Livro: Fascinação - Amanda Quick
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Autor - Fonte: Amanda Quick
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Capítulo 1
Era como uma cena saída de um pesadelo. Gideon Westbrook, visconde de St. Justin deteve-se na soleira para contemplar essa alegre e pequena ante-sala do inferno. Havia ossos em todos os cantos. Crânios que sorriam grosseiramente, costelas esbranquiçadas e fêmures feitos em pedaços espalhados por ali como refugos do diabo. No parapeito da janela se amontoavam pedras, sobre as quais se viam dentes, dedos e outras peças incrustadas. Em um canto, espalhadas pelo chão, um punhado de vértebras.
Ocupava o centro dessa indigna desordem uma esbelta silhueta, com um avental coberto de manchas e uma touca torta de musselina branca sobre seu selvagem emaranhado de cachos castanhos. A mulher, obviamente jovem, estava sentada em uma pesada mesa de mogno, de costas para Gideon que apreciava sua elegante postura. Desenhava com concentração e interesse algo que parecia um osso comprido, encravado em um pedaço de rocha.
De onde estava Gideon notou que não tinha aliança nos graciosos dedos que sustentavam a pluma. Não era, então, a viúva do defunto reverendo Pomeroy, a não ser uma de suas filhas.
“Justamente o que eu precisava”, pensou Gideon, “outra filha de pároco.”
Quando o pesaroso pároco anterior abandonou a vizinhança, depois da morte de sua filha, o pai de Gideon designou o reverendo Pomeroy para seu lugar. Mas, ao morrer Pomeroy, quatro anos atrás, Gideon já estava responsável pelas propriedades de seu pai e não se incomodou em designar um novo pároco. O bem-estar espiritual do povo de Upper Biddleton não lhe interessava muito.
Segundo as condições que Pomeroy tinha estabelecido com o pai de Gideon, sua família continuou vivendo na casa paroquial. Os aluguéis eram pagos em dia e isso era a única coisa importante, pelo que concernia a Gideon.
Depois de contemplar a cena por mais um momento, deu uma olhada ao seu redor, procurando algum sinal de quem tivesse deixado aberta a porta da casa paroquial. Como não apa
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ecia ninguém, tirou o chapéu de castor e entrou no pequeno vestíbulo. A forte brisa do mar o seguiu. Nesses primeiros dias de primavera, embora o tempo fosse invulgarmente quente para essa época do ano, o ar do mar ainda continuava frio.
Gideon se sentiu animado e (conforme admitiu para si mesmo) intrigado pelo espetáculo da jovem sentada entre ossos antigos que se espalhavam pelo aposento. Cruzou o vestíbulo em silêncio, cuidando para não fazer ruído com suas botas de montar. Era um homem corpulento (monstruoso, ao dizer de alguns) e tinha aprendido a mover-se sem ruído, em um vão esforço por compensar seu tamanho. Muitos o olhavam só pelo seu aspecto.
Parou na porta do gabinete, observando por mais um momento a mulher que trabalhava. Uma vez convencido de que ela estava muito absorta em seu desenho para perceber sua presença, quebrou o feitiço a contra gosto.
- Bom dia. – disse.
A jovem sentada em frente à mesa deu um gritinho de sobressalto e, deixando cair à pluma, levantou-se de um pulo. Girou para enfrentar Gideon, com expressão de crescente horror.
Gideon estava habituado a essa reação. Nunca tinha sido bonito, mas a profunda cicatriz que lhe cruzava a mandíbula esquerda como um raio, não tinha melhorado as coisas.
- Quem demônios é você? – A jovem tinha posto as duas mãos atrás do corpo. Obviamente, tratava de ocultar seus desenhos sob alguma coisa que parecia um jornal. A expressão de espanto de seus enormes olhos turquesa ia convertendo-se rapidamente em tenebrosa suspeita.
- St. Justin. – Gideon dedicou-lhe um sorriso friamente cortês, conhecendo o efeito que causava a cicatriz, e esperou que esses olhos, incrivelmente luminosos, se enchessem de repulsa.
- St. Justin? Lorde St. Justin? O visconde St. Justin?
- Ele mesmo.
O olhar se encheu não de desgosto, mas sim de um alívio enorme.
- Graças a Deus.
- Raramente eu sou recebido com tanto entusiasmo. – murmurou Gideon.
A jovem se deixou ca ...
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Comentários:
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Aidil Ribeiro de Oliveira : Adoráveis os romances de Amanda Quick. Bem escrito, boa trama e não deixa fios soltos. .
Mara Rodrigues: Emocionante! Muito bom!.
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