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A noite do condor

Livro: A noite do condor

Autor - Fonte: SARA CRAVEN

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... SARA CRAVEN “Nigth of the condor” SABRINA 511 “De noite, um amante maravilhoso, de dia, um estranho hostil.” O estranho ritual da noite do condor havia terminado. Ainda dominados pela misteriosa magia que os envolvera desde que assistiram àquele espetáculo de beleza ímpar, vivido no povoado peruano, Anne e Jorge se refugiaram no quarto iluminado apenas pelo luar, para viverem instantes de uma paixão delirante. Pouco importava que ela tivesse vindo ao Peru à procura de seu noivo, a quem julgava amar. Nos braços de Jorge havia um prazer a que era impossível resistir. CAPÍTULO I Com todo aquele nevoeiro, de que adiantava ter um apartamento com vista panorâmica da cidade? Era mesmo muito azar! Pouco tempo antes, Anne sobrevoara o Aeroporto Internacional Jorge Chavez debaixo de um sol radiante. Contemplara, deliciada e cu¬riosa, a cidade que estava prestes a conhecer. E agora, tudo havia desaparecido sob o denso manto da neblina úmida e cinzenta. Ao comentar o fato com o carregador que levara as malas para o quar¬to, este deu de ombros com a resignação típica de alguém já acos¬tumado àquele fenómeno climático. — É a maldição de Lima, senorita. A neblina vem e vai quando Deus quer. Anne não acreditava em maldições, nem achava que variações climáticas tivessem algo a ver com a vontade divina, mas ainda as¬sim aquela mudança brusca, justamente quando acabava de che¬gar ao Peru, era como um mau presságio… Tolice! Nunca acreditara em superstições e não pretendia fazê-lo agora. Concluiu que o melhor remédio contra pensamentos tolos era a atividade. Precisava de algo para fazer. Começou a desfazer a bagagem e a pendurar as roupas no espaçoso armário da suíte. Sor¬riu enquanto tocava seus tecidos favoritos: seda, algodão puro e lã, macia e da melhor qualidade. A maioria das roupas era novi-nha em folha… como num enxoval de casamento. E não deixava de ser. Afinal, estava ali justamente para se en ...
ontrar com o noivo. Já não aguentava mais ficar longe de Evan. Não conhecia as leis peruanas referentes ao casamento de estrangeiros, mas duvidava que isso viesse a representar algum problema. É claro que estava desapontada por ele não ter ido encontrá-la no aero- porto, mas sabia que recriminá-lo seria injusto. Mesmo que ele tivesse recebido sua mensagem, não podia simplesmente largar seu serviço em Atayahuanco e correr para ela. Anne já estava con¬vencida de que “ela” teria de ir ao encontro dele. E, caso o mau tempo continuasse, deixar Lima não seria nem um pouco doloroso… Guardadas as roupas, Anne pôs-se a examinar a suíte, grande, luxuosa e confortável. Tinha de aproveitá-la muito bem, já que as acomodações de Atayahuanco eram tão diferentes das do hotel como o dia da noite. Nas primeiras cartas, Evan falara com bom humor das condições precárias em que viviam. Aos poucos, po¬rém, o tom zombeteiro fora desaparecendo, cedendo lugar à amar¬gura e ao ressentimento. E Anne, solidária, tomara as dores dele. Evan não merecia ser enterrado num vale perdido dos Andes só porque se apaixonara por ela. É claro que Ernest Fraser tinha seus motivos.Riquíssimo, dono de um poderoso conglomerado de empresas, ele tinha o direito de olhar com desconfiança os pretendentes de sua única filha e her¬deira. E, para um homem que começara do nada como ele, Evan tinha dois defeitos imperdoáveis: não possuía um emprego estável nem dinheiro. De qualquer modo, para que ninguém o acusasse de injustiça, Ernest resolvera dar uma chance ao futuro genro. Oferecera-lhe um emprego numa das regiões mais inóspitas da América do Sul, onde ele poderia provar que era esforçado e dig¬no da filha. Quando a partida de Evan para Atayahuanco tornara-se certa, Anne ainda tentara argumentar com o pai: — Papai! Evan não tem culpa alguma de não ter dinheiro. — Não estou dizendo que ele seja culpado. Tanto que estou lhe dando uma chance de prov ...

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Comentários:
Aninha: Que livro maravilhoso!!!!.
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