Livro: Uma Luz Nas Trevas - Lori Handeland Página 2

... ue eu fiz. Garras afiadas cortaram o ar bem onde estava minha cabeça. Eu não me abaixei apenas, mas rolei; o que foi ótimo, pois segundos depois alguma coisa abriu um buraco na terra, bem perto de mim. Vim para Los Angeles para ajudar Jimmy Sanducci, chefe dos exterminadores de demônios, segundo na linha de comando, para acabar com um ninho de Varcolacs, espécies de Nephilins também. Estranhei, uma vez que essas criaturas eram provenientes da Romênia e não deveriam estar ali, mas já vi muito para me assustar. Acreditava-se que a neblina que pairava sobre Los Angeles fosse a causa das manchas escuras que encobriam a lua e o sol. Mas eu sabia que não era isso. Um Varcolac sacudiu o braço, na tentativa de livrar os apêndices em formato de agulha que ele usava como dedos, da areia do deserto. Acreditava-se que esses seres, metade homens, metade dragões, haviam devorado parte do Sol e da Lua, causando eclipses. Se fosse mesmo verda¬de e eles conseguissem acabar com esses corpos celestes, o fim do mundo estava próximo. Como estou tentando evitar que isso aconteça, arrastei Jimmy até Los Angeles e começamos a caçada. Antes que o monstro pudesse usar o outro braço para me matar, Jimmy cortou-lhe o pescoço. Degolar um Nephilim era uma maneira eficaz de eliminá-los; ou, pelo menos, de retardar as ações do mais determinado demônio. O olhar sombrio de Jimmy encontrou o meu. — Levante-se! —- ordenou ele, antes de se virar bruscamente para matar mais alguns monstros. Tentei não me preocupar com os calafrios que o olhar de Jimmy me causava. Ele não permitiria que nada me ferisse, porque um dia me amara. Contudo, naquele momento, o amor só estava presente na minha cabe¬ça. Minhas habilidades de ginasta medalhista no colégio me ajudaram bastante no rápido e ágil movimento que fiz em seguida, sacando minha adaga e voltando para a luta. Jimmy e eu não demoramos muito para encontrar os Varcolacs no deserto. Na maioria das vezes eles apareci ...

m como humanos, agiam como tal, misturavam-se e só se transformavam em dragões quando havia um eclipse. O que veio primeiro, o ovo ou a galinha? O dragão devora a lua, ou esta escurece e traz o dragão? Difícil dizer. O que eu tinha como certo era que quando os Grigoris voassem livres, todos os Nephilins não se escon¬deriam mais. Havia chegado a hora deles, e as coisas para mim e minha espécie tinham se tornado imprevisíveis. Em outros tempos, cada exterminador de demônio trabalhava com um profeta, alguém que possuía um dom físico de perceber o disfarce de um Nephilim, enxergando o demônio escondido sob sua pele. Já fui uma profeta, mas as coisas tinham mudado. Ah, mas eu ainda possuía poderes mentais! Aliás, sempre os tive, desde quando aprendi a falar. Só em tocar objetos animados ou inanimados, eu podia sentir o que as pessoas tinham feito, para onde tinham ido e os seus pensamentos. Mais tarde, quando me tornei líder da luz, herdei as habilidades da mulher que me criou. Como Ruthie Kane morreu nos meus braços, todos os seus poderes foram transferidos para mim. Ela estava morta, mas isso não me impedia de ouvi-la, falar e por vezes vê-la, inclusive. Ela se tor¬nou minha guia. Sempre que um Nephilim estava por perto, eu ouvia o sussurro de Ruthie, trazido pelo vento. Quando eles estavam perto de exe¬cutar algo maior, como sempre, eu recebia uma visão que me alertava do perigo. Isto costumava acontecer até pouco tempo atrás. — Eles são muitos — murmurou Jimmy. Estávamos cobertos de sangue dos Varcolacs. Já tínhamos abatido uma dúzia deles. Precisávamos de ajuda, mas não havia reforços. A Federação, o grupo de exterminadores de demônios e os profetas, que também lutavam nessa guerra sobrenatural, tinham desaparecido depois da morte de Ruthie, e não podíamos simplesmente comprar exter¬minadores em uma loja. Eles precisavam ser treinados, sem contar com a necessidade de encontrar outros profetas. Não tive tempo de ...

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