Livro: Tudo pelo seu amor Página 2

... n e por meio dela, Lara pôde vislumbrar uma vida tão diferente da sua. Se outra pessoa tivesse aberto aquela carta, o que ela faria? Rasgaria a carta e a esqueceria? Por que a existência de um irmão desconhecido podia ser uma ameaça a Khalim e ao país. Ele podia ser mais velho que Khalim e poderia querer tomar seu lugar. Aqueles pensamentos pareciam fantasiosos e sem sentido em sua cabeça. Mas não eram. Eram verdadeiros! Por que o reino montanhoso de Maraban inspirava paixões violentas e profundas que combinavam com a beleza do local e com sua história turbulenta. Lentamente, Lara se pôs de pé chocada com seu reflexo no lindo espelho pendurado sobre a imensa lareira. Ela estava muito pálida! Assustada. Como se tivesse visto um fantasma. Mas, de certa forma, tinha mesmo. Não tinha exatamente visto um fantasma, mas ficou sabendo de um. O príncipe Khalim tinha um irmão! Ai. Bem que a carta podia ter sido aberta por outra pessoa. Assim ela não teria que viver este dilema de possuir tais informações e não saber o que fazer com elas. Seria tão simples se o príncipe não fosse marido de Rose. Mas ele era. Gostando ou não, ela estava envolvida. E tal envolvimento começou no momento em que seus olhos azuis e alarmados pousaram nas duras palavras contidas na carta. Lara olhava fixamente o dia cinza de outono lá fora, o tráfego lento de Londres, cujo barulho era silenciado pelas grossas janelas à prova de bala, e pensou mais uma vez em sua amiga. Às vezes ainda era difícil acreditar que Rose havia se tornado uma princesa e que morava em Maraban, governando ao lado de Khalim. Rose era uma menina comum, assim como Lara, e, no entanto, veja o que aconteceu a ela. Esta ainda parecia ser uma história de contos de fadas que não havia realmente acontecido. Mas ela havia realmente acontecido. Assim como essa carta fora realmente escrita e Lara a leu. Podia ser mentira. Uma falsificação. O autor da carta podia ser completamente louco. Um ch ...

ntagista. Um assassino em potencial. Qualquer coisa. Então o que ela deveria fazer? Será que deveria ligar para Rose e contar que o marido dela podia ter um irmão ilegítimo? Mas Rose estava grávida de novo. O choque de uma noticia como essa poderia lhe fazer mal. Será que ela devia contar ao embaixador? Mas isso daria no mesmo, porque a primeira coisa que ele faria seria contar a Khalim. Os pensamentos continuavam a girar e girar na cabeça de Lara até que ela pensou em uma solução tão simples que ela se perguntou porque demorara tanto para pensar nisso. E se ela — Lara — fosse pessoalmente procurar este tal de Darian Wildman e desse uma investigada nele. Lara jogou o envelope na bolsa. Se ele fosse um homem de bem, ela se sentiria na obrigação de falar a Rose e a Khalim sobre ele. Mas e se não fosse? Então ela rasgaria a carta e ninguém nunca tomaria conhecimento do assunto. O coração dela batia forte. Talvez ela estivesse sendo simplista demais, brincando de ser Deus com informações que chegaram a ela por acaso. E, no entanto, o próprio Khalim sempre dizia que nada na vida acontecia por acaso, que tudo acontecia por algum motivo. E ele tinha um nome para isso. Lara se esforçou para lembrar qual era esse nome e então balançou a cabeça. Predestinação. Era isso. Predestinação. Talvez ela tivesse mesmo que ser a pessoa a abrir aquela carta e a decidir o que seria feito. Sua mente vagava em direção àquele nome: Darian Wildman. Um nome intrigante, tão intrigante quanto a situação. Ela o encontraria. E veria por ela mesma que tipo de homem ele era. Seus pensamentos ainda borbulhavam quando chegou em casa naquela noite e encontrou Jake, com quem dividia o apartamento, cozinhando algo com curry. Ele a olhou e sorriu quando ela entrou na sala e jogou o casaco no sofá. — Eu ia perguntar como foi o seu dia lá na Embaixada, mas pela sua cara eu diria que essa pergunta é bastante redundante — brincou ele. — O que aco ...

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