Livro: Noite de núpcias - Jane Arbor
Warning: Undefined array key "p" in /home4/mult6346/multiajudaromances.com.br/livro.php on line 148

... “The devil drives” Jane Arbor CAPITULO I Estavam chegando ao fim da viagem — o navio aproximava-se da ilha de Erikona. No convés, Zante admirava o brilho encantador daquele pedaço de terra, sorrindo misterioso, com o braço ao redor dos ombros de Ulla. — Tire os óculos escuros, Ulla. A luz é uma das qualidades da Grécia. O brilho incrível do céu grego tem fama no mundo inteiro. Você vai sentir uma diferença incômoda nos primeiros instantes, mas a sensação será inesquecível. Erguendo a mão, o próprio Zante tirou os óculos de Ulla, deixando-os balançar entre os dedos, enquanto observava a reação da mulher ao seu lado. Ulla piscou, depois girou a cabeça devagar, com o olhar deslizando sobre a superfície cintilante do mar aquecido pelo sol. O mar e o céu rivalizavam na beleza do azul e do branco, a terra da ilha refletia todos os tons de verde e marrom, a natureza inteira respirava num espetáculo multicolorido. Uma luz viva, fora do comum, criava essa imagem. Neste dia esplendoroso em que Zante e Ulla chegavam à Grécia, como marido e mulher, a natureza divina oferecia uma festa aos olhos dos dois. — Como é bonita a sua ilha, Zante! Que beleza de luz! — Gosto da minha ilha e da luz de Deus. Sempre me espanto com a vivacidade das cores. — É essa luz que inspira seus quadros? — Sou apenas um amador, querida Ulla. Não me confunda com Canaletto, que vivia apaixonado pela luz de Veneza. — Você tem muito talento. Acho maravilhoso ter casado com um pintor. Zante estendeu a mão e mostrou uma ilha pequena, ao sul da ilha de Erikona. — Olhe. Ali é Cassikona: um refúgio pequeno, com a natureza preservada. É uma ilhota de rochedos, com uma praia pequena, oliveiras e casas de pescadores. Em meia hora de canoa se chega lá. Cassikona é o lugar ideal para qualquer pessoa cansada da civilização ou, simplesmente, para quem quer ficar sozinho. — Vou me lembrar disso. Sei andar de canoa — Ulla brincou. — Que ...

o ver para crer. — Zante beijou os cabelos dela e afastou-se na direção da popa onde parou, olhando para o rastro branco que o navio deixava no mar. Ulla não se cansava de admirá-lo. Que marido bonito! Tinha o rosto e o físico clássicos da arte grega, lembrava as estátuas de Apolo, de Aquiles e de Perseu. Os olhos azuis faiscavam como safiras, os cabelos escuros emolduravam um rosto de testa alta, nariz reto, queixo quadrado e eloquente, boca sensual. Para ela, Zante Diomed era o marido perfeito. Que maravilha! Seus carinhos e beijos diziam que ele a amava! Ulla achava natural ter-se apaixonado pelo magnetismo intenso do pintor. Imaginava que isso já devia ter acontecido com muitas mulheres antes. No entanto, havia sido ela a escolhida! Fora conquislada, cedendo aos impulsos de um amor louco à primeira vista. Antes de Zante, nenhum homem havia conseguido despertar tantos desejos nela. Tinha se preservado, para agora se realizar nos braços do primeiro amor. O sorriso de Zante tinha um encanto especial, mas quando parava de sorrir o rosto parecia perder o brilho, como se uma nuvem tivesse ocultado o sol. Ele nunca tinha se zangado seriamente, mas, por ter um temperamento impetuoso, Ulla sabia que isso podia acontecer. Até o pai de Ulla, espantado com a rapidez da paixão e do casamento, havia comentado o jeito especial com que Zante sorria. Achara-o ambíguo, ou melhor, misterioso. É isso mesmo, pensou Ulla, lembrando-se do pai, o sorriso do meu marido é misterioso. Devagar, aproximou-se de Zante na popa do navio. Sentia-se feliz e tranquila com a confiança demonstrada por seu pai, ao se despedir, e com as demonstrações de afeto do marido durante a viagem. Mesmo assim achava-o um pouco frio às vezes, evitando contatos mais íntimos, como se quisesse preservá-la numa redoma de cristal. — Olhe, Ulla. — Zante apontou algo que se movia na espuma branca. — Olhe, é uma tartaruga. Já viu uma tartaruga nadando no mar? — Só no aquário do ...

Comentários:

Deixe aqui seu comentário sobre este livro: