que ali as equipes de socorro
eram formadas por ele. Caminhou por um
imenso corredor e parou diante de uma porta
branca. Respirou fundo, bateu levemente e
entrou. Foi recebida por um jovem que sorriu e
se levantou.
— Olá Marina! Bom dia. Estava te esperando.
Está tudo bem com você?
— Bom dia, Humberto. Estou muito bem, mas
pode imaginar a minha ansiedade. Não via a
hora que a noite passasse para que pudesse vir
falar com você.
Ele sorriu e lhe apontou uma cadeira. Ela se
sentou e ficou olhando para ele.
— Sei que está ansiosa, mas agora pode ficar
tranqüila. Finalmente para você o dia chegou.
Fará parte de uma equipe muito importante que
está partindo para a Terra e poderá visitar sua
família.
— Fico feliz em saber que vou participar de uma
equipe de socorro e muito mais por poder
finalmente, rever meus familiares. Foi sempre o
que mais desejei desde que cheguei aqui.
— Poderá sim, mas não por muito tempo. Terá
muito trabalho junto aos outros.
— Farei o máximo possível para me sair bem.
Prome ...
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