Livro: Casado Página 3

... de admirar que Ryan estivesse disposto a agüentar um divórcio caro e público da mulher que agora Lily era acusada de matar. As intenções de Ryan eram tão admiráveis quanto à beleza do filho dela. Era uma pena os últimos seis anos terem sido tão bons para Cole. Para a satisfação de Annie, ele se tornara calvo e sua barriga aumentara. Mas ainda estava mais atraente do que no dia em que a abandonou sem olhar para trás. Será que alguma mulher alcançara o que Annie não conseguiu: conquistar seu coração e seu nome? Às vezes a vida não era justa, pensou Annie, e, então, lembrou-se de onde estava. A mãe de Cole estava sendo acusada de assassinato. Sua vida não era um mar de rosas. Assim como, obviamente, não era a de Cole. — Ryan fala muito bem de você — disse Lily. — Por favor, sente-se. Deliberadamente, Annie ignorou a cadeira que Cole puxara, escolhendo outra ao lado de Lily. A tensão das últimas semanas era evidente na expressão dela, mas havia cordialidade em seus olhos e algumas linhas discretas em volta de seus lábios. Annie não era Mary Poppins. Fora policial e vira o pior nas pessoas. As aparências costumavam enganar, embora sentisse empatia em relação à Lily. Annie sabia o que era ser acusada injustamente. Se sua empatia por Lily era merecida, ainda não sabia. — Você e Cole se conheciam bem? — perguntou Ryan. Um garçom entregou o cardápio para Annie, que ela abriu imediatamente. — Não muito bem — disse ela. Lily olhou para o filho. Aparentemente, ela tinha um instinto maternal para coisas escondidas. — Cole? — perguntou ela. — Perdemos contato quando me mudei para Denver — disse ele em um tom que não estimulava mais perguntas. Escondeu-se em seu próprio cardápio e sua expressão era horrível. Infelizmente para Annie, o franzido em sua testa não maculava sua atração. Nem sua própria reação, que até poucos minutos ela poderia jurar que conseguiria deixar para trás. Como era patético ...

entir tal coisa pelo rato que aceitara sua culpa quando ela precisava desesperadamente que ele, mais que todo mundo, acreditasse em sua inocência. Assim como ele queria que ela acreditasse na inocência da mãe dele. A ironia da situação fez Annie piscar, e então percebeu que as outras três pessoas na mesa olhavam-na. — Perdão? — disse ela, corando. Cole franziu ainda mais a testa. — Eu estava perguntando a Ryan por que ele escolheu você para investigar o caso da minha mãe. Você é jovem e relativamente inexperiente. Existem muitos detetives mais experientes em San Antônio. — E eu ia explicar para Cole que idade não indica habilidade. Annie é brilhante, astuta e agressiva. Quando se trata de inocentar a mulher que amo, quero o melhor possível em nosso time. — Ryan pegou a mão de Lily. Para surpresa de Annie, lágrimas escorreram dos olhos escuros da mulher. — Obrigada, meu amor. — Sua voz estava cheia de emoção. Dor atingiu Annie ao afastar o olhar da confiança e afeto mútuos que demonstravam. Era óbvio que Ryan acreditava totalmente na inocência de Lily. Se pelo menos Cole pudesse ter tido tanta certeza da inocência de Annie anos antes. Por um momento, seus olhares se encontraram, e ela perguntou-se se ele podia ler seus pensamentos. Um músculo no rosto dele contraiu-se, mas ele não desviou o olhar desta vez. Foi Annie quem finalmente levantou a sobrancelha e conseguiu quebrar o impasse quando o garçom aproximou-se. Seu coração estava acelerado. Nos poucos minutos em que fizeram seus pedidos, ela conseguiu recompor-se e colocar as lembranças dolorosas onde deveriam ficar. Apesar da cobertura sensacionalista dos tablóides, as circunstâncias do assassinato de Sophia deixaram muito espaço para especulação. Sufocar alguém com um travesseiro era um crime muito pessoal, não era como atirar a distância. Annie perguntava-se se a mulher a sua frente era capaz de tal violência. Era um caso fascinante de se investig ...

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