Livro: Amarras da paixão Página 2

... nsiderava-se boa o bas¬tante para prendê-lo para sempre? Sua antecessora achava que sim. Adrianna Garsoni, cuja aparência exótica, voz de soprano e talento para se autopro¬mover, que lhe garantira o status de uma diva em La Scala, acreditara que um casamento com Alexeis Nicolaides aju¬daria a promover sua carreira. No momento que Adrianna deixara claro que casamento estava em seus planos, Ale¬xeis a dispensara. A reação dela tinha sido explosiva, mas irrelevante para ele. Em comparação com a personalidade tempestuosa de Adrianna, Alexeis dera boas-vindas à frieza sofisticada de Marissa, assim como apreciara sua natureza sensual na cama. Agora, para sua irritação, parecia que teria de dispensá-la, também. Sua vida já era complicada o bastante. Os pensamentos de Alexeis foram para sua família, fazen¬do-o contrair a boca. Seu pai estava se casando pela quinta vez, e muito ocupado para se incomodar com as pressões que envolviam administrar os negócios. Quanto ao seu meio-irmão, Yannis, era filho do segundo casamento de seu pai, e apenas interessado em perseguir os dois prazeres de sua vida: esportes radicais e mulheres. A boca de Alexeis se comprimiu ainda mais. Todavia, a última coisa que desejava era seu pai interfe¬rindo em como ele administrava o grupo, ou Yannis tentando se intrometer nisso. Quanto a Yannis, pelo menos, Alexeis concordava com sua mãe. Berenice Nicolaides era veemente em sua determinação que o filho da mulher que tomara seu lugar não deveria pôr as mãos no que Berenice considerava herança de direito de seu próprio filho. nada menos do que o controle total e permanente de Grupo Nicolaides. O motivo de Alexeis para querer Yannis fora de cena era menos vinga¬tivo. apenas considerava seu irmão fraco, irresponsável e um risco muito grande na administração de uma Companhia tão importante. Alexeis nem sempre concordava com sua mãe. E, quanto à sua herança, era completamente contrário a ela. Seus olhos escurece ...

am, como acontecia sempre que seus pensamentos tomavam uma direção indesejada. Berenice era obcecada pela idéia de que Alexeis devia se casar com uma herdeira, de preferência grega, para reforçar sua própria posição finan¬ceira, e para presentear o pai com um neto, de modo que a dinastia Nicolaides continuasse. As constantes tentativas de sua mãe de casá-lo o exasperava. Assim como Marissa, discursando na galeria de arte o exasperava agora. Ele dava respostas superficiais, ainda con¬siderando se devia terminar o relacionamento imediatamente ou não. O problema era que se fizesse isso, teria de enfrentar outra noite sozinho. O dilema piorou seu humor, e ele acenou para uma garçonete que passava com drinques. No momento que seus dedos circularam a taça de champanhe, Alexeis se descobriu olhando-a. E prendendo-lhe o olhar. Alta, cabelos loiros presos na altura da nuca, um rosto oval com feições perfeitas, pele translúcida, um nariz pequeno e reto, e maçãs do rosto acentuadas. Olhos acinzentados e cílios longos completavam o pacote. o pacote muito deleitável. Seu primeiro pensamento foi automático. Por que uma mulher com aquela aparência trabalhava de garçonete? Ele pegou a taça, agradeceu, e os olhos da garota encon¬traram os seus. Alexeis pôde ver a reação da garota acontecendo em câmera lenta. Os suaves olhos acinzentados se arregalaram, e os lábios se entreabriram de leve. Por um longo momento, ela olhou. sem poder evitar. Era essa a impressão que dava, ele pensou. Como se ela não fosse capaz de evitar o intenso contato de seus olhos. Do nada, Alexeis sentiu seu humor melhorar. Ela era mui¬to, muito adorável. — Não tem água mineral. A reclamação de Marissa quebrou a magia. Subitamente, a garçonete enrubesceu. Desviou o olhar para a mulher ao lado dele. — Eu. sinto muito — gaguejou. A voz era baixa, notou Alexeis, e soava nervosa. A bande¬ja, repleta de copos, tremeu levemente sobre suas mãos. Marissa falou, ...

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