Livro: Amar Não é Pecado Página 4

... endo, Wayborn. — Ainda bem. — Imbecil — Dulwich gritou com o livreiro —, ponha meu nome no começo da lista, e não no fim! Senão terei de mandar fechar esta livraria por incompetência! Abigail levantou-se depois de escutar o sininho soar quan¬do o lorde saiu da loja. — Deve achar que agi com infantilidade, mas não suporto cenas. — Agiu de modo correto, prima. Eu também gostaria de ter-me escondido. — Não me escondi, apenas peguei o pacote que deixei cair — Abigail mentiu. — E seria estranho eu surgir de trás do balcão. Cary não acreditou e entregou-lhe o papel com o pedido de desculpas. — Pegue, é seu. Ela o aceitou, tímida. — Ele não receia que eu mostre o bilhete aos outros? — A senhorita é uma Wayborn, prima. Constrangida, Abigail voltou-se para o livreiro: — O senhor vai deixar o nome dele no lugar certo? — Claro, senhorita, e no final da sexta folha de pedidos. Em que posso servi-la? — Atenda o cavalheiro. Estou aguardando meu pai. — Então pegarei a obra de Blake para entretê-la, enquanto o rapaz procura Tom Jones — o livreiro interveio, interessado na venda, — Trata-se de um volume muito interessante e nada assustador. Contém gravuras belíssimas. Como sabe, Blake é um mestre em gravuras de cobre. — É mesmo muito bonito — Cary concordou. — Por que não o compra, primo? — Eu bem que gostaria, mas estou sem condições no mo¬mento. Tenho de controlar os gastos. Por falar nisso, a prima conhece alguém interessado em alugar uma casa de campo? É uma antiga moradia de viúva com seis quartos. — Já tentou pôr um anúncio? — Por Deus, não! Anúncios atraem o pior tipo de gente. Se souber de alguém interessado, mande me procurar. — Sem achar um cartão no bolso do colete, ele escreveu no verso do bilhete de Dulwich: Cary Wayborn, Tanglewood Manor, Herts. Abigail guardou o bilhete na bolsa, e o ajudante trouxe Tom Jones. Após um momento constrangedor pela falta de dinheir ...

, o livreiro concordou em anotar mais aquela despesa de Cary para pagamento posterior. — Minha irmã vai adorar — Cary garantiu ao vendedor. — Agora preciso ir, prima. — Que pena. — Abigail falou sem pensar. — Gostaria de apresentá-lo a meu pai. — Eu também gostaria de conhecê-lo, mas minha tia me espera em Park Lane. Estou bastante atrasado. — Foi minha culpa, perdoe-me. — Nunca me alegrei tanto por um atraso. — Cary despe¬diu-se e deixou a livraria. Eldridge ofereceu uma xícara de chá a Abigail, que resol¬veu levar a obra de Blake. — O sr. Wayborn compra muitos livros para a esposa, não é? — ela arriscou. — Esposa? Ele se casou? Oh, eu não sabia. Meia hora mais tarde, Red Richtie chegou para buscar a filha única e a encontrou lendo. — Abby! Não imagina quem acabei de ver na Bond Street — ele falou com sotaque escocês. Lorde Dulwich, comprando fogos de artifício para o Natal! Abigail adorava o pai, o melhor homem que ela conhecia. E também um dos mais ricos da Inglaterra. — Lorde Dulwich gosta de aparecer, papai. O senhor fica¬ria muito desapontado se eu não me casasse com ele? Juliet Wayborn desceu correndo a escada da casa de sua tia para jogar-se nos braços do irmão. — Calma, querida — Cary advertiu-a —, ou vai quebrar o nariz às vésperas do casamento. Juliet estava para se casar com o sétimo duque de Auckland, que havia alguns meses perdera o pai. — Cary, ainda não tirou esse brinco da orelha? Está pa¬recendo um pirata! — Eu estava com saudade, Juliet. A vida rústica em Hertfordshire ou Herts era muito soli¬tária e bem diferente da que ele levara em Londres, onde havia sido uma celebridade por seus imbatíveis cavalos de corrida. Na maioria das noites, sua única companhia era Angel, um cãozinho vira-lata que comprara de uma cigana. — E também não o quero vestido com aqueles casacos hor¬ríveis. Todos os homens deverão usar cinza. Vá ao sr. Weston amanhã. — E ...

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