Livro: Ensaio de Inocência
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... A Game of Deceit Sandra Marton Julia 401 Megan arriscou tudo para desvendar a intimidade de um mito de Hollywood. Tentadoramente desejável, Cameron Porter era inacessível ao público. Sempre que surgia nas telas, Cameron Porter criava um vínculo de mágica sensualidade com a platéia. O magnetismo pessoal do homem superava o inegável talento do ator. Como repórter, Megan aceitou o desafio de conseguir uma grande reportagem. Numa arriscada viagem, seguiu Cameron pelas magníficas colinas da Sierra Madre, no México. Diabolicamente sedutora, ela tentaria se aproximar do novo mito de Hollywood. Como a mais inocente das mulheres, iria envolvê-lo numa rede de mentiras e traição! Copyright: Sandra Marton Título original: A Game of Deceit Publicado originalmente em 1986 pela Mills & Boon Ltd., Londres, Inglaterra Copyright para a língua portuguesa: 1987 EDITORA NOVA CULTURAL LTDA. Digitalização: Marta Oliveira Revisão: Cris Bailey Formatação: m_nolasco73 CAPÍTULO I Megan Stevens endireitou-se na desconfortável cadeira de metal e procurou disfarçar um bocejo. Só um sádico podia ter inventado uma cadeira como aquela, pensou. O conferencista que estava sobre uma plataforma, na parte dianteira da grande sala enfumaçada, continuava falando sem parar, tratando de convencer os ouvintes a salvar sua vida e melhorar seus rendi¬mentos com a compra de um dos livros de capa colorida, expos¬tos no fundo da sala. Megan, porém, já não prestava atenção. Disfarçadamente enfiou a mão na enorme bolsa que carregava e desligou o gravador que havia escondido dentro dela. Já tinha ouvido e gravado mais do que o suficiente. Passara duas sema¬nas entrevistando pessoas que se diziam enganadas pelo movi¬mento Sucesso Vital e mais um dia e meio fingindo ser uma nova adepta do mesmo, antes de concluir que se tratava efetivamente de um engodo. Agora era hora de voltar para a revista Tema, onde trabalhava, sentar dia ...

te da máquina de escrever e redigir um bom artigo sobre o assunto para a edição do mês seguinte. Apanhou o casaco no encosto da cadeira e levantou-se para ir embora. Apesar de estar sentada numa das últimas fileiras, o fato de retirar-se antes do fim da conferência chamou atenção. Um rapaz atarracado, que cuidava da porta, sorriu para ela com frieza e perguntou: — Vai sair? O dr. Dan avisou que era preciso ouvir toda a palestra para ter uma visão completa de suas idéias. — Já captei o suficiente, muito obrigada — Megan retrucou de imediato, dando mais um passo à frente. O rapaz barrou-lhe a passagem. — Acho que não entendeu direito. Não é permitido sair antes do fim da conferência. Outro homem juntou-se a ele para impedi-la de ir embora. Era mais alto e forte que o primeiro e tinha cara de poucos amigos, — Sei disso — ela respondeu baixinho, notando que sua voz soava rouca, talvez como conseqüência da manhã passada em exercícios naquilo que o dr. Dan chamava de "terapia vocal". — Mas é que eu. precisava. ir ao toalete — continuou com um sorriso inocente. — Sabe, estava tão ansiosa para ouvir o que o dr. Dan ia dizer que esqueci de ir ao banheiro antes de a palestra começar. O senhor compreende. Os dois homens trocaram olhares desconfiados. Depois o se¬gundo, falou: — Está bem, moça, mas não se demore. É muito importante que ouça a próxima parte da exposição. — Oh, mas é claro. Eu não perderia por nada no mundo. Volto num instantinho. Os olhares desconfiados a perseguiram quando saiu para o corredor. Parou diante da porta do banheiro feminino e sorriu outra vez, antes de entrar. Só então eles voltaram para dentro da sala de conferências e fecharam a porta. Mais do que de-pressa, Megan correu até o saguão dos elevadores e apertou o botão para descer. — Vamos logo — murmurou, aflita, apertando de novo o botão. O corredor continuava vazio, mas sabia que a qualquer mo¬mento poderia aparecer ...

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