Livro: Tempo de amar - Patricia Hagan Página 2

... �� Aqui está minha parte no jantar. Agora estamos quites. — Fique com o dinheiro. Servirá de lição por eu ter sido idiota o bastante para supor que você apreciaria uma boa refeição. — Eu gostei muito, Jeff. Mas não a ponto de ir para cama com você para mostrar minha gratidão. Foi esse o seu erro: pensar que pode comprar outra pessoa. — É mesmo? Bem, sugiro que acorde, querida. Estamos nos anos noventa, e todos assumem as próprias necessidades. — Essa palavra de novo! Já pensou alguma vez que eu possa não necessitar de um egoísta como você em minha vida? — Jura? Então, diga-me: há quanto tempo está viúva? Dois anos, certo? E quantos namorados teve? Poucos, aposto, porque, caso ainda não tenha notado, há mais garotas sol¬teiras por aí do que homens disponíveis. Por isso, não devo perder meu tempo com uma tola como você. Saiu e bateu a porta. Com as mãos nos quadris e o olhar furioso, ela perma¬neceu alguns instantes fitando o vazio. — Pessoas tolas não são contratadas para serem gerentes de bancos, Jeff Templeton, e não deve se esquecer de que tem um pedido de empréstimo com esta tola para comprar um carro novo. "Ora, quem precisa desse sujeito?!", pensou, irritada. Começou a recolher a louça suja. Jeff poderia ter o empréstimo. Atendia a todas as exi¬gências do banco, e Kelly não era uma pessoa vingativa. Melhor esquecer e seguir em frente. Mas para onde? Brent morrera havia dois anos em um incêndio quando estava no motel com a amante. Kelly orgulhava-se de ter conseguido tomar as rédeas de sua vida com coragem e determinação, ao contrário do que o falecido sempre a in¬centivara a fazer. Ele tinha alcançado um bom padrão de vida atuando como , contador e não via necessidade de a esposa terminar o colegial, já que não intencionava permitir que trabalhasse fora. Brent quisera também constituir família desde o princípio do casamento, mas passaram-se sete anos antes do nascimento de Missy. J� ...

haviam quase perdido as esperanças e j faziam amor cada vez com mais raridade, daí o clima de milagre em torno da chegada da filha tão esperada. Foi mais ou menos nessa época que Kelly começara a suspeitar que o marido tinha uma amante. Tivera a con¬firmação quando do aniversário de um ano de Missy. Seus pais tinham morrido em um acidente de carro, e Kelly não tinha outros parentes próximos. Então, sem ex¬periência profissional para conquistar um emprego que a sustentasse, fora-lhe mais fácil fechar os olhos à vida dupla de Brent e concentrar-se na criação de Missy. Por conseqüência quando o marido morreu, não sentiu uma dor in-suportável, mas um leve pesar. A quantia do seguro de vida fora modesta, suficiente para comprar um pequeno mas funcional apartamento e reservar o dinheiro restante para a educação de Missy. Então, Kelly fez o que Brent sempre a proibira: arrumou um emprego. Começou como recepcionista. Em um ano passou a caixa, o pouco depois foi promovida a gerente de empréstimos. Colocou os pratos na pia e deixou correr um pouco de água, perguntando-se a todo momento como fora capaz de tornar a sair com Jeff. Ele era muito parecido com a maioria dos homens com que conhecia. Egoísta, preocupado apenas com os próprios interesses e esperando que concordasse em ir para a cama após uns poucos encontros. Todos se mostravam surpresos ante sua recusa, dizendo que praticariam sexo seguro e, portanto, não viam nenhum problema em ficarem juntos. O telefone tocou, e Kelly atendeu de imediato, estranhan¬do uma ligação àquela hora adiantada da noite. — Kelly? E Jeff. — Parecia ansioso. — O que você quer? — Estou ligando do celular, em meu carro. Nem pude esperar até chegar em casa para falar com você. Eu. agi como um animal. Será que poderia me perdoar? — Claro. Kelly deu de ombros. Não fazia diferença. De um jeito ou de outro, nunca mais sairia com ele outra vez. Percebeu o suspiro de alívio do outro lad ...

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