Livro: Adorável feiticeira Página 2

... etende dar-lhes aulas? — Se papai quiser. — Tamsin encheu a chaleira com água e levou-a ao fogo. — Pretendo levar muitos brinquedos. Vou pedi-los empresta¬dos a minha cunhada, antes de partir. Serei eu quem transportará as crianças até a casa de campo? — Não. . Seu pai não lhe comunicou? O sr. Torran. — O quê? — indagou Tamsin, surpreendida. — Meu Deus! Então ele não disse que. Tamsin aproximou-se da secretária, que não conseguia disfarçar seu desapontamento. — Acho melhor você contar de uma vez por todas o que meu que¬rido pai anda planejando. Pela expressão de seu rosto, vejo que ele, muito convenientemente, esqueceu de me contar. — Bem. . . é que. . . hum. . . — De repente, Pam sentiu-se imen¬samente aliviada, pois o telefone tocou. — Desculpe, Tamsin. Alô? Agência Douglas. Tamsin deixou-a e foi preparar o café. Fervia por dentro. Tinha o pressentimento de que algo estava para acontecer, só que não sabia exatamente o quê. Dentro dela nascia uma suspeita, e, quanto mais cedo a dissipasse, melhor. Colocou uma xícara de café sobre a mesa de Pam e levou a segunda para seu pai, que acabava de desligar o telefone. — O negócio é o seguinte: vamos aos fatos. Papai, por que você não me disse nada a respeito do sr. Torran. — Ah. . . eu pretendia mesmo lhe falar. — Não conseguia dis¬farçar o sentimento de culpa e Tamsin, com um gesto brusco, colocou a xícara sobre sua mesa. — Vai derramar tudo! Cuidado! Mas que gênio! — Procurava mostrar-se bem-humorado, mas a jovem não se deixava enganar. — Estou pouco ligando para os danos que possa causar à sua pre¬ciosa mesa! Você está escondendo alguma coisa de mim. De que se trata? — Nada, nada. . . acontece que você não pode tomar conta das crianças sozinha. . . — Mas foi o que você me pediu, não é? E eu concordei. Sabe muito bem que sou perfeitamente capaz de. . . — Mas é claro que sim! Eu sei, meu bem. É capaz de enfrentar com suc ...

sso qualquer homem. — Deixe os elogios de lado e vá direto ao assunto. — Acontece que a sra. Williams se sentiria melhor se houvesse também um homem tomando conta das crianças. É minha cliente, paga bem e eu não poderia. . . — Pode, sim. Está certo, deixe que ele cuide dos garotos! — Seja sensata, filha. Não se pode esperar que um homem tenha condições de tomar conta de duas crianças pequenas durante cinco semanas. — Não é a primeira vez que isto acontece. Papai, ele também ficará na casa de campo, não é mesmo? Seu rosto me diz que sim. Você sabe muito bem como me sinto em relação aos homens em geral. — Você é uma garota temperamental, irracional, que gosta de fazer as coisas à sua maneira. Devia ter lhe dado boas surras, quando era menina! — Obrigada, mas se acha que vou dividir a casa com um homem. . . bem, tire o cavalinho da chuva! Surpreende-me que você leve esta idéia em consideração. Quem sabe se ele é um conquistador, um atrevido. — Quanto a isto, tranqüilize-se, meu bem. Descobri que ele con¬sidera as mulheres da mesma forma que você considera os homens. Em outras palavras: detesta-as. — Pois eu não vou! — Vai, sim! Acabei de telefonar. Ele está saindo da cidade de Stirling neste momento e espera encontrá-la na casa às sete horas. Como vê, não lhe resta alternativa. Por um momento seus olhares se enfrentaram. Ele mantinha-se calmo e decidido e ela mostrava-se rebelde, sem conseguir se controlar. — Está bem! — disse Tamsin finalmente, deixando de lado a re¬volta. Sabia reconhecer a derrota. — Você venceu, mas. . — Ah, não estrague as coisas, vamos! Não há como negar: é mes¬mo minha filha! Acha então que eu ficaria contente se você se mos¬trasse fraca e cordata? Não, meu bem, não pretendo que mude, mas, em relação a este assunto, não tenho escolha. Sei que tem todas as condições de cuidar perfeitamente dessas crianças. Assim que vi o retrato, não consegui dizer n ...

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