Livro: Para não Morrer de Amor
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... Não havia limites para o amor que Maggie sentia por Marcus, não havia limites.Mas ele não se apercebia da existência dela como mulher, da paixão que a levava ao delírio e povoava seu quarto de adolescente com fantasias alucinadas. Nessas fantasias tudo era permitido, tudo. Um dia a cruel realidade se impôs a Maggie. Todos seus sonhos se desvaneceram, e ela se viu sozinha. Suas fantasias, eternas companheiras, a abandonaram, só lhe restando as ruas de Londres, o desamparo e a certeza de que daquele momento em diante precisava crescer para não morrer de amor! Para Não Morrer de Amor Penny Jordan CAPÍTULO l — Quer dizer que você vai mesmo fazer essa viagem? — Não tenho outra escolha, depois daquela carta — murmurou Maggie, roendo um biscoito. A carta em questão estava sobre a mesa. Fora escrita numa caligrafia de menina, quase desenhada. — Sei.— Lara, a amiga de Maggie que compartilhava do mesmo apartamento, concordou; porém, fazendo uma ressalva: — Meninas dessa idade têm uma tendência a exagerar, você sabe, não? Tem certeza de que a situação é assim tão grave? O que é mesmo que ela diz? — Leia você, Lara. Maggie levantou-se para apanhar a carta, e Lara ficou observando-a. Apesar de tanto tempo de convivência, morando no mesmo apartamento, jamais se cansava de admirar a amiga. Havia qualquer coisa em Maggie que fascinava a todos, um poder que ela talvez desconhecesse, um calor humano que atraía os que viessem a conhecê-la. E também era linda, outro atributo que a natureza lhe concedera. As duas conheciam-se há dez anos. Lara, logo de inicio, teve inveja da alta e elegante ruiva de pele impecável e de misteriosos olhos verdes. Mas esse sentimento não durou muito, pois Maggie parecia infeliz, apesar de seus dotes físicos. Embora tendo ambas a mesma idade, Maggie era muito mais madura e super-reservada. Lara não conseguia penetrar na vida particular da amiga, que se isolava do resto do mundo no abrigo sec ...

eto e inviolável de seu íntimo. Maggie pegou a carta e deu-a à amiga. Lara leu-a em voz alta, divertindo-se com a linguagem dramática da mesma: “Venha para cá depressa. Uma coisa horrível está por acontecer, e nós precisamos de você”. — Ora, convenhamos, Maggie — disse Lara. — Você não pode tomar esse apelo a sério! Se houvesse algo muito grave, alguém entraria em contato mais direto com você aqui em Londres.um telefonema. — Não! — A resposta de Maggie foi categórica, bem em desacordo com sua habitual amabilidade. Lara arregalou os olhos, pois Maggie era uma das pessoas mais plácidas e gentis que conhecera. E foi talvez por conta dessa placidez que Maggie preferiu dirigir seu talento de desenhista para a ilustração de livros, em vez de ingressar no belicoso e exigente mundo das artes plásticas. Sua opção lhe proporcionava, contudo, excelente meio de vida. — Alguém teria entrado em contato com você — protestava Lara. — Um membro mais velho, mais responsável de sua família! Maggie ficou em silêncio. Lara esforçou-se por se lembrar de detalhes sobre a família de Maggie, mas em vão. De fato, até oito meses atrás, quando essas cartas de caligrafia infantil haviam começado a chegar, Maggie não tivera notícia alguma da família. Nunca falava sobre ninguém. Apenas mencionara que seus pais haviam morrido e que, antes da morte deles, vivera com a família na fronteira com a Escócia, onde o pai dava aulas numa pequena escola particular. Depois da morte dos dois, Maggie mudara-se para a casa do avô, e Lara concluíra, pelo silêncio da amiga acerca do assunto, que o relacionamento com as pessoas da casa não tinha sido feliz. E assim, a ida dela a Londres quebrara por completo os laços familiares. Ao iniciar a correspondência com um dos membros da família, uma prima, Maggie mudara muito. Essa mudança poderia passar despercebida aos demais, porém Lara a notara, e se intrigava com isso. Que haveria de mist ...

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