Livro: Uma nova esperança Página 2

... de seus métodos. Seu objetivo final é a completa cessação da produção de armas nucleares e produtos para uma eventual guerra química. Kevin ouvia com atenção. Não estava particularmente sur¬preso com os problemas criados pelos Falcões Vermelhos. Eles eram renomados terroristas internacionais. O que sentia era um terrível desconforto, e o medo de antes ganhava intensidade alimentado por seu estado de confusão. O que esperavam que ele, um simples representante minoritário do Estado da Virgínia, pudesse fazer com seu poder limitado? E para reunir tantos políticos de prestígio em uma mesma sala, o assunto devia ser crítico. __ Sim — respondeu com alguma reserva —, li artigos sobre Lee Hawk, e concordo quando diz que o homem é um gênio e um desequilibrado. Seus objetivos são idealistas, os métodos utilizados para alcançá-los são trágicos. O presidente levantou-se e olhou, pela janela, para a sere¬nidade do gramado que cercava a casa. Depois de alguns ins¬tantes ele olhou para Kevin. — A última notícia que tivemos por meio dos relatórios que a inteligência elabora semanalmente foi de que Hawk e seu grupo estavam se movimentando pelos países da Europa. O último relatório estava errado ou tragicamente atrasado, porque dois dos agentes de Lee Hawk estão a bordo de um 747, um vôo de Charleston para Washington. Kevin sentiu uma dor de estômago tão forte que quase se dobrou ao meio. Ellie estava nesse vôo. O presidente sabia que esperava sua noiva? Por isso o chamara? Duvidava disso. Um 747. Quantas vidas estavam em risco? Duzentos a trezentos seres humanos. Não fora chamado para receber apertos de mão solidários. Um arrepio de terror como nunca sentira antes o sacudiu, e ele tentou combatê-lo. Não era um medo parecido com o que sentia em serviço. Era diferente. Uma sensação de terrível fatalidade, como se tentasse agarrar as rédeas de um cavalo em fuga e tivesse as mãos amarradas. Não acontecia nenhuma mudanç ...

visível no rosto do con¬gressista. Quando falou, sua aparência era calma e seus olhos estavam atentos. — O que eles querem? Fazem exigências que não podemos atender — o porta-voz respondeu com um suspiro preocupado. — Dois dos ho¬mens de Hawk foram presos pelo governo da Alemanha Ocidental quando tentavam assassinar o ministro da defesa. Eles são acusados pela morte de dez civis alemães na explosão, e o governo daquele país se recusa a libertá-los. E quanto às centenas de pessoas que estão naquele avião? Kevin queria gritar, mas mantinha o controle. — O que mais eles exigem? — Uma grande soma em dinheiro e o avião. Querem levá-lo para a África do Norte, onde terão asilo. Kevin pensou por um minuto. Depois olhou para o presi¬dente e falou: — Por que me chamou? — Hawk está naquele avião com dois de seus agentes. Man¬temos a comunicação pelo rádio. Ele se recusa a negociar, a menos que possa falar com você. — Comigo? — A confusão era cada vez maior. O presidente encolheu os ombros. — Ele respeita algumas de suas posições políticas. O ho¬mem quer você, Whellen. E jura que, se não puder falar com você, vai explodir o avião. O peso do medo aliado e a opressão causada pela imensa proporção de sua responsabilidade o impediam de respirar ade¬quadamente. Era pior do que o horror pessoal de saber que Ellie estava a bordo daquele avião. Talvez não estivesse, ela podia ter perdido o vôo. Mas não. Ellie era um exemplo de pontualidade. Kevin tirou um cigarro do maço em seu bolso e bateu o filtro com a unha do polegar. Tentou pegar o isqueiro, mas o porta-voz da Casa foi mais rápido e acendeu seu cigarro com o isqueiro dourado que ficava sobre a mesa. Depois da primeira tragada, Kevin olhou novamente para o presidente. — O que vou dizer a esse Lee Hawk? __Estamos trabalhando com os alemães neste momento. O secretário de Defesa e a Aeronáutica também estão envolvidos no caso. Só precisa estabel ...

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