Livro: Alucinante Suspeita Página 3

... indo um suspiro, ela ficou imó¬vel, os olhos fixos na máquina brilhante, perigosa, que em questão de segundos seria guiada por um homem de quem sequer sabia o nome. Não fora urna atitude muito inteligente da sua parte aceitar oferecimento, Tina se recriminou. Mesmo que seu vizinho se parecesse com um deus grego, versão século vinte. Aliás, com aquela aparência espetacular, de guerreiro do ano dois mil, era compreensível que despertasse respostas impulsivas nas pessoas do sexo oposto. Ele era um dos homens mais lindos que jamais vira em toda sua vida. Cabelos castanhos, olhos azuis, nariz aristo¬crata, maxilares fortes e uma boca capaz de desencadear os mais loucos desejos. Tina estremeceu. Como é que fora capaz de uma atitude tão impensada? Além de não saber nem o nome do homem, ele tinha quase o dobro de seu tamanho! Talvez um metro e noventa e seis, ou noventa e oito. Uma estrutura perfeita de músculos, sem um grama de gordura. E pensar que concordara em andar naquela máquina monstruosa! Estaria louca ou o quê? Se tivesse um pingo de bom senso, sairia dali depressa é iria para o centro da cidade sozinha, nem que fosse a pé. — A propósito, meu nome é Eric. Ela virou-se ao ouvi-lo chegar, o coração repentinamente batendo descompassado no peito. Oh, Deus, aquela figura máscula, vestindo calça jeans e jaqueta de couro transpirava sensualidade por todos os poros. — Eric. Wolfe -- ele completou num tom baixo e pro¬fundo. — Mudei-me para cá há uma semana. — Ah. Como tem passado? — Que coisa idiota para dizer, Tina se recriminou oferecendo-lhe a mão. Quando os dedos de ambos se tocaram foi como se uma corrente elétrica os atravessasse de alto a baixo. — Meu nome é Christina Kranas. Moro a poucos metros daqui, na terceira casa à direita. — Eu sei. Vinda por detrás do visor negro, a resposta simples pa¬recia ter um efeito quase ameaçador. --- É mesmo? — Embora tentasse falar com frieza, não obteve muito sucess ...

. — Claro. Seria impossível não notá-la. Afinal costumo passar horas aqui fora, trabalhando no conserto da moto. — Oh, entendo. — Na verdade não entendia muito bem não. Se aquele homem maravilhoso passava tanto tempo assim ao ar livre como dizia, como é que não o vira antes? Alguém tão alto e bonito chamaria a atenção mesmo no meio de uma multidão e. - Seu apelido é Chris? -- Chris? Não. Tina. — Ah. faz sentido. — Seria impressão sua ou ele estava se divertindo com a situação? — E então, Tina? Pronta para irmos embora? Não. Ela teve vontade de dizer. O problema era que já havia aceitado a carona, seria indelicado recusar sem um motivo aparente. - Sim. Acho que sim. — Qualquer um perceberia a falta de entusiasmo e convicção. — É inteiramente seguro Eric garantiu, entregando-lhe o capacete. - Eu. hã. esta máquina dá a impressão de ser tão possante. - E é. Mas fique tranqüila, sei controlar a fera. - OK. vamos. — Respirando fundo, Tina colocou o capacete devagar, tendo cuidado para não atrapalhar o coque na base da nuca. — Como é que eu. hã. subo na moto? - Assim. — Ele se acomodou e estendeu a mão para ajudá-la. — Não se preocupe, você está usando calça com¬prida. OK, agora agarre minha cintura, meu cinto. ou o que você quiser. Tina seguiu as instruções, optando pelo cinto. - A propósito, para onde você quer ir? - Qualquer lugar nas proximidades de Wannamaker\'s estará ótimo. Eric ligou o motor e em questão de segundos desciam a rua, a máquina enorme deslizando suavemente na direção do centro da cidade. Insegura, Tina agarrou o cinto masculino com firmeza e fechou os olhos, apavorada com as manobras rápidas no meio do tráfego. Quando enfim pararam defronte as vitrines da Wanna¬maker\'s, uma loja de departamentos famosa, ela estava qua¬se sem fôlego, trêmula, assustada. - Ah. obrigada — murmurou num fio de voz descendo da moto com cuidado e entregando-lhe o capa ...

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