Livro: A Vendedora de Ilusões Página 3

... Parece ser um hábito seu fugir das normas. Pelo que sei, geralmente é o empregador quem encerra a entrevista, e não o candidato. - Sinto muito, mas não quero nem pensar em ser um peso morto. - Se vai ser um peso morto ou um lucro para a firma, é uma coisa que veremos na prática. Não temos o hábito de espionar os empregados, mas temos meios de saber se correspondem às expectativas. Se não estiver dando duro, irá para a rua assim. - Ele estalou os dedos. - Sem uma segunda chance? Não é de se admirar, com você como chefe, aposto que a política da firma é de demissão sumária. - Uma opinião dessas, baseada em anos de intimidade com a minha pessoa, realmente me deixa lisonjeado. Entretanto, se pretende trabalhar conosco, sugiro que seja um pouco mais dócil, para não dizer educada. Depois dessas agressões, caminharam entre roseirais até uma bifurcação, onde pararam. Do ponto onde estavam, podia se ver a casa no fim da trilha e a vista que se tinha era um perfeito exemplo de simetria e perspectiva. A mansão era toda circundada por ciprestes 9 aparados em forma de pirâmides, uns iguaizinhos aos outros. Um perfume inebriante de rosas enchia o ar. - Diga, por que quer um emprego? Por que, por exemplo, não se forma primeiro, para depois procurar algo melhor na sua área? - Drew perguntou subitamente. - Problemas domésticos. Em outras palavras, falta de dinheiro, - Entendo. - Ele parecia pensativo. - Meu pai sofre de asma. As crises estão ficando piores e mais frequentes, obrigando-o a faltar constantemente no trabalho. com as deduções, o salário que recebe não é suficiente para as despesas. Então - fuliet suspirou -, não acho justo pensar nos meus estudos, quando deveria estar ajudando no sustento da família. - No íntimo, ela odiava a ideia de ter que falar sobre um assunto tão pessoal com Drew. um homem tão rico que talvez nem entendesse o que estavam passando. Mas ele queria saber e ela continuou: - Precisamos urgente ...

ente de dinheiro. Qualquer quantia que conseguir ganhar vai ajudar, e muito. - Parou, erguendo a cabeça, num gesto de orgulho. - Então, está satisfeito? Já sabe os segredos da minha família. - Bem, daremos um jeito de lhe arrumar um emprego. - Ele sorriu, maliciosamente. - Nem que seja como ascensorista ou faxineira. - Do jeito que as coisas vão, estou disposta até a varrer chão. - Então, acha que teria coragem de lhe dar um emprego desses? Que juízo faz de mim? Você precisa de dinheiro, nós temos o suficiente para dar. . . - Não quero caridade. - Caridade? Quem falou em caridade? Será que ainda não conseguiu entender que terá que trabalhar para merecer o salário? Trabalhar, entendeu? Depois dessa conversa, eles voltaram para a sala e logo Juliet e a mãe se despediram, aliviadas. Cedric Bourne baixou o jornal ao ouvi-las entrar em casa. - Divertiram-se? - Havia ironia na sua voz. - Como se sentiram em contato com os ricos? - Warren não mudou - Cynthia admitiu. - Estou quase arrependida por ter recorrido a ele. 10 - Não vejo por que ter escrúpulos em pedir favores a alguém tão rico quanto ele. - Não é fácil conversar com Warren, nunca foi. Sem falar na esposa! - Fiquei horrorizada pela maneira como ele a tratou - Juliet comentou. - As coisas que ele disse, não diretamente, mas nas entrelinhas! - Talvez tenha boas razões para isso - observou o pai. - Nunca se sabe o que se passa entre um casal. Eles têm um filho, não? Uma vez, eu o vi na loja. Um dos vendedores me mostrou. Um sujeito alto, de cabelos pretos e que parece ter um rei na barriga. - Uma descrição perfeita - concordou a filha. - Não fui com a cara dele. Infelizmente, parece ser o poderoso chefão. - Conseguiu o emprego? Afinal, não foi por isso que tiveram todo o trabalho de ir até lá? - Não sei, ele disse que daria um jeito mesmo que não houvesse nenhum à disposição. O telefone tocou e Juliet foi atender. - É Juliet? - Sim, ela mesma. - Nem ...

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