Livro: Mais Que Uma Vingança Página 2

... ser um homem casado; só queria estar a seu lado, amá-lo e ser amada por ele. Estava certa de que o filho dos dois, que nascera três me¬ses atrás, seria o estímulo necessário para que ele deixasse a mulher. Mas em vez disso, o covarde preferira confessar tudo à esposa, implorar-lhe perdão e ficar a seu lado! Marco, seu pobre filhinho. Ela era motivo de vergonha. Desgraçara a vida da família, trazendo aquela criança ao mundo. E tudo isso por nada. Pierre não a amava. Na noite anterior, deitada em seus braços, após terem feito amor, implora-lhe que ficasse com ela e a criança, mas ele preferira lhe contar a verdade, que jamais a amara, que ela fora apenas um passatempo, outra conquista em sua longa lista de casos extraconjugais. Lágrimas rolavam-lhe pela face, enquanto dirigia ao longo da estrada sinuosa que a levava de volta a Monte Carlo e ao hotel que sua família possuía lá. Para seu filho. Seu lindo filhinho sem pai. O menino ficaria melhor sem ela! Seu coração estava partido e jamais se repararia. Se partisse desse mundo, o irmão, Cesare, cuidaria de Marco, o protegeria do estigma relacionado ao seu nasci¬mento, o amaria como se fosse seu, salvaguardando-o, de forma que nada e ninguém pudessem feri-lo. Mas seria capaz de tal ato? De pôr fim à dor da rejeição que Pierre lhe causara? As mentiras daquele homem a levaram àquele estado de desespero. Sua traição absoluta a um amor que ela julgara tão belo e perfeito. Sim, assentiu, enquanto olhava para o Mediterrâneo cintilando e acenando tão tentadoramente, como um dia¬mante, embaixo dela. Sim, seria capaz. Poderia guiar o carro até a extremidade do precipício e terminar de uma vez por todas com aquela dor. Ele não fazia a mínima idéia de que havia um carro se aproximando na direção contrária. Só houve tempo para perceber que nenhum dos dois tentara virar a curva na es-trada. Os dois veículos colidiram, chocando-se com um enorme ruído metálico. Zonzo, ele ...

se virou e olhou para a motorista do outro carro, notando a beleza da face da jovem mulher. Ela o fi¬tou de volta com os olhos escuros assombrados. Então os dois veículos começaram a cair, mergulhando no precipício, em direção à profundidade fascinante do mar Mediterrâneo. CAPÍTULO UM — A mulher que está com Charles Ingram, sabe quem é? — exigiu Cesare num tom firme. — Como? — Peter Sheldon, seu conhecido, carranqueou confuso. A boca de Cesare se contraiu enquanto ele retornava a resposta, impaciente. Afinal, apesar de se encontrarem em um jantar de caridade, os dois homens estavam em meio a uma conversa de negócios, quando algo chamou a atenção de Cesare. Fora atraído pela figura da deslumbrante mulher que acompanhara Charles Ingram, seu maior inimigo! Cesare esboçou um sorriso que exibiu a brancura plena de seus dentes de encontro à pele morena, mas que não lhe alcançou a escuridão dos olhos. — Desejo saber apenas quem é a bela acompanhante de Charles Ingram — disse mais calmo, o tom deliberadamente neutro, embora o olhar profundo permanecesse fixo no casal. Charles Ingram era um homem na casa dos cinqüenta, tinha cabelos grisalhos e ainda aparentava ser bastante atraente. Era incrível como em um salão repleto de belas mulheres, ostentando jóias resplandecentes, trajando mo¬delos de estilistas famosos e homens elegantemente vesti¬dos, a beldade alta e graciosa ao lado de Charles Ingram ainda conseguia se sobressair. Os brilhantes cabelos cor de mel caíam em ondas ao longo das costas delicadas e os olhos, mesmo àquela dis¬tância, aparentavam ser de um profundo tom violeta. A mulher parecia rir de algo que Charles Ingram disse¬ra. A pele era uma magnólia cremosa, a boca carnuda uma tentação, o pescoço esguio e liso e a elevação dos seios era visível acima do vestido branco simples que ela usava, que não lhe ocultava a perfeição das curvas atraentes. Uma das mãos esbeltas, que sem dúvida ...

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