Livro: O ritual do amor
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... The rite of love Lucy Lee Super Julia nº 10 Afinal, o que Holly Cameron fazia naquele acampamento indígena no deserto de Dakota? Seu lugar não era ali, mas sim em Nova York, desfilando nas passarelas dos grandes magazines da Quinta Avenida. Será que estava ficando louca?, se perguntava, assustada. Tudo começara quando vira aquele homem belo como um animal selvagem dançando o provocante ritmo da dança do amor. Raf Valcor, porém, nem a olhava porque era um orgulhoso filho daquelas terras, enquanto que Holly não passava de uma estranha apaixonada. Título original: "The Rite of Love” Copyright: © by Lucy Lee Publicado originalmente em 1982 pela Harlequin Books, Toronto, Canadá Tradução: Susana Vidal Semedo Copyright para a língua portuguesa: 1983 Abril S.A. Cultural e Industrial — São Paulo Esta obra foi integralmente composta e impressa na Divisão Gráfica da Abril S.A. Digitalização e revisão: Nell CAPÍTULO I A viagem até Dakota do Sul era longa e bastante atribulada. Era feita em sucessivas escalas, necessitando mudar de avião duas vezes, e a bela Holly Cameron e suas três colegas enfrentavam o desafio decididamente. Elas eram manequins e iam posar para umas fotos de moda na região. Carregar a volumosa bagagem, contendo suas roupas e produtos de maquilagem, não era tarefa fácil. — Devíamos ter conseguido um carregador — disse uma delas. — Nada disso, prefiro carregar eu mesma as minhas malas. Imagine que da última vez em que viajei a serviço o carregador acabou perdendo minha frasqueira com toda a maquilagem — outra das moças comentou, caminhando com dificuldade devido ao peso da bagagem. — Perdi um dia inteiro de trabalho procurando-a. As quatro seguiram atrás do fotógrafo e de seu assistente, que, acompanhados pela diretora de moda, entravam no último avião, que os levaria até seu destino. A maioria dos outros passageiros já estava a bordo — quase todos home ...

s de negócios, executivos, que distraidamente folheavam os jornais. É evidente que a entrada daquelas quatro mulheres deslumbrantes chamou-lhes a atenção, e todos os olhares se fixaram nelas. Naomi era loira, e seus cabelos longos se espalhavam pelos ombros como se fossem fios de ouro. Marian e Claire tinham cabelos castanhos, que combinavam com a cor de seus olhos. E os cabelos de Holly, encaracolados num penteado moderno, formavam uma auréola dourada e brilhante em torno de sua cabeça. Os homens observavam-na sem conseguir esconder a cobiça, enquanto ela percorria o ambiente com seus enormes olhos azuis contornados de cílios pretos, à procura de um lugar vago. Suas colegas já se haviam acomodado, umas ao lado das outras, e só ela ficara sobrando. Foi então que percebeu a existência de uma última vaga, ao lado de um homem corpulento, que já ocupava o lugar da janela. Ajeitou-se como pôde, colocando a valise sob o assento e a sacola de couro no chão. Só então seus olhos encontraram o penetrante olhar do estranho que estava ao seu lado. Ele era moreno, de pele muito bronzeada e cabelos negros como a asa da graúna. Holly jamais vira uma graúna, mas tinha quase certeza que devia ser a esse tom de preto que as pessoas se referiam quando falavam na asa dessa ave. Suas feições eram rígidas, e ele bem podia passar por um índio, não fossem os seus olhos claros. Nada haveria de muito estranho em encontrar um índio ali — afinal voavam sobre a região onde se localizava a reserva dos índios sioux. — Que surpresa encontrar um grupo de moças tão bonitas viajando juntas — disse-lhe ele com um olhar de admiração. Holly já estava muito acostumada a receber esse tipo de olhar provocante e sabia como despistá-lo com classe e educação. — Estamos a trabalho — explicou com reserva. — São vedetes de algum show da cidade de Pierre, por acaso? — Não, não. E nem vamos para Pierre. Vamos a Fox Butte. — Fox Butte? Na reserva ind� ...

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