Livro: Modelo de Perfeição Página 2

... clarou ele, desligando o telefone. Ninguém o conhecia bem, e certamente não Dinah. Ela só conhecia a parte que ele lhe permitia ver. Steven tinha herdado a companhia de porcelana chi¬nesa de seu avô. Fundada em 1780 para competir com Wedgwood, Raleighvale prosperou criando um estilo de louça verdadeiramente inglês. Eram agora os produtores de porcelana para a realeza, algo do que Dinah Miller passa¬va muito tempo se gabando para clientes em potencial. Ela fechara recentemente um negócio que tornara Raleighvale a louça oficial para o novo presidente da França. Ele sabia que teriam o mesmo sucesso em seu novo negócio. O bip de seu iPhone tocou, notificando-o de uma men¬sagem de texto. Era de Geoff, requisitando que se encontrassem com Henry para um drinque no clube Athenaeum. Ele enviou uma resposta afirmativa. Então seu telefone tocou. — Devonshire. — Aqui é Hammond da loja de Leicester Square. Des¬culpe-me incomodá-lo, senhor, mas temos uma emergência. — Por que o gerente não está lidando com isso? — perguntou Steven. Não se lembrava de ter visto o nome Hammond na lista dos gerentes naquele local. — Eu sou vendedor neste piso. A gerente não está aqui. Está em sua hora de almoço e não atende ao celu¬lar. Mas não podemos esperar até que ela retorne. — Qual é o problema? — perguntou Steven. — Alguém armou uma cilada e está fazendo uma ses¬são de fotos no meio da loja. É Jon BonGiovanni, o ro¬queiro, e há uma multidão de pessoas bloqueando o ele¬vador. Elas não querem se mover. — Estou indo. Steven desligou e pegou seu paletó, antes de sair para cuidar do problema da loja em Leicester Square. Não ti¬nha tempo para hesitação. A última coisa que precisava no seu primeiro dia era de algum tipo de fiasco nas ven¬das. Chegando à loja de Leicester Square, deu apenas dois passos e parou, perplexo. O problema na loja era óbvio. Um modelo, fotógrafo e assistente de fotógrafo estavam no meio da loja. c ...

mo Hammond dissera. Foi somente quando se aproximou que ele viu Jon BonGiovanni, o ro¬queiro da banda Majestica dos anos 1970, parado sob as luzes dos fotógrafos. Ele usava jeans muito justo e uma camisa aberta, revelando uma tatuagem de um punho cer¬rado no meio do peito. — O que está acontecendo aqui? — perguntou Steven ao se aproximar do grupo. — Estamos tentando fazer uma sessão de fotos. Uma que já foi aprovada pelo presidente da companhia, mas hoje ninguém parece saber o que foi combinado — disse o fotógrafo. — Eu sou o presidente da companhia. Steven Devonshire. — Eu sou Davis Montgomery. Steven tinha ouvido falar de Davis. Quem não tinha? O homem tinha fotografado roqueiros como Bob Dylan, John Lennon, Mick Jagger e Janis Joplin no começo dos anos 1970. Seu conceito aberto havia mudado o modo de retratar o rock e revolucionou a fotografia. Steven apertou a mão do homem. — É um prazer conhecê-lo. Mas você não pode foto¬grafar no meio da loja durante nosso horário de vendas mais movimentado. — Ainsley recebeu permissão para estarmos aqui. — Quem é Ainsley? — Sou eu. A mulher que apareceu atrás dele era. Maravilhosa. Tinha cabelos cor de ébano que estavam presos num rabo-de-cavalo alto. Os cabelos escuros e a pele clara capturaram sua atenção primeiro, mas quando ele olhou para o corpo dela, sentiu-se hipnotizado pela figura feminina. A blusa era colada ao corpo e acabava na altura da cintu¬ra, e os quadris curvilíneos eram lindamente abraçados por uma saia preta. Ela era a garota de seus sonhos ga¬nhando vida. O cinto vermelho ao redor da cintura apenas acentuava o corpo magnífico. Então ele viu-lhe as pernas de relance e as meias de nylon que as envolviam. Steven quase gemeu. Ela parecia a modelo Betty Page, dos anos 1950. A figura clássica estampada em pôsteres que captu¬rara sua imaginação de adolescente, e nunca desaparecera de sua cabeça. — E quem é você, sra. Ainsley? Ela pareceu um ...

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