Livro: As duas faces da felicidade Página 2
Autor - Fonte: Kay Thorpe
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s não suficientemente para disfarçar seu embaraço. Para Júlia, mesmo naquele estado de semi-confusão, o que acontecera era bastante óbvio. Acontecera um desastre envolvendo várias pessoas e as identidades tinhamse misturado. A culpa eradela, claro. Quantas vezes seu pai lhe havia recomendado levar alguma prova de identidade toda vez que saísse? Seu pai. Lentamente, mas com segurança, sua mente começava a funcionar novamente. Seu pai tinha morrido havia
quase dois anos, em conseqüência de ataque cardíaco, alguns dias depois que ela fizera o vigésimo segundo aniversário. Eram somente os dois, desde que ela completara doze anos. Mesmo dois anos não eram suficientes para amortecer a dor daquela recordação que voltava.
— Não se deixe abater — disseo médico, enquanto as emoções perpassavam em seu rosto. — Depois de passar tantas horas em estado de inconsciência é de esperar que vá levar algum tempo até recuperar seu pleno controle. Relaxe, e tudo voltará ao devido lugar. — Fez um sinal à enfermeira. — Vou dar um remédio para fazê-la dormir.Quando acordar novamente vai estar se sentindo muito melhor.
Júlia torceu para que isso desse certo. Naquele momento se sentia um bocado tonta.
— Meu rosto está dolorido — disse lentamente. — Estou. Ficarei com cicatrizes?
O sorriso foi tranqüilizador.
— Não — respondeu com firmeza. — A dor vem da batida. Traga um espelho, enfermeira. Vamos resolve esse assunto já, já.
O espelho foi trazido e ela pode contemplar-se nele. O rosto ali refletido era pálido e dele ressaltava uma área escura que se estendia da orelha e seguia ao longo do maxilar inferior, no lado esquerdo. Havia um arranhão superficial no queixo, e uma atadura muito branca cobria-lhe a fronte, acima da qual elevava-se um tufo de cabelo claro. O resto lhe era bastante familiar: olhos azuis, nariz pequeno e reto, a boca naquele exato momento parecia um tanto trêmula, e o queixo se mantinha firme.
Aliviada,
...
obretudo ao constatar que as palavras de conforto do médico não eram vãs, bebeu obedientemente a poção que a enfermeira havia preparado e deixou-se afundar novamente nos travesseiros. Havia uma dezena de perguntas que ela queria fazer, mas naquele momento isso lhe pareceu um esforço excessivo. Como dissera o médico, mais tarde haveria tempo de sobra. Deixou-se ficar muito quieta e mergulhou no sono.
A luz do sol que se punha invadia o quarto quando ela voltou a acordar, e ocorreu um outro breve momento detomada de consciência. Tinhaaberto os olhos havia alguns segundos até que se deu conta da presença de mais alguém. Virando cautelosamente a cabeça, viu um homem de pé diante da janela. Dessa vez não era o médico. Ele usava terno cinza, e seus cabelos abundantes refletiam um tom castanho quando a luz do sol neles incidia. No momento emque o olhou, ele moveu a cabeça, e emseu rosto surgiu uma expressão estranhamente atenta.
— Alô, Júlia — ele disse calmamente.
Insegura, ela o fitou. Tanto quanto se lembrava, jamais o tinha visto antes, e no entanto ele se dirigira a ela em termos de familiaridade, que deixavam pouca dúvida de que a conhecia. Não era um homem bonito, pensou, o rosto era forte demais para isso. Também não era nem um pouco terno, a julgar pela expressão da boca.
Denotava uma firmeza e uma determinação que chegavam quase à falta de compaixão.
Um ligeiro tremor apossou-se dela.
— Desculpe-me — disse com hesitação. — Não consigo me lembrar. Eu o conheço?
Os olhos cinzentos se estreitaram, e por um longo momento ele permaneceu contemplando-a.
—Você não consegue selembrar de nada? —perguntou ele finalmente.
— Em relação ao desastre, não, se é a isso que você se refere. Você também foi atingido?
— Pode-se dizer que sim. — Ele dizia isso de um modo estranho.
— Ah, então você talvez possa me contar o que aconteceu. Ainda não tive muitas oportunidades de perguntar a alguém d ...
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Comentários:
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Valéria : Achei maçante..
jany: poderia ser melhor!.
Adriana: Pacífico... 12062015, essa é a palavra para descrever essa história!.
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