Livro: Coração Dividido - Jacqueline Navin Página 2
Autor - Fonte: Jacqueline Navin
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u significado.
Então, a mãe se levantava e se virava, ficando de perfil para ela. Agora, a protuberância na barriga estava evidente, iluminada pela lua. A silhueta da mãe, que continuava esguia e delicada apesar da gravidez, deixava Rosamund perturbada, como se na ocasião ela já soubesse que à medida que a gravidez da mãe avançasse, as duas estariam mais próximas da separação e da perda.
A mãe caminhava até a janela, abria os braços e lançava-se no ar. E saía voando. O resto do mundo desaparecia, e Rosamund sabia que não havia beleza naquele vôo. Os cabelos da mãe, tão parecidos com os dela, flutuavam, e ela sorria, afastando o rosto da imagem atormentada da filha pequena para vislumbrar a morte que se descortinava a sua frente.
Rosamund gritava mas não emitia qualquer som. Também não havia lágrimas, apesar de sua vontade de chorar. Ela tentava correr para a mãe mas as pernas se recusavam a obedecer ao seu comando.
Sempre acordava com um gosto de bile na boca e um soluço preso na garganta.
Para piorar, nos últimos dias o sonho vinha se repetindo com uma freqüência cada vez maior para assombrá-la com suas verdades e mentiras e aterrorizá- la, desesperando-a com o próprio destino.
Ela estava quente. O suor molhava sua testa e deixava as mãos pegajosas. As cortinas da liteira haviam sido fechadas para protegê-la da poeira da estrada, bloqueando a brisa fresca que amenizava o calor do verão. Como resultado, o ar estava tão escasso e viciado no interior do pequeno compartimento, que ela mal podia respirar. Irritada, ela acariciou o tecido azul da capa e bufou alto.
— Ali na frente — gritou alguém do lado de fora.
Imediatamente a liteira começou a ir mais lentamente.
— O quê? Quem? Nós já chegamos? — perguntou Hilde, abrindo os olhos. — Já estamos em Gastonbury? — A criada espreguiçou-se, esticando as pernas gorduchas diante de ai. — Eu estou faminta. Espero que sua prima tenha preparado um grande
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repasto para nos receber — disse, batendo pahnas e esfregando as mãos.
— Como você consegue pensar em comer?
A criada nem percebeu a irritação de Rosamund. Claro. Ninguém perceberia ou se importaria mesmo que ela começasse a gritar e arrancar os cabelos como uma louca.
— Oh! — Hilde gritou quando a liteira avançou.
Vários galhos forçaram as cortinas dos dois lados e alguns chegaram a penetrar no interior, assustando-as.
— Deve ser uma parte estreita da estrada ou uma passagem — explicou Rosamund, disfarçando a tensão crescente.
A liteira parou.
— O que está acontecendo? — perguntou Mude, afastando uma das cortinas.
Rosamund olhou por sobre o ombro.
— Não há nada lá fora. Só árvores, Hilde, como as que vemos todos os dias.
Então, uma certeza sinistra a atingiu. Os sons. Os homens falando, o movimento dos cavalos., tudo parou ao mesmo tempo.
— Talvez tenhamos chegado a alguma barreira — sugeriu Rosamund, em uma tentativa de lutar contra a ameaça que parecia pulsar no ar. — Possivelmente é um riacho que subiu. Ou um pedágio a ser pago para cruzar uma ponte.
De repente, vieram os gritos., agudos, aflitos. Urgentes. O cocheiro sentado acima delas gritou uma ordem para os cavalos, forçando-os a avançarem. A liteira acelerou de repente, e as duas mulheres foram jogadas para trás, caindo sobre as almofadas de veludo.
Atrás delas, o choque de metal contra metal confirmou que estavam sofrendo um ataque.
— Por Deus, Hilde, o que está. — A pergunta foi interrompida no momento em que cruzaram um buraco, em desabalada carreira.
Por um segundo, as duas foram lançadas no ar para em seguida desabarem, de forma nada agradável.
— Oh, Deus. Oh, Deus. Oh, Deus — continuou Hilde.
— Hilde! — Rosamund engasgou de susto quando a empregada desabou sobre ela com força.
Mas toda a reação que conseguiu foi um gesto abrupto da empregada, meneando a cabeça. De repente, a liteira fez uma curva ...
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Comentários:
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Maria Dalvana: Incrível o amor vence as barreiras muito lindo
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jo: lindooo,maravilhoso,leiam.
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