Livro: Um Príncipe Irresistível Página 2

... o-se a companhia de investimentos As Sete Pombas, que ela gerenciava em nome da família. Então, virou e apontou a casa. — O duque sempre garantiu que pudéssemos viver com conforto. Por que nossa companhia tem de competir com a dele? Se nosso pai decidir nos reta¬liar, nosso negócio poderá ir à falência. — Acalme-se — pediu Belle, colocando a mão sobre o ombro da irmã. — Fancy nunca perdoará nosso pai. Sen¬do a irmã mais velha, ela lembra da relação dele com mamãe. — Você é só um ano mais nova do que Fancy. Não se lembra de nada? — Quando me recordo de nosso pai, vejo um cavalhei¬ro alto, de cabelos escuros, sempre sentado com Fancy no colo. — Ele nunca colocou você no colo? — No princípio eu era nova demais para compartilhar seu colo com Fancy. Então você e Blaze nasceram, e não havia lugar para ele carregar uma terceira criança. — Ter nascido entre a filha mais velha e as gêmeas foi horrível para você, querida. Acho que a fez se sentir um pouco ignorada. — Smudge, nossa babá, deu a atenção de que eu ne¬cessitava — assegurou Belle, abrindo a cesta de vime que trazia pendurada no braço e retirando uma pequenina cai¬xa dourada com as inicias \\"MC\\" gravadas na tampa, uma lembrança que guardava do pai. — Se quer saber quem é nosso pai, procure um duque, cujas iniciais do nome sejam \\"MC\\". — Não conhecer a identidade do próprio pai é humi¬lhante. Sua ilegitimidade não incomoda o barão Wingate? — perguntou Bliss, irônica. Belle controlou-se para não se irritar. As irmãs não per¬diam oportunidade de insultar seu futuro marido. — Charles compreende que não se pode controlar a pró¬pria origem. — Preocupa-me que o barão possa vir a magoá-la. — Aprecio sua preocupação, mas acho totalmente infundada — refutou Belle. Sem vontade de insistir no assunto, Bliss deu meia-volta e retornou à casa. Não serei vítima do amor como nossa mãe, pensou Belle, tornando a fitar as ...

violetas. Gabrielle Flambeau, mãe de Belle, era filha de um aris¬tocrata francês e fora obrigada a fugir da França quan¬do a revolução havia dizimado a aristocracia local. Sem família e sem dinheiro, estabeleceu-se em Londres onde se empregou como dançarina na ópera. Ao assistir a um espetáculo, um duque casado interessou-se por Gabrielle e a assumiu como sua amante oficial, costume difundido na época. Juntos, tiveram sete filhas que, apesar de bas¬tardas, sempre foram mantidas pelo pai, que nunca lhes deixou faltar nada. Concentrando a atenção nas violetas doentes, Belle ajoelhou-se e depositou a cesta sobre a grama. A seguir, retirou uma pequenina vela branca e colocou ao lado das flores. Então cerrou os olhos e passou a recitar as palavras curativas. Ao terminar, abriu a caixinha com as iniciais \\"MC\\", dentro da qual havia fósforos. Certa vez o duque esquecera a caixinha após fazer-lhes uma visita, e nunca mais se lembrara de pegá-la de volta. Desde então, Belle a guardava como um tesouro precioso. Ao notar que outra pessoa se aproximava, ergueu o olhar. Era Blaze que chegava, acompanhada de Puddles, o enorme cão da família. — Já começou a praticar sua magia de primavera? — perguntou a irmã recém-chegada. — A deusa dos jardins não pode fazer milagres sem um pouco de encenação — replicou Belle, sorrindo. — Por Deus — começou a dizer Blaze, aspirando o ar com uma careta. — O cheiro do Soho está forte hoje. — Então, fitou as violetas. — Não consegue curá-las? Isso pode arruinar sua reputação. Naquele instante, Puddles correu pelos canteiros e estava a ponto de pisotear as violetas quando Belle o impediu. — Não, Puddles! — ela ralhou. — Cuidado com as plantas. — Venha aqui — disse Blaze, puxando o cão pela coleira. — Se Puddles matar minhas flores, vou considerá-lo um assassino — afirmou Belle. — Já pedi para você não deixá-lo vir ao jardim. — Puddles não gosta do barão ...

Comentários:

Deixe aqui seu comentário sobre este livro: