Livro: Amor Inocente Página 2
Autor - Fonte: Elizabeth Bailey
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o pres¬sionou.
— Poderia ser alguma falha de meu caráter? Alguém tentou manchar minha reputação? Se for este o caso, conte-me o que houve e dê-me a chance de.
— Não se trata disso! — lorde Reeth retrucou aspe¬ramente, caminhando até uma mesinha sobre a qual estavam dispostas várias garrafas.
— Um cálice do Madeira? — ofereceu, seco.
— Não, sir, obrigado.
Observando o velho cavalheiro ingerir o líquido aver¬melhado de um só gole, como se estivesse tentando dis¬farçar o embaraço, uma idéia súbita ocorreu a Wyn¬dham. Uma idéia desoladora.
— Se não há nada em meu caráter que o desagrade, sir, então sou obrigado a concluir que é a própria srta. Reeth quem me apresentou objeções.
— Ah, sim! — Parecendo aliviado, o barão colocou o cálice de vinho com tanta força sobre a bandeja que quase o quebrou. — Prezado rapaz, você acertou! Eu preferiria não abordar o assunto, mas receio que mi¬nha pequena Serena tenha, de fato, mudado o modo de pensar.
Nunca passara pela cabeça de Wyndham que essa conversa desagradável despertaria em sua alma as mais contraditórias emoções. Raiva, amargura, ultraje, tudo isso o consumia.
— Afirmo que recebi bastante encorajamento por par¬te de sua filha.
— Não duvido — concedeu Reeth, erguendo o nariz adunco no ar. — Porém ambos sabemos que Serena é uma moça ingênua. Afinal, mal completou dezoito anos.
— Eu sei, sir, e justamente por esta razão.
Wyndham calou-se, não querendo dar ao outro a sa¬tisfação de saber o quanto hesitara antes de depositar o coração aos pés de Serena justamente por ela ser tão nova. Jamais desejara para esposa uma jovem recém-saída da escola e apaixonar-se pela bela e inocente srta. Reeth nunca fizera parte de seus planos. Na ver¬dade, passara o verão inteiro tentando se convencer do contrário.
Entretanto, descobrira que o verão sem a presença de Serena era como um deserto sufocante. Sentira tan¬ta falta dela, que não t
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vera ânimo para se divertir ao lado dos amigos que costumava hospedar em Bredington, durante a temporada de caça. Tampouco consegui¬ra permanecer muito tempo no Solar Lyford, antiga residência da família, em Derbyshire.
Sua mãe, naturalmente, não tardara a desconfiar do motivo de sua inquietude e o incentivara a se declarar a Serena. Animado pelo apoio de lady Kettering, Wyndham retornara a Londres e rumara para a residência do barão, na Praça Hanover. Infelizmente, chegara tar¬de demais. Vacilara muito antes de tomar uma atitude e agora enfrentava uma situação imprevista.
Como se lendo seus pensamentos, Reeth comentou:
— Se você tivesse me procurado com essa proposta em maio, ou junho, talvez minha resposta houvesse sido diferente.
— Você está me dizendo que na época sua filha se interessava por mim e agora prefere outro?
Para sua surpresa, o barão tornou a pigarrear, como se algo o incomodasse. Wyndham estivera certo da na¬tureza dos sentimentos de Serena. Aliás, fora a inge¬nuidade dela o que mais o encantara, os olhos casta¬nhos, profundos e sinceros, revelando o que os lábios não ousavam dizer.
Contudo, a beleza suave da dama em questão não teria sido capaz de prender sua atenção se não a des¬cobrisse isenta de artifícios baratos para conquistá-lo.
No início, achara até divertida a forma como ela não conseguia esconder o afeto que lhe dedicava. Depois, sentira-se estranhamente comovido. Agora se perguntava se não confundira inexperiência com dissimula¬ção e vaidade.
— Minha filha ainda é muito nova e, portanto, impressionável — continuou o barão. — Seria no mínimo surpreendente se ela não se imaginasse apaixonada por vários cavalheiros antes de prender-se a apenas um.
— Sem dúvida — Wyndham retrucou, frio. — Porém, eu, meu lorde, não desejo para esposa uma mulher de coração tão inconstante. Passar bem, sir. — Com pas¬sadas firmes ele saiu da biblioteca, debatendo-se entre a frustra ...
Comentários:
Sara: Muito bom.
Paula: Gostei!.
Adriana: É até bom, mas muito arrastado. 01052016..
JO: muito bom..
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