Livro: Pássaro da Neve
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... Snowbird Lynn Erickson Uma mulher marcada por uma trágica experiência; um homem que não acreditava no amor. Na montanha. Teria de ser na montanha, durante a competição de esqui, quando o esquiador voava sobre a neve, a quase cem quilômetros por hora. Ali Wilma e Hyde poderiam fazer desaparecer a amiga russa, tão rápido que ninguém, nem mesmo a KGB, iria perceber. Seria uma aventura inesquecível para Wilma. Apenas mais uma missão perigosa para Hyde Vandemeer, o agente da CIA. Um homem que a havia fascinado desde o primeiro momento, seguro de si, audacioso, absolutamente devastador. Mas decidido a manter aquele romance em termos frios como a neve, ou, se ela quisesse, partilhar com ele uns poucos instantes de paixão intensa. Digitalização: Silvia Crika Revisão: Andréa Madeira CAPÍTULO I Foi numa terça-feira que a carta chegou, Wilma sempre se lembraria. "Querida Wilma", dizia. "Estamos começando nosso treinamento no Chile mais cedo, este ano, e aproveito esta chance para lhe mandar uma carta. É muito difícil ficar sozinha aqui, mas eu consegui. Por favor, Wilma, tenha muito cuidado com este assunto." Intrigada, Wilma sacudiu a cabeça de cabelos cor de mel. Aquilo não era próprio de sua velha amiga. Andréa, que adorava divertir-se, nunca perdia tempo escrevendo cartas. Geralmente, telefonava de algum ponto do circuito de campeonatos de esqui na neve: Suíça, Iugoslávia ou Canadá. Semicerrando os olhos azuis acinzentados, Wilma continuou a ler a carta de Andréa Pavlevitch: "Não aguento mais esta vida. No próximo ano, eles farão de mim uma treinadora, e, se eu não conseguir que nossa equipe vença, minha cabeça rolará. Como vê, não tenho outra saída, a não ser fazer isso. E preciso de sua ajuda, minha boa amiga". "Fazer o quê?", Wilma perguntou-se, imaginando o que a russa poderia querer. "Quero deixar a União Soviética, para sempre. Por favor, não pense mal de mim, por não tolerar mais a vi ...

a em meu país." "Meu Deus", Wilma pensou. "Andrea quer fugir da Rússia! Meu Deus!" "Você é a única pessoa a quem posso pedir ajuda. Minha fuga deve ocorrer quando eu estiver nos Estados Unidos, para uma competição. Mas eu não confio no governo americano. Wilma, minha amiga, você precisa me ajudar, mas tenha muito cuidado. Repito, muito cuidado. Se descobrirem o que quero fazer, se descobrirem esta carta, nunca mais sairei da Rússia. Eles não deixarão. Ajude-me, Wilma. Você é minha única chance. Tentarei manter contato. Com amor, Andrea. " A carta pendendo das mãos e o coração batendo forte, Wilma Patterson fitou, com olhos enevoados, a montanha Aspen, banhada pelo sol fraco de setembro. Andrea Pavlevitch queria deixar a Rússia! E pedia sua ajuda. A complexidade desta ideia atingiu-a como um golpe físico. Coisas assim só aconteciam em filmes e jornais. E com outras pessoas. Não com Wilma Patterson, proprietária de uma galeria de arte, cidadã comum e respeitadora da lei, de Aspen, Colorado. Bem, não exatamente comum. Não podia ser comum uma pessoa que nascera e fora criada naquele reduto montanhoso, ponto de encontro de rancheiros, grandes esquiadores, famosos intelectuais e astros e estrelas de cinema. Naturalmente, se não tivesse nascido em Aspen e sido colocada sobre um par de esquis, aos dois anos de idade, jamais teria pertencido à equipe de esqui dos Estados Unidos. E como ótima esquiadora de declives! Também, se não estivesse naquela equipe, jamais teria conhecido Andrea Pavlevitch, sua alma gêmea na equipe russa. E, se não tivesse conhecido Andrea, jamais teria recebido aquela carta. "Droga!", pensou, irritada, de repente, com a amiga. "O que iria fazer?" Wilma, que estivera lendo a carta da amiga diante do correio de Aspen, recostada em seu velho jipe amarelo, endireitou o corpo e acomodou-se atrás do volante. Estendeu a mão para a chave, mas aí parou, abriu novamente a carta e releu-a, com um ar de perplexidade n ...

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