Livro: Sob o sol da Jamaica
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... Margaret Rome “Cove of Promises” Finalmente Elise estava voltando à sua querida Jamaica! Tinham sido sete longos anos no colégio, em Paris, longe de Jacques, seu namorado de infância, de sua avó, da casa à beira do mar, que ela tanto amava. Agora a vida seria de novo livre, ensolarada, e ela se casariam com Jacques, como eles tinham combinado há tantos anos. Pobre Elise! A realidade estava muito distante dos sonhos que ela acalentara. Jacques, ao reencontrá-la, sequer a reconheceu. Parecia perdidamente apaixonada por Camilla, uma mulher mais madura e sofisticada. Como mostrar a Jacques que ele havia quebrado uma promessa? Como fazê-lo acreditar que ela ainda o amava? CAPÍTULO I Elise esticou o pescoço e seu rosto, lembrando o de um moleque, antecipava o gozo da chegada, enquanto o avião se preparava para aterrissar. Lá embaixo, no mar do Caribe, semelhante a uma grande tartaruga verde dormitando ao sol, estendia-se a Jamaica. Finalmente seu exílio forçado terminara; estava de regresso ao lar e sem mesmo as atitudes dominadoras e os olhares severos de grand’mère seriam capa-zes de obrigá-la a partir novamente! No momento em que o avião baixava ao solo ela recostou-se com um suspiro de satisfação e fechou os olhos, pois não precisava de estímulos visuais que lhe recordassem o paraíso ao qual estava pres¬tes a retornar. Planícies costeiras que de repente elevavam-se; estra¬das de asfalto e de terra vermelha que ligavam aldeias e vilarejos que ela conhecia tão bem; montanhas abruptas cobertas de florestas; pas¬tos e canaviais dispostos como tabuleiros de xadrez. . . Ela sorriu e em seguida foi invadido por uma onda de nostalgia ao recordar os dias ensolarados passado ao lado de Jacques, ajudando na colheita da cana-de-açúcar, cujos pés eram tão altos que eles se sentiam como órfãos perdidos cm meio a uma selva povoada por árvores gigantescas. Jacques! Ela engoliu em seco, lutando contra as lágrimas que tei¬ ...

avam em aflorar. Por mais incrível que parecesse, haviam-se pas¬sado dez anos desde a última vez que ela vira seu companheiro de escola. Tinham passado juntos os últimos tardes em uma prainha escon¬dida, da qual eles se achavam os únicos proprietários. Era particular e pertencia à fazenda Montague. Como o avô de Jacques o conde de Montague, raramente saía da sede, havia muito pouco possibili¬dade de que alguém interrompesse a intimidade deles. Terrivelmente sem jeito, ele chutou um pedregulho no momento em que ela, após se controlar durante vários dias, não resistida e começara a chorar. — Por que o conde insiste em que você saia da escola? — ela perguntou, em meio às lágrimas. — Ele sempre se satisfez com os relatórios que recebia de monsieur Monec! Pela primeira vez ela tornou-se consciente da diferença de seis anos que os separava quando, com o desdém de um garoto de quinze anos, ele replicou: — Todo mundo precisa terminar sua educação em Paris e você bem sabe disso. No devido tempo, chegará sua vez. . . — Jamais! — ela retrucou. — Ninguém me obrigará a sair daqui! Esquivou-se no momento em que ele se voltou a fim de despejar toda sua frustração sobre ela. — Como as meninas são bobas — disse ele, caçoando. — Só porque brincamos juntos, tivemos o mesmo professor, os mesmos se¬gredos, os mesmos castigos, você acha que poderemos permanecer crianças para sempre? "Chega um tempo", diz minha avó, \' “em que um menino deve ser treinado para se tornar um adulto”.Pois para mim esse tempo chegou e é agora! Ela o fitou boquiaberto. O tom resoluto, o olhar decidido, o dar de ombros arrogante —- nenhum desses traços estivera presente até então no companheiro de jogos que ela conhecia desde a infância, no amigo cuja natureza brincalhona e irresponsável tornara tão incrí¬veis aqueles seis anos que haviam passados juntos, ao cabo dos quais se dava tão bem um com o outro que até pareciam gêmeos. De ...

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